25 | georgia roe

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Sua serenidade me trazia paz. Confortava meu peito e todos os meus demônios que insistiam em não me deixar ir embora.

Como alguém poderia ser sua ruina e ainda assim, sua salvação?

Os raios de sol faziam questão de deixar o momento ainda pior. Mas meus olhos não conseguiam desviar da beleza que Luke trazia consigo.

Era algo devastador demais para ser ignorado.

Como se no caos acontecesse o mais belo desastre. Seus cílios grandes, juntamente com suas sobrancelhas grossas nunca foram detalhes tão bonitos a serem apreciados. Luke dormia em paz, com seus enormes braços ao redor da minha cintura, rosto deitado no travesseiro e sua nova arte estampada em seu pescoço.

Luke parecia estar na sua casa.

E eu me sentia incomodada dentro da minha própria casa.

Dentro do meu próprio corpo.

Respirei fundo, sugando todo ar dentro do quarto, e assim, sugando o perfume que ele usava.

Eu deveria odiar esse perfume.

Eu deveria riscar esse perfume da minha lista de coisas boas a serem apreciadas.

Eu deveria riscar Luke da minha lista de coisas que deveriam ser apreciadas. Porque seu nome estampava em primeiro lugar. Levando o prêmio.

O encarei mais uma vez. E toda vez, parecia ter algo novo a ser comtemplado. O mundo deveria fazer silencio toda vez que ele respirasse. Como uma saudação.

Uma vez, sentados na escada, conversando sobre exatamente tudo, eu disse. Eu me recordo bem desse momento. Eu disse que jamais seria como todo o restante da massa feminina nova iorquina.

Disse que jamais me apaixonaria por Luke.

Mas só bastou um beijo para que eu passasse a amar cada detalhe que ele carregava consigo.

Por que nós tínhamos que estragar tudo?

Por que nossa impulsividade ainda nos mataria?

Precisava levantar da cama. Da minha cama. Acorda-lo aos berros e manda-lo sumir da minha vida. Eu já tinha bagunça demais para resolver. Queria juntar toda minha sanidade, joga-la no lixo e gritar que ele fosse embora. Não queria mais bagunça. Luke era a personificação de tudo que poderia soar ainda mais conturbador.

Alexia tinha razão quando disse que ele era encrenca.

Uma encrenca linda, devo dizer, mas ainda assim era encrenca.

Não acredito que depois de tudo eu ainda arrumei tempo de me apaixonar por ele. Estava fazendo de tudo para me ocupar, usando bem meu tempo, fazendo qualquer coisa que soasse como ocupação. Porém, eu sempre acabava querendo saber como ele estava.

Estava pagando Calleb para me dizer coisas sobre ele, sem que ele soubesse.

Meu irmão era um sugador.

Eu só não levantava da cama e gritava "Parabéns, seu cretino!" porque não queria soar como louca. Mas a vontade, sem sombra de dúvidas, era exatamente essa.

Luke suspirou fundo, se aconchegando ainda mais em meu corpo. E eu choraminguei por estar tão gostoso, mas tão impossível.

Indefinido.

Fora dos meus planos.

Fora dos meus planos porque eu fazia questão de tirar qualquer pensamento sobre ele da lista.

THE REFUGE ✔Where stories live. Discover now