C'mon, kiss me like you didn't care about anything

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[N.A.] Hi, there! Bem, eu sei que hoje ainda é quinta, mas como eu também sou gente como a gente, vou sair amanhã e não teria como postar. Então, adiantei um pouquinho as coisas e aqui estou, sendo legal com vocês. Eu poderia deixar para postar outro dia, mas não, eu gosto de vocês u-u
Particularmente, EU AMEI ESSE CAPÍTULO COM TODA A MINHA VIDINHA. Mas não vou dizer nada, ainda ;) Obrigada a todos os comentários, vocês são megalindos, eu quero morder cada um *w*
Um dos comentários, da linda e fantástica httpsdoncaster, além de me deixar caída no chão por duas horas em cima de um arco-íris de pôneis saltitantes de tão fofo, também me deixou curiosa. Ela me perguntou se eu era católica ou atéia, por conta do meu pensamento sobre gays e tudo mais. Então, esclarecendo pra geral: eu sou católica. Eu fui criada como católica, sou praticante, vou à missa, fiz catequese e crisma, comungo, vou á um grupo de jovens católicos. Mas, eu não concordo com a bíblia. Os dogmas da Igreja Católica são ultrapassados, e esse pensamento preconceituoso é ridículo. Acho que, como o Tio Chico, eu sou uma revolucionária. Convenhamos que nós seguimos um livro escrito há mais de 3.000 ANOS e por homens. Sim, a bíblia não é algo divino. Ela foi toda e completamente escrita por homens, humanos, discípulos, e ninguém pode afirmar que o que está nela é uma verdade irrefutável. Enfim, essa é minha opinião, mas nem por isso eu deixo de ser católica apostólica cristã. Mas chega desses assuntos chatos, né?
MAIS ALGUÉM ESTÁ TENDO UM ATAQUE POR CONTA DE YOU AND I SAIR AMANHÃ?????? Eu estarei MUITO abalada, porque essa música marcou uma fase importante da minha vida e ela é muito linda e aqueles viados vão foder com as minhas estruturas T-T
Okay, acabaram os recados. HTTPSDONCASTER, ESSE CAPÍTULO É PRA VOCÊ, SUA LINDA, OBRIGADA PELO COMENTÁRIO MAIS QUE PERFEITO.

P.S.: o capítulo ficou meio grandinho, acho que o maior que eu já postei. Finalmente peguei o jeito da coisa haha

P.S.S.: eu não vou aguentar, eu preciso dizer isso. VOCÊS ESTÃO PRONTOS PARA O PRIMEIRO BEIJO LARRY DA FIC? ;D *OO* <33 [/N.A]

3ª. P.O.V.

O órgão continuava a tocar como se não houvesse o amanhã, e Louis estava realmente se irritante com todos aqueles acordes agudos perfurando seus ouvidos como facas rasgando um pedaço bem suculento de carne. A loucura eminente que tomara conta do garoto aparentemente o estava fazendo ter pensamentos incoerentes, enquanto imagens saltavam à frente de seus olhos, todas relacionadas, claro, aos de olhos verdes.

Podia sentir cada célula de seu corpo ser atraída para o garoto da primeira fileira, e sabia que ele o estaria observando também. Estava tentando ao máximo se controlar, mas estava meio que impossível quando todos os detalhes humanamente possíveis do outro estavam gravados em sua mente. Sabia que Rosemare, ao seu lado, estava bolando um plano diabólico para ferrar com Zayn e o misterioso. Mesmo em dois dias, conhecia aquela mulher, e sabia o quão engenhosa e vingativa poderia ser, além do que, estava claro seu desgosto por homossexuais, coisa que Louis tinha certeza que, pelo menos, o misterioso era. Nenhum hétero ou bi teria aquela pegada tão firme na cintura de outro cara. Não que Louis tivesse notado a diferença, óbvio.

O gosto borrachudo do pão ainda salpicava em sua língua, que estava meio dormente. Seus olhos cansados corriam pelo salão, observando as pessoas se ajoelharem e sentarem, e algumas poucas ainda estava na fila para receber a hóstia. Eram todas muito diferentes, em sua maioria idosos, algumas crianças recebendo pãezinhos doces, adolescentes e jovens também. Diferentes tamanhos, cores de cabelo, fisionomias, mas havia um detalhe que Louis reparara. Ele era muito observador, e notara essa semelhança quase com espanto. Corria os olhos, e em todos os lugares que via, todos, absolutamente todos, pareciam usar as roupas mais caras e mais elegantes que possuíam.

Parecia ser algo quase combinado. É claro que você não frequenta a Igreja, a Casa de Deus, como um mendigo, mas é preciso usar suas melhores roupas? Era algo quase como uma competição para ver quem tinha mais, quem mostrava mais. Isso era um fenômeno que acontecia há muito, já, e Louis reparara. Com o surgimento do capitalismo e da mídia, todos os lugares viraram centros de competições. As pessoas compram e compram mais ainda, e quando o seu vizinho tem um produto cinquenta centavos mais caro que o seu, você vai lá e compra outro, um real mais caro. E assim sucessivamente.

O garoto achara que isso era um absurdo, um completo absurdo. A Igreja era um lugar sagrado, onde as pessoas procuravam conforto divino e iam para rezar, confessar seus receios e agradecer seus milagres, e não para comparar suas riquezas com outra pessoa. Comparando-se com qualquer outro garoto que estava ali, Louis sabia que pareceria um verdadeiro mendigo, com sua blusa surrada e apagada, suas calças fora de moda e seus TOMs sujos.

Por mais que negasse, Louis era uma dessas pessoas que se importavam e muito com a opinião dos outros. Queria sempre agradar, mesmo que isso lhe machucasse. Colocava a opinião alheia acima de si própria, e sabia que isso era um defeito, um grande defeito. Daria tudo para ser como essas pessoas que estão pouco se fodendo para o mundo, são do jeito que são e estão bem com isso. Como Zayn, ou o misterioso.

O Tomlinson os invejava. Inveja era um sentimento mesquinho, egoísta, mas era verdadeiro. Claro, não aquela inveja repugnante de garota quando sua melhor amiga compra um Iphone ou arranja um namorado melhor que o seu. É aquela inveja que te faz querer ser igual aquela pessoa, como uma meta ou um objetivo. Eles eram despojados, sua atitude de 'fodam-se vocês' e tinham uma pegada meio rocker, meio hipster, que, francamente, era extremamente sexy.

Sempre tivera uma queda por esse estilo de vida. Gostara da independência de se relacionar com pessoas que tinham a 'cabeça formada', Nunca fora, realmente, com a cara dessas pessoas que ligam para cada opinião, que tentam ser bonecos da sociedade. É claro, até se tornar uma.

Suspirou, livrando-se dos devaneios momentâneos. Costumava fazer muito isso, ultimamente.

Correu os olhos novamente, detendo a sonolência que tomava conta de si. Sentia-se estranhamente cansado, mas, por algum motivo, não queria voltar para casa com Rosemare e passar seu domingo, provavelmente, cozinhando cupcakes com a velha senhora durante todo o dia. Não que fosse egoísta, ou algo do tipo, ainda se sentia extremamente grato a ela por lhe conceder um lugar para ficar e comida, mas não se sentia  extremamente inclinado a desperdiçar seu resto de domingo dormindo ou pior, cozinhando.

Foi então que uma ideia se iluminou contra seu pequeno cerebrozinho cansado e obscuro. Uma ideia que soava muito mais atrativo. Seu peito inflou-se, lembrando das duas figuras mais hilárias e mais queridas que conhecia.

– Ahn, Rose? – murmurou, aproveitando que o coro ainda aguardava o fim da comunhão e cantava uma daquelas músicas inspiradoras de louvação. Ela o olhou de soslaio, aparentando ocupada demais contando as contas de terço para falar com alguém – Não vou para casa com você, tudo bem? Preciso visitar alguns amigos. – ela assentiu, dando de ombros como se não se importasse com o que o garoto fazia ou deixava de fazer.

– Esteja em casa às onze. Não gosto de deixar a porta aberta com todos esses marginais soltos por ai. – foi seu único pronunciamento antes de se levantar, junto com todos os outros, para a oração final.

