Prólogo

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A vida pode ser difícil as vezes. Ela não alivia mesmo que você implore, mesmo que você não mereça passar por aquilo ou que você seja apenas uma criança. Me lembro bem como é a dor da perda,  como é a sensação de ver o seu mundo desabar, de não poder fazer nada. Afinal, nunca é fácil presenciar a morte tirando de você alguém tão amado.

Me chamo Marriê Lúcie, mas minha família e alguns poucos amigos me chamam de Malú, nasci em Florença na Itália, porém atualmente moro em Londres ; tenho 22 anos e atualmente estou no 3° ano na faculdade de direito. Primeiramente vou contar para você um pouco sobre meu passado, mas irei compartilhar também um pouco do meu presente.

Como já deu para notar, minha vida nem sempre é alegre. Cresci em um bairro pobre numa cidade pequena e desde cedo minha mãe me ensinou a fazer as tarefas de casa e a cuidar das minhas duas irmãs mais novas.

A minha mãe casou-se nova e me teve aos dezoito anos. Meu pai queria um menino, mas no fim nasci menina, o que lhe custou dias de intensa depressão. Minha mãe me contou que no dia em que nasci ela estava na casa da minha avó paterna, hoje não nos damos muito bem, mas essa é uma outra história.

Ela conta que levou um dia inteiro em trabalho de parto sem perceber, visto que fui sua primeira filha não dava para ter certeza. Ao vê-la inquieta, minha tia mais próxima perguntou o que se passava, mas não levou minha mãe ao hospital pois tinha horário para trabalhar. Então minha mãe pegou sua bolsa e começou a ir andando sozinha para o hospital.

A família de meu pai preza muito a aparência, portanto ao ver minha mãe indo sozinha minha avó a seguiu de perto. Felizmente o vizinho a viu sair e lhe ofereceu uma carona em seu carro, já muito velho e avariado por sinal. Onde estaria meu pai? Bom, minha mãe diz que ele estava no bar jogando e se embriagando. Bem, senhoras e senhores, me parece que a vida já se mostrava dura desde o dia do meu nascimento.

O Diário de MarriêWhere stories live. Discover now