Capítulo 8

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Christian narrando:

  Eu sei que se vou querer algo com ela, para conquistar precisarei de paciência. Vencer essa aposta não será tão fácil.

  A inocência que ela aparenta ter, já deixa evidente que ela não é fácil.

  Achei que sair com ela e a turma seria um bom começo, por isso aceitei o convite, para me aproximar dela.

  Estacionei meu carro próximo ao bar e desci. A primeira pessoa que vi, foi ela, descendo do carro de sua amiga.

  Entrei no estabelecimento antes dela e lá já estavam alguns alunos, inclusive a aluna que me convidou. Se ela tinha segundas intenções em seu convite, eu lamento por ela.

  Cumprimentei os alunos e sentei-me a mesa com eles.

  Pouco tempo depois ela chegou com duas amigas. Pra minha infelicidade, quem sentou-se ao meu lado foi a morena, mas Rafaela não estava tão distante.

  Quando acabaram de chegar os alunos que confirmaram presença, eles começaram a pedir as bebidas. Ao todo eram uns quinze alunos.

  Bebi apenas um copo de whisky, precisava me manter sóbrio para iniciar minha missão.

  Reparei que Rafaela bebeu apenas refrigerantes, então em pouco tempo seríamos as únicas pessoas sóbrias ali. Não sabia dizer se era bom, mas isso nos aproximaria.

  -Fale um pouco de você para nós, Dr. Reymond. - Diz a aluna que me convidou, que por sinal já estava um pouco alterada - Sabemos tão pouco sobre o nosso novo professor.

  -O que querem saber?

  Então várias perguntas são feitas, por várias alunas.

  -Você é casado?

  -Tem filhos?

  -Onde se formou?

  -Onde você nasceu?

  Eu jurei até mesmo ter ouvido alguém perguntando se tinha alguma chance comigo. Essa eu ignorei.

  -Não sou casado, nem comprometido. - Algumas sorriram com essa resposta - Não tenho filhos. Me formei na USP. Morei toda minha vida na cidade de São Paulo, embora eu conheça muitos países.

  Nesse momento uma música mais animada começou a tocar e alguns alunos foram dançar. Rafela permaneceu na mesa.

  Após o interrogatório, as alunas que permaneceram na mesa começaram a jogar "Eu nunca..." com vodka. Achei melhor não participar, pois era difícil pensar em algo que eu nunca tivesse feito.

  Nesse momento Rafaela foi ao banheiro e eu resolvi ir também, talvez fosse uma maneira de iniciar uma conversa com ela.

  Disfarçadamente aguardei ela próximo ao banheiro e logo ela saiu.

  -Está se divertindo?-Perguntei e a surpresa ficou evidente em seu rosto, quando ela notou que a pergunta tinha vindo de mim.

  -Não é o meu tipo favorito de lugar, mas até que não está ruim.

  -Você não bebe?

  -Não com frequência.

  -E o que te trouxe aqui hoje? - Perguntei curioso.

  -Minha amiga, Jessica.

  Chegamos a mesa e para nossa surpresa, não tem mais ninguém lá, todos foram dançar. Ótimo!

  -Você não dança? - Pergunto a ela.

  -Não onde as pessoas podem ver. - sua resposta me tira um sorriso - Você não parece estar bêbado, então o que te trouxe aqui?

  "Você" pensei na resposta. Mas não podia dizer isso.

  -Sair com alunos poder ser divertido as vezes. - Ela riu do que eu disse como se isso tivesse um significado a mais para ela. Isso me fez lembrar da primeira aula. -Devo ser muito engraçado para você, não é mesmo, Rafaela?

  Sua expressão congela.

  -Me desculpe, Dr. Reymond.

  -Me chame apenas de Christian. Essa formalidade toda me incomoda as vezes.

  -Tudo bem, Christian.

  -Então, conte-me mais sobre você, Rafaela.

  -Não tem muito além do que disse na sala aquele dia, minha vida se resume em estudos.

  -O que te faz estudar tanto, alguma carreira que deseja?

  -Sempre gostei de estudar e isso orgulhava meus pais. -Não posso deixar de notar a tristeza em seu rosto quando ela menciona os pais.

  -Eles devem estar muito orgulhosos de você agora.

  -Estariam, se estivessem vivos.

  Sua resposta me surpreende, fico sem reação.

  Então ela olha no relógio e diz:

  -Está muito tarde já, vou chamar a Jessica pra irmos embora.

  Olho pra o lugar em que os alunos estão dançando e vejo a amiga dela envolvida em uma dança com um rapaz. Duvido que ela vá querer ir embora agora.

  -Se sua amiga quiser ir embora agora, não vai ser com você. - Digo rindo e ela revira os olhos.

  -Devia esperar isso de Jessica.

  E nesse momento surgiu a melhor oportunidade para mim.

  -Eu te levo em casa.

  -Não é necessário, Christian. Eu chamo um táxi.

   Eu não perderia essa oportunidade.

  -Eu também já estou indo embora, não será nenhum trabalho pra mim levá-la em casa.

  -Tudo bem então, vou avisar Jess.

  -Estarei te esperando lá fora. - Assim não nos veriam saindo juntos e talvez evitasse os comentários depois. Não que me incomode, mas certamente a incomodaria se fossem inventadas coisas sobre nós.

  Então ela vai avisar a amiga, enquanto isso eu peço para que o garçom traga a conta e pago tudo que foi consumido até o momento. Depois vou até meu carro aguardá-la.

  Pouco após eu sair, ela vem e enquanto caminha em minha direção eu reparo em sua beleza, com seus cabelos ruivos se movendo com o vento, uma calça e um blazer que se moldam perfeitamente ao seu corpo. Como ela é linda!

  Me perco em sua beleza por alguns instantes e ela me traz de volta.

  -Vamos? - Ela diz parada ao meu lado na calçada.

  Então eu destranco o carro e abro a porta pra ela. E com esse simples gesto ela fica sem jeito, me agradece e entra no carro.

  Eu entro no carro, dou partida, pergunto o endereço e ela me informa.
Fica a uns 15 minutos da onde estamos. Um bom tempo para que eu tente conhecê-la.

  Eu ligo o som baixinho e tento iniciar uma conversa.

  -Então, me conte, você namora? - Não sei se escolhi a melhor pergunta pra começar, mas estava feita, era tarde para me arrepender.

Querido Professor Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon