Rafaela narrando:Uma carona com Christian? Isso era muito inesperado. Há pouco tempo eu achava que ele me odiava, agora eu estava em seu carro a caminho de casa.
-Então, me conte, você namora? - O que? Essa pergunta me surpreendeu um pouco.
-Nunca namorei. - Dessa vez a expressão de surpresa surgiu no rosto dele.
-Como assim nunca?
-Acho que eu não sou o tipo que agrada a maioria.
-Como não? Você é linda. - Olhamos um para o outro nesse momento, mas ele desvia o olhar.
Linda? Ele tinha me chamado de linda? Não estou acreditando. Mas tenho que agradecer.
-Obrigada. Mas para você não deve ser difícil arrumar namoradas. - Digo rindo, mas noto uma expressão séria em seu rosto.
-Para qualquer um é difícil achar a pessoa ideal.- Noto que suas palavras parecem querer dizer mais do que dizem - Eu já me enganei uma vez achando que tinha encontrado a pessoa certa, mas esse não é meu assunto favorito.
-Me desculpe, eu não sabia que... - Ele me interrompe.
-Está tudo bem. Isso é passado.
Interessante. Christian tem uma decepção amorosa em seu currículo. Ele me surpreende cada vez mais.
Ele não faz o estilo de homem que se apaixona, que acredita em amor verdadeiro. Mas nisso nem eu acredito.
-E como conheceu Jessica? - Ele me pergunta, obviamente pra mudar de assunto.
-Nos conhecemos no primeiro semestre da faculdade e como nós duas precisávamos morar mais perto da faculdade, resolvemos morar juntas. - Era minha vez de perguntar - E por que você resolveu dar aulas?
-Meu pai sempre sonhou que eu estudasse algo relacionado a economia, para assumir os negócios da família. Mas eu sempre gostei de contrariá-lo, diferente de meu irmão. Então como já tinha meu irmão para assumir os negócios, resolvi estudar direito e dar aulas. No início meu pai quis me expulsar de casa, -Ele diz sorrindo como se fosse uma conquista -Mas ele acabou se conformando.
-Pra você era bom ser expulso?
Ele dá de ombros.
-Nem eu mesmo sei explicar. Mas eu tinha 18 anos e estava cansado da vida cheia de regras. Tinha guardo dinheiro o suficiente para viver por um bom tempo. Mas minha mãe não permitiu que ele me expulsasse. - Diz com indiferença - Mas resolvi morar sozinho quando entrei na faculdade, só que dessa vez recebi apoio do meu pai... apoio financeiro. - Isso me faz rir.
-Nossa, sua vida foi bem mais difícil do que qualquer um imaginária olhando pra você.
-É um erro bem comum achar que minha vida foi fácil, apenas por eu ser da família Reymond. As pessoas associam muito dinheiro a coisas boas, mas não é bem assim, não se você não estiver disposto a viver de acordo com as regras. - Ele estava certo - Eu sempre quis contrariar, então não foi tão fácil quanto parece.
-Quem diria? Christian Reymond foi um rebelde.
Ele sorri e seus dentes perfeitos são iluminados pelo painel do carro.
Nesse momento ele para em frente minha casa e um sentimento estranho de tristeza me perturba. Eu não queria deixar o carro e parecia que ele também não queria que eu deixasse, pois assim que parou seu sorriso diminuiu.
-Muitos planos para o fim de semana? - Ele me pergunta.
-Nenhum além de estudar.
-Bem que eu poderia mudar isso.
O que? Tantas surpresas em uma só noite, isso não é possível. Acho que ouvi errado.
-O que? - Pergunto para que ele repita o que disse.
-Eu não tenho planos, nem você, que tal me passar seu telefone para mudarmos isso?
Não consigo acreditar, mas passo o meu número.
Então o silêncio toma conta do carro por alguns segundos.
Nossos rostos vão se aproximando lentamente, seus olhos estão nos meus, mas eu me esquivo.
-Tenho que entrar está tarde.
Então ele segura meu rosto com uma mão, deposita um beijo em minha bochecha, e sussurra em meu ouvido com sua voz rouca:
-Até mais, Rafa.
Esse simples gesto me paralisa e me deixa toda arrepiada, preciso de alguns segundos para voltar a realidade.
Então respondo com dificuldade:
-Até...mais, Christian.
Saio do carro o mais rápido possível, mas me atrapalho com a porta. E assim que consigo sair, praticamente corro para dentro de casa.
Como já esperado, Jess não está lá. Então me afundo no sofá e tento repassar em minha mente tudo o que aconteceu com Christian essa noite.
Ele disse que sou linda? Não. Quase nos beijamos no carro? Isso é impossível. Eu possivelmente sairia com ele no fim de semana? Devo ter pirado.
Vou até o banheiro, escovo meus dentes e depois me deito. Depois de deitar, ouça meu celular vibrar. Era uma mensagem de um número não salvo, que dizia:
Obrigada pela conversa. Espero vê-la novamente em breve.
Boa noite, bons sonhos!
Christian ReymondEssa mensagem me faz sorrir, então eu respondo:
Eu que agradeço. Nos veremos!
Boa noite, tenha bons sonhos!Essa simples troca de mensagens em conjunto com a noite, me faz dormir com um sorriso que eu se quer consigo entender.
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ČTEŠ
Querido Professor
RomanceRafaela, uma aluna nerd do terceiro semestre da faculdade, destaque por suas notas, comportamento exemplar e sem tempo algum para o amor, tem que repensar algumas coisas em sua vida ao se deparar com Christian, seu professor. Christian é um homem e...