14 anos depois de Tita

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Acordo ao ouvir o som do despertador e o desligo, logo levanto pois já estou acostumada a levantar tão cedo de manhã. Vou para o banheiro e tomo banho, o que me ajuda a despertar e ficar um pouco mais disposta; vou no meu closet e pego uma legging preta , uma blusa branca com detalhes pretos e visto; calço meus tênis preto; cento diante da penteadeira e me olho no espelho, pergunto-me quando fiquei tão adulta. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo com uma franja presa atrás da orelha e dou mais uma olhada no espelho. Eu tenho longos cabelos incrivelmente pretos, minha pele é parda, meus olhos são de um verde bem intenso e meus lábios são levemente rosados.

Pego minha bolsa, saio do quarto e desço as escadas. caminho até a cozinha onde vejo minha mãe tomando uma xícara de café enquanto a Lucy, nossa empregada e minha segunda mãe, termina de fazer o nosso café da manhã. Lucy é mais alta que eu, tem cabelos na altura dos ombros e castanho claro, seus olhos são na cor mel, tem 42 anos, sua pele é pálida e seu sorriso é radiante.

- Bom dia gente ! - falo me sentando a mesa.

- Bom dia! - minha mãe e Lucy respondem juntas, até parece que tinham ensaiado, pensar nisso me fez sorrir. Minha mãe tem a minha altura,ela está com 40 anos e tem cabelos castanho escuro, possui olhos verdes claro, sua pele é branca, mas não é exageradamente pálida.

Meu pai entra na cozinha e senta na cabeceira da mesa, seu lugar nela.

- Bom dia! - ele diz enquanto Lucy vem em sua direção e deposita uma xícara de café a sua frente. - Obrigada Lucy. - ela sorri e assente. Meu pai tem 45 anos, seus cabelos são pretos e seus olhos são profundamente azuis, a pele dele é tão parda quanto a minha.

Logo ouvimos passos e vozes animadas se aproximando. Minhas irmãs Violet e Eliza entram na cozinha e todos nos viramos para encara-las.

- Bom dia povo! - diz Eliza, se sentando ao meu lado. Ela tem cabelos castanho escuro e olhos azuis como os do papai, sua pele é mais clara que a minha, o que a deixa tão vermelha como um camarão quando vamos a praia. Eliza é minha irmã mais nova, ela tem 16 anos e está no segundo ano do ensino médio. Ela é a mais bem humorada da casa, nada lhe tira o sorriso e isso nos ajudou muito quando nossa babá morreu.

Respondemos a sua saudação enquanto ela se servia do delicioso café da manhã que a Lucy já colocara na mesa. Violet havia parado junto a porta e respondia uma mensagem no celular, mas logo bloqueou e se juntou a nós.

- Oi família. - todos respondemos, inclusive Lucy que já fazia parte da família. Violet tem quase a minha altura e sua cor é parecida com a minha; seus olhos são verde-água, costumamos brincar dizendo que é a mistura dos olhos do papai e da mamãe, mas a verdade é que ela tem os olhos de nossa avó materna. Ela é o inverso da Eliza, é quieta e reservada, para ela estudar é tudo, o que transforma o estudo em um vicio. Violet é incrivelmente inteligente e tem o dom de enxergar  a mentira estampada na testa das pessoas; está no primeiro ano da faculdade de administração. Tem cabelos parecidos com os meus, porém os meus são maiores e a cor é mais intensa. Ela tem 18 anos e ama vídeo game, o que a torna minha companheira das quartas a tarde.

Estávamos tão distraídos que nem vimos a hora passar, até a mamãe perguntar onde queríamos ir nas ferias, me lembrando assim que tenho  que ir para a universidade.

- Nossa, já estou atrasada - falo olhando no celular e em seguida  bloqueio a tela. Dou um beijo em cada um e vou correndo pegar meu carro, meu pai me deu um Mustang  de presente quando entrei pra a universidade ele é vermelho apesar de eu não ser muito chegada a essa cor. Este é mais um dia nublado aqui em Londres, o que me deixa feliz já que amo a chuva.

Somos italianos mas minha família se mudou para cá porque meu pai abriu uma empresa de imóveis. Nós ainda éramos crianças, o que nos ajudou a aprender o inglês mais rápido, trouxemos a Lucy conosco, visto que ela não tinha proximidade com sua família. Meu pai não ficou muito feliz quando decidi estudar Direito em vez de administração ou engenharia, com o intuito de herdar os negócios da família, porém logo aceitou o fato e começou a me apoiar. Minha mãe se tornou uma excelente escultora e seu ateliê fica no centro da cidade, as vezes vou até lá para espairecer e ficar admirando suas obras.

O Diário de MarriêWhere stories live. Discover now