Primeiro encontro

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Olhei  em volta e logo vi Andrew encostado  em seu carro totalmente distraído. Caminhei em sua direção e quando ele se deu conta de minha presença sorriu e abriu a porta do carona para mim. O carro dele é uma BMW preta, com poltronas de couro legitimo e cheirava a lavanda. Durante o trajeto conversamos sobre muitas coisas, falamos sobre nossa infância e apesar de ele ter ficado triste quando falei da minha, aceitou quando pedi para que não sentisse pena de mim.

Ele me levou a um restaurante luxuoso e requintado, mas é claro que eu não quis ficar ali então fomos para um nada luxuoso e pedimos uma comida realmente boa. Enquanto éramos servidos, conversamos sobre as desavenças de nossos pais, contei a minha versão da história e pude concluir que Andrew não sabia todos os fatos.

- Meu pai não me contou isso. - disse ele.

- Pois é, por causa do que ele fez nós quase passamos fome outra vez. Desde então meus pais o odeiam. - falei.

- E com razão. - constatou, visivelmente revoltado. - Ele não nos disse nem metade disso tudo, fez parecer que seu pai era um invejoso.

- E o pior de tudo foi o que ele fez recentemente. - fiz uma pausa decidindo se contava ou não.

- O que? O que é pior de tudo? - perguntou curioso. Decidi contar, afinal eu já havia instigado a curiosidade dele.

- A umas semanas atrás ele procurou o meu pai com uma proposta lucrativa para ambos. - falei.

- E isso é ruim? - perguntou.

- Me ouvir falando assim faz qualquer um pensar que não, mas o problema foi a proposta e não o  objetivo. - fiz uma pausa novamente, mordendo a parte inferior de meus lábios, procurando as palavras certas para descrever a loucura sem cabimento. -Seu pai queria um acordo matrimonial para unir as empresas. - ele ficou me encarando por alguns segundos sem reação.

- Nossa!? Mas o que...? Como ele...?

-Eu sei! uma completa loucura. Ele queria que a filha mais velha de meu pai, eu, se casa-se com o filho mais velho dele. Isso é absurdo, ele acha que estamos em que ano? e além disso... - parei quando olhei para Andrew e percebi que ele me olhava como se estivesse em um impasse. - O que foi? - minha pergunta fez ele sair do transe  .

- Hãn? ééééééé... nada. Apenas fiquei surpreso com a ideia estúpida do meu velho. - ele parecia esconder alguma coisa, mas resolvi afastar esse pensamento. - Pelo menos agora eu entendo porque sua família odeia tanto a minha, isso não muda o que estou sentindo por você. Eu ainda me lembro de nós dois brincando no jardim da minha antiga casa, das histórias de terror, da vez que você caiu no lago e quase morreu afogada na viajem que nossas famílias fizeram nas férias de verão. Lembro de quando você foi embora dizendo que ia voltar, eu tinha 13 anos quando nesse mesmo dia você jurou se casar comigo, mas nunca mais voltou. Eu passei anos tentando entender o que eu tinha feito para você se zangar comigo e me deixar, eu não sabia que seus pais haviam te proibido de me ver. No dia em que nos encontramos no corredor eu te reconheci por pouco, mas decidi fingir que não te conhecia. A verdade é que você foi meu primeiro amor e também foi o único. E agora eu sei de tudo que aconteceu entre nossas famílias, mas sei também que nunca estarei pronto para abrir mão de você? Então eu te peço que,por favor,  me dê uma chance.

- Nossa!? eu... eu não sei o que dizer. - eu estava perdida, totalmente sem reação. Era informação demais para mim. Pra falar a verdade eu não me lembrava de metade das coisas que ele falou. - Só de estarmos aqui já é um perigo, se meu pai nos pega eu não sei do que ele é capaz de fazer, ele é muito protetor.

-Eu não me importo, não posso ficar sem você de novo. Não me importa o que terei de enfrentar, nem o que terei que perder, desde que possa ter você ao meu lado.

Sei que não posso aceitar, mas ele me encara com aqueles lindos olhos castanhos, com tanta intensidade que é quase impossível dizer não. Olhar para ele me faz pensar em uma criança que achou um filhote abandonado na rua e pede para a mãe deixa-lo ficar com ele. Apesar de minha mente estivesse confusa,meu coração já havia decidido no momento  em que ele trombou em mim no corredor.

-Está bem. - falei liberando o ar que havia prendido. - Mas depois não diga que não te avisei.

- OK Srta. Mollo. - disse sorrindo largamente e batendo continência como um soldado. - Não vou fazer com que se arrependa.

-É bom mesmo. - falei enquanto tentava conter o riso.

No caminho de volta para casa, discutimos os termos do nosso relacionamento proibido. Decidimos ir devagar e, é claro, não contar para nossas famílias ainda. Já estávamos chegando a minha casa, fiz com que ele me deixasse uma quadra antes da minha  casa para evitar o riso de alguém da minha família nos pegar no flagra.

- Tem certeza de que quer ficar aqui? - perguntou preocupado.

- Tenho, as pessoas daqui me conhecem, não vão me fazer mal e nem é tarde ainda. - falei. - Agora vai, antes que alguém nos pegue.

- Tá bom! se cuida. Quando eu chegar em casa te mando uma mensagem. - disse dando a partida no carro.

- OK! - ele manobrou o carro e foi embora, eu segui caminho para casa.

Cheguei a tempo para o jantar, mas antes precisava de um banho, então fui para o meu quarto. Tomei banho e coloquei uma roupa mais leve, do jeito que eu gosto de ficar em casa, a peça escolhida foi um vestido preto bem folgado. Chegou uma mensagem e eu fui ver quem era.

Chat em on:

" Oi princesa - disse Andrew. - Chegou bem?"

"Sim. - falei. - Vou descer para jantar e depois vou dormir."

"Está bem então, nos vemos amanhã, durma bem e sonhe comigo."

"Vou tentar kkkkkkkk, durma bem também. Boa noite!"

Chat em off

Bloqueei a tela, fiz um coque frouxo no cabelo e desci para o jantar.

Saímos muitas vezes depois disso e com o tempo nossos sentimentos foram ficando mais fortes. Lembro do nosso primeiro beijo, Andrew escalou a arvore que ficava próxima a sacada do meu quarto durante a noite e pulou para dentro e bateu na porta, no momento eu quase infartei, mas tenho que admitir que foi bem ousado e corajoso. Conversamos abraçados até o sol começar a nascer e antes de ir embora ele me roubou um beijo, foi inesquecível, não poderia ser melhor.

Já estamos namorando a seis meses e tudo vai bem, não consigo acreditar em como passou rápido, parece que nem acabamos de escrever a primeira pagina de muitas da nossa história juntos. Nunca pensei que superaria o Taylor, que me apaixonaria novamente, mas Andrew conseguiu roubar meu coração e conquistou meu amor aos poucos. Estou conhecendo a verdadeira felicidade.


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É isso aí galera! espero que estejam gostando. Esse foi um capitulo pequeno, porém estarei postando mais ainda hoje. Fiquem comigo.

Espero estar agradando a todos e se gostarem indiquem para que outros leiam também.

Apontem erros de concordância e ortografia se encontrarem, pois estarão me ajudando a melhorar o livro.

É nois!

PS: Deixem seus votos e comentários.

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