Louis assentiu, sorrindo torto, e levantou-se também. Ficaria após a missa, para ajudar Stanley com a arrumação, e seguiria direto para o apartamento que seus dois melhores amigos dividiam, atualmente. Lembrava-se vagamente que iria visitá-los no dia anterior, mas algumas contrapartidas tiraram seus planos do trilho. Mas, antes tarde do que nunca, e sabia que os amigos ficariam felizes em revê-lo, depois de tanto tempo longe.

Houve a oração, os recados e avisos semanais, e logo após, a benção. Quando o reverendo anunciou o fim da celebração, as saídas encheram-se de pessoas, algumas parando para cumprimentar velhos conhecidos e parando na gramínea para discutirem o sermão dado, tipicamente comunitário. Depois de algum tumulto, o garoto conseguiu se mover, saindo por uma abertura lateral escondida por uma parede falta, que dava em uma escada numa abóbada, e, mais abaixo, no salão principal do ministério.

Todos ainda estavam lá, coroinhas, salmistas, oradores, Stanley e o próprio reverendo, sendo cumprimentado por todos por seu 'belíssimo' sermão matutino. Stanley dobrava e guardava os mantos dentro do guarda-roupa Este era enorme, realmente espaçoso, e caberiam duas pessoas lá dentro, normalmente. Tinha uma pequena lâmpado, prateleiras ao fundo e cabides dispostos em dois madeirais em mogno. Louis caminhou até ele, tocando levemente seu ombro. Ele saltou, mas ao vê-lo, abriu um grande sorriso, que o menor retribuiu.

– Bom dia, Lou! Não tinha te visto na missa de hoje. – comentou, entregando algumas peças para ele dobrar, e colocava todas em pilhas separadas por tamanho nas prateleiras do enorme guarda-roupa. Surpreendeu-se por haverem tantas peças.

– Eu estava no canto, com Rose. – deu de ombros – Ela insistiu para que sentássemos lá, disse que era uma questão de honra ou algo assim. – riram.

– Entendo. – ele parecia querer mais alguma coisa, mas foram interceptados pelo reverendo Francesco, que sorria, com seu bigode e sua barriga achatada e pequenino.

– Garotos! – brandou, animado, colocando as mãos uma em cada ombro. Louis estremeceu.

– Bom dia, senhor! – Stanley o cumprimentou, quase se ajoelhando e beijando seus pés.

– B-bom dia. – murmurou, não fazendo contato visual.

– E então, o que acharam da missa de hoje? Eu estava inspirado, admito. – ele e o novo padre riram, partilhando da piada, e o Tomlinson apenas forçou um riso, que se desmanchou no segundo seguinte.

–  Incrível como sempre, senhor.

– E você, meu caro rapaz? – se dirigiu diretamente a Louis, que subiu e desceu seu pomo de adão, antes de se virar para respondê-lo.

– Foi muito... inspirador, senhor. – escolheu com cuidado suas palavras, não deixando a acidez transparecer em sua voz.

– Oh, sim, que bom! – brandou novamente. Ele realmente lembrava aqueles senhores meio bisonhos de parques que defendiam pombos e jogavam pipoca por ai, só que com um toque mafioso – Bem, garotos, eu infelizmente preciso ir. Nos vemos no grupo de reunião, eu espero. – pegou seu chapéu no porta-casacos e o pôs na cabeça. Agora, sem dúvidas, ele parecia um mafioso mexicano, mais do que um velhinho que espalha pipoca pelo mundo. Louis teve que deter o riso. Por alguma razão, achou aquilo extremamente engraçado.

– Até logo. – despediu Stanley. O salão estava deserto, a não ser pelos dois garotos. Era impressionante a velocidade de evacuação das pessoas, quando elas querem – Bem, Louis, eu tenho um compromisso meio urgente agora, você poderia terminar de dobrar isso daqui? – perguntou, mordendo o lábio inferior, e o garoto assentiu, arrancando um sorriso enorme do outro – Muito obrigado! Fico te devendo essa, dude. – saiu às pressas, levando um casaco nos braços e quase levando o batente da porta de correr junto.

Louis suspirou, novamente sozinho. Só restavam apenas três ou quatro peças, e depois que organizasse tudo, estaria livre o resto do dia. Queria apenas rever seus amigos, beber alguma coisa com eles, falar besteira, como se não estivesse tantas preocupações na cabeça. Como alguém normal. Claro, ele tinha quase vinte e um anos e queria ser padre, não é como se fosse totalmente normal, mas, mesmo assim, queria 'viver' enquanto podia. Depois, viria uma nova fase de sua vida, e estava pronto para ela.

