Capítulo 29

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Christian narrando:

Karen acabou com toda e qualquer chance que eu tinha com Rafaela. O mais sensato a se fazer era desistir e deixar ela seguir em frente. Mas só em pensar na ideia de desistir, sentia uma dor insuportável em meu peito.

Decidi nem voltar para a sala. Fui direto para o meu carro e voltei para casa.

Minha mãe já havia ido embora, então não precisaria aturar sua preocupação exagerada. Jonathan ainda estava lá, mas de certa forma ele me entendia.

-Boa noite, Christian. O que faz em casa tão cedo? - Ele pergunta assim que entro.

-Eu a perdi de vez, irmão. Eu a perdi... - É tudo que consigo dizer.

-Não diga isso, Christian.

-Eu estraguei tudo. Ela é um anjo, Jonathan. E eu a fiz sofrer. - Sinto nojo de mim ao dizer isso.

-Você errou. Todos temos o direito de errar.

-Temos o direto de errar, mas não o direito de exigir que alguém perdoe nossos erros. E meu erro é imperdoável.

-O que de tão grave você fez para pensar isso.?

-Eu apostei. Apostei sem me importar com os sentimentos dela. Apostei com outro professor que eu conseguiria transar com ela. Pensei que conseguiria fazer isso sem que nenhum de nós dois envolvesse os sentimentos. Mas não imaginava a pessoa incrível que ela era e quando me dei conta, era tarde demais e não consegui fugir da aposta. E na minha cabeça parecia uma boa causa.

-Como, Christian?

-Um professor tinha o costume de chantagear as alunas para transar com elas, quando apostei, caso eu ganhasse, ele teria que parar com isso. Eu até tentei calcelar a aposta uma vez, mas ele me chantageou, dizendo que espalharia montagens de fotos da Rafa nua caso eu não cumprisse com o acordo.

-E como ela descobriu toda essa merda?

-Nós pegamos o tal professor agarrando a amiga de Rafaela a força. Parti pra cima dele, aí ele gritou tudo pra ela.

-Que porra, Christian! Você agiu mal, mas ela ainda pode perdoá-lo se houver uma boa conversa...

-Eu tentei hoje, mas enquanto conversávamos, um de meus casos antigos, Karen, passou me convidando para ir para a casa dela mais tarde, eu fiquei sem reação, então Rafa correu de lá. Agora ela tem certeza de que eu sou um canalha.

-Mas você acha que ela ainda gosta de você? - Ele pergunta.

-Ninguém apaga esse sentimento de uma hora pra outra. Então acredito que sim.

-Então mostre pra ela o que você é capaz de fazer para tê-la de volta.

-Eu sou capaz de qualquer coisa, Jonathan.

-Então aja! - Ele diz.

-Obrigada, Jonathan. - O abraço para agradecer os conselhos. - Agora vou me deitar

-Só quero retribuir tudo que faz por mim. - Sorri.

Deito em minha cama e por horas fico pensando em uma maneira de conseguir que Rafa volte pra mim. Durmo sem uma ideia.

Acordo sem um pingo de vontade de sair do meu quarto, então peço para que Berta leve minhas refeições até lá.

Chega a hora de ir para a Universidade, mas decido que o melhor é não ir, seria impossível passar duas aulas olhando para Rafaela sem poder implorar para que ela volte pra mim.

Então finalmente tenho um plano. Seria talvez minha última tentativa.

Tomo um banho, visto uma jaqueta de couro preta, por cima de minha camiseta branca e um jeans escuro.

-Eu vou lutar por ela. - Digo quando passo por Jonathan.

-Isso aí, Chris. Boa sorte.

Quando entro em meu carro dirijo até uma floricultura. Compro um buquê e me encaminho para a casa de Rafaela, decidido a esperá-la. Estaciono do outro lado da rua.

Enquanto esperava por Rafa, apreciava a música que tocava em meu rádio "Tornera l'amore" de Il Volo.

Noto que todas as luzes da casa estavam apagadas, o que significa que elas não haviam chegado.

Espero por mais de uma hora, o que era tempo o suficiente para elas terem chego, porém nem sinal das duas, começo a me preocupar.

Então um carro para em frente a casa de Rafaela, não era o carro de Jess, mas ela estava dentro dele e com o seu novo colega de trabalho.

Uma furia enorme passa por mim. Ela estava saindo com ele? Não havia passado nem uma semana do ocorrido e ela já estava saindo com outra pessoa?

Ligo meu carro e saio dirigindo sem rumo, se eu ficasse ali quebraria a cara dele.

Paro no barzinho mais próximo que encontro.

-Dose dupla de conhaque pra mim, por favor. - Peço sentado em um banco no balcão.

Acabo com bebida em pouco tempo e peço mais uma...duas...três...

Quando me levanto pra tentar ir embora, encontro dificuldades para andar. E esbarro em um rapaz:

-Olha por onde anda. - Ele repreende.

-Eu olho pra onde eu quiser. - Respondo, apontando para o rosto dele.

-Devia tomar mais cuidado com as palavras.

-E SE EU NÃO ESTIVER AFIM?- Grito.

Então o punho dele atinge meu olho, duas vezes e eu caio. Quando estou no chão ele chuta minha barriga.

Eu queria me machucar. Eu não estava me entendendo mais. Só queria que o sofrimento tivesse fim.

Então um homem tenta segurá-lo.

-Carlos, é Christian. - Ouço o desespero na voz feminina.

-Jéssica? - Está difícil enxergá-la.

-Sim, Christian. Sou eu. - Ela segura minha mão.

-Dói muito, Jess. - Permaneço deitado no chão.

-Vamos te levar para um hopital. Vai ficar tudo bem, Christian.

-Não é isso, Jess. A dor física não se compara a dor que sinto por ter perdido Rafaela.

-Vou te levar até a mesa pra conversarmos melhor.

Com a ajuda dela me levanto e me sento com ela e Carlos na mesa. O homem que me agrediu foi expulso de lá.

-Carlos, o que acha de arrumar gelo para o olho de Christian? - Carlos concorda e sai rumo ao balcão.

-Jess, hoje eu fui até a casa de vocês, com o intuito de explicar tudo a ela, mas quando cheguei lá ela estava com outro rapaz. Isso quer dizer que ela me esqueceu?

-Não, Christian. Ela chora por você todos os dias. Ela te ama, mas acha que você enganou.

-Eu não a enganei. Só não tinha como fugir da aposta. - Conto para Jéssica tudo que aconteceu.

-Que situação fodida, Christian.

-Eu sei. Mas te imploro, me ajude a recuperar Rafa. Você sabe que eu a amo de verdade. Todos sabem, só ela não consegue acreditar.

-Posso tentar conversar com ela, mesmo não acreditando que ela vai me ouvir.

-Então o que eu faço? - Pergunto, já lutando contra as lágrimas.

-Não sei. Mas farei uma festa de aniversário para ela domingo. Tente pensar em alguma coisa até lá.

Então uma ideia me ocorre. Mostrarei pra Rafa que estou disposto a tudo para tê-la de volta.

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