14 | luke rudenko

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— Você sabe que a sua irmãzinha não tem idade suficiente para decidir a própria vida, não é? — A voz de Meredith soou com todo sarcasmo — Eu posso muito bem chamar o Conselho Tutelar para ir busca-la... Seu pai odiaria problemas com a justiça. Você já causou problemas demais, não acha?

— Você não vai levar a Alba embora — Vociferei entre dentes.

— Mas é claro que não — Franzi o cenho ouvindo sua risada do outro lado — Você irá traze-la.

Passei a mão no cabelo sugando o ar sentindo todo meu corpo tenso.

Meredith ria no telefone como uma 0rdinária, usando todo seu sarcasmo para plantar a discórdia.

— Meredith, com todo meu coração... Eu espero que você morra!

Soquei a parede crispando os lábios em uma linha reta.

Me sentei na cama sentindo todo ódio corroendo, fazendo meu peito se aquecer.

Queria socar algo, meu pulso se fechava querendo encontrar algo para destruir.

Eu não chorava com muita frequência, mas pela primeira vez não consegui segurar uma lagrima sequer. Meredith forçava minha irmã a se autodepreciar, e naquele momento eu me sentia impune por fazer parte daquilo.

Nós tínhamos desde pequenos uma ligação forte, nós dois sempre éramos unidos acima de qualquer coisa. Alba não fazia parte daquela sujeira que era minha família, e ela nem precisava. Minha irmã ia sofrer tanto... E tudo isso foi porque provoquei a irá de Meredith.

Levei Alba em uma luta.

Soquei a cara de Victor na empresa.

Envergonhei Gregers diante dos seus funcionários.

Eles queriam me destruir até que eu tirasse a porra daquele nome que me envergonhava.

Deixei meu corpo cair no chão juntando os joelhos. Tinha que haver uma saída, tinha que ter outro jeito.

— Cara — Bastian se aproximou nitidamente confuso com o que estava vendo — Que porra aconteceu aqui?

Funguei limpando as lagrimas com força.

— Você tá chorando por que? — Se abaixou me encarando — Cara, fala alguma coisa... Nós somos irmãos, você lembra? Confia em mim.

O problema não era a maldita confiança.

— A Meredith...

— O que essa vaca fez? — Bastian retomou a postura — Foi mal, cara. Sei que ela é sua mãe, mas...

— É uma vadia.

— Não precisava de tanto...

— Ela quer levar a Alba — Meu amigo arregalou seus olhos — Ela vai fazer mal á minha irmã porque eu provoquei.

— Cara, não é possível. Você não fez nada!

— Eu levei a Alba em uma luta, eu soquei a cara do filho prodigo dela e ele teve que mentir em várias entrevistas sobre um suposto tombo.

— Essa mulher não te dá paz nunca, ela parece ter um prazer imenso em te destruir.

— Bastian, você é advogado! Precisa arrumar uma solução, tem que haver um jeito, qualquer coisa.

Bastian fechou os olhos como se selecionasse as palavras.

— Não tem cara — Apertou minha nuca como consolo — Não tem... Alba ainda é menor, você tem um currículo de lutas clandestinas e com a influência da sua família, ela te colocaria na cadeia fácil.

THE REFUGE ✔Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt