Quando o jantar acabou fui direto para meu quarto, estudei um pouco e chequei minhas notificações, para minha surpresa não havia nenhuma. Peguei o exemplar de Romeu e Julieta e voltei a ler, estava empolgada com a história, era linda... a maneira como os dois se arriscavam para ficar juntos mesmo sob o ódio das duas famílias. Imaginei se a minha história com o Andrew seria parecida, mas logo afastei a ideia, afinal a única semelhança era o ódio entre nossas famílias; nem tínhamos um relacionamento.
Por alguma razão, lembranças do Taylor em meus sonhos invadiram minha mente. como eu poderia não ter sentido ódio? por que fiquei tão feliz em vê-lo? adormeci pensando nisso, o mesmo sonho me visitou outra vez.
Acordei com o barulho do despertador; levantei, tomei banho, me vesti e peguei meu celular. lá estava uma mensagem do Andrew.
Chat em on:
"Tudo certo para hoje?"
Ao ler isso me pergunto por que aceitei o convite. Meu pai com certeza ia me matar quando descobrisse, ele me disse para ficar longe e eu ia sair com o inimigo. Mas agora é tarde, já aceitei mesmo.
"Sim"
Parece que ele aguardava minha resposta, pois logo respondeu.
"Certo"
Chat em off.
Bloqueei a tela e desci, com minha mochila já em mãos fui para cozinha. Minha família sempre se esforça em fazer as refeições da manhã e da noite com todos juntos. Tomamos café da manhã e rimos das piadas do papai, não sei como ele consegue ter esse bom humor todas as manhãs. Quando acabamos, cada um foi para seus respectivos destinos e eu fui para universidade, Jheffrey me levou com um dos carros da família.
Saí do carro, me despedi do Jheffrey e entrei, logo dei de cara com Liz que pulou em meu pescoço me dando um abraço sufocante. Me perguntou quais eram as novidades e como sempre tratei de contar.
- Seu pai vai arrancar sua pele. - disse ela.
- O que você quer que eu faça? agora é tarde , já aceitei.
- Eu sei, só tava te lembrando do óbvio. - falou - Mas eu não acho que ele seja perigoso, ele parece ser bem legal.
- Meus pais não gostam da família dele, mais não quer dizer que ele seja igual aos pais dele.
- O pai dele pisou mesmo na bola.
- Ele não "pisou feio na bola", Liz. Ele roubou a minha família, se meus pais não fossem inteligentes e tivessem muitos contatos nossa família teria voltado para miséria. - Me exaltei um pouco.
- Eu sei. Me desculpe.
- Eu é quem tem que se desculpar, não devia ter falado com você desse jeito. É que foi difícil para mim e toda a minha família, porém eu não posso culpar o filho pelos erros do pai. Vou dar uma chance a ele.
- Mas e se ele só quiser conquistar sua confiança para cumprir o propósito do pai dele? - Perguntou.
- O papai disse que eu teria que me casar com o mais velho. Não acho que o Andrew seja o mais velho.
Continuamos conversando pelos corredores. Ao chegar na sala fomos cada uma para o seu lugar, não tivemos tempo para conversar pois o professor logo entrou na sala e um pouco atrás dele vinha Andrew. Nossos olhos se encontraram como se estivessem desejosos por esse contato. Não desviamos o olhar até ele sentar na em sua cadeira, durante todo o processo estive tão concentrada naqueles olhos castanhos que ignorei as frenéticas cutucadas que Liz me dava.
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O Diário de Marriê
RomanceMarriê é uma garota que teve Sua vida tomada pela dor e muitas dificuldades. Sua infância se passa em uma cidade italiana, em um bairro pobre, porém ela logo se muda para Londres. Marriê cresceu com outras duas irmãs, que por muito tempo foram suas...