Terminou de organizar os mantos e pegou a pilha da cadeira, entrando no enorme guarda-roupa e nem se importando em acender a lâmpada, iria ser rápido. Era só deixar a pilha no último canto vazio da prateleira e só. Escutou um tilintar, como se alguém tivesse aberto a porta, mas sacudiu a cabeça, rindo sozinho. Estava imaginando coisas.

Mas, de repente, tudo ficou escuro, e foi empurrado contra a parede oposta da mobília. Escutou o som de uma respiração próximo ao seu rosto, e começou a hiperventilar. Realmente, aquele armário era grande o suficiente para comodar duas pessoas, mas não era como se Louis precisasse ser trancado ali dentro com outra pessoa para comprovar.

– Olá, Loueh. – escutou um sopro, e sentiu todo seu corpo congelar. Seu pulmão parecia ter sido socado com nitrogênio líquido, porque ele realmente havia parado de funcionar. Suas pernas tremiam tanto que, mais um pouco, e escutaria o som de suas juntas batendo umas nas outras. A palma de sua mão parecia uma cachoeira, e nem precisava comentar da avalanche de animais não catalogados pela ciência brincando em seu estômago.

Louis não sabia seu nome, mas reconheceria aquela voz rouca e sádica de qualquer lugar. Mesmo vendo apenas duas frestas de luz que vinham da porta, podia visualizar seu rosto, com o típico sorriso torto, e talvez uma covinha aparecendo. Podia imaginar seus cachos caindo por seu olho, e suas mãos postas sobre o bolso.

– O-o que você quer? – ok, alguém poderia lhe entregar o certificado de estupidez agora.

– Ora, querido, eu senti saudades. – uma lufada de calor transpassou por seu rosto.

Ele estava perto. Estava muito perto. Estava perigosamente perto. E aquelas palavras abalaram definitivamente as estruturas restantes de Louis. Foi como se acendessem uma chama azul em uma geleira, e ela, lenta e estupidamente, começara a derreter, formando sobre si uma poça de água morna, os restos mortais de sua existência. Louis era a geleira, sua sanidade, a poça d'água. Ele, a chama.

Foi caminhando para trás, mas dois pequenos passos e dera com as costas na parede. Sentiu a pele sobre seu rosto. Ele havia posto seus braços ao lado do garoto, como uma jaula, para que não fugisse. Não que houvesse possibilidade de tal coisa. Nem vontade, odiava admitir. Seus olhos, vagando no nada, tentavam focalizar em algum ponto dele, qualquer coisa, seus olhos, seu nariz, sua – temível – boca, qualquer coisa. Precisava de um ponto de apoio, ou realmente desabaria.

– Sabe... – soprou contra seus lábios, que tremeram. O que restava de sua sanidade mental, já fora para o espaço, com certeza – Desde ontem, não consigo parar de pensar em você. – seu sussurro parecia ligar algo em Louis. Sua voz era angelical, e, ao mesmo tempo, tão tentadora quanto o próprio inferno.

– E-eu também. – Louis sussurrou, se martirizando depois. Essa não era a coisa mais inteligente a se dizer naquela situação, e admitir em voz alta tornava tudo mais insano. Podia sentir, de longe, o sorriso que se formara nos lábios dele.

– Eu quero beijar-lhe, Louis... – murmurou, se aproximando tanto que seus lábios roçaram contra a pele do Tomlinson. Este, estremeceu do fio de cabelo até o dedão do pé. Aquelas palavras pareciam como uma chave. Em questão de segundos, um fogo interno aqueceu todas suas células, e esse desejo maluco passou a ser compartilhado entre eles. Sua imaginação projetou seus lábios emoldurados nos lábios dele. Rosados, firmes, cheios. Entrelaçando-se como um só. Suas mãos em seus cachos, apertando-os. A cena não aqueceu somente suas células. Seu baixo-ventre também estremeceu, incomodado. Não era possível que Louis estava ficando excitado apenas com uma simples frase.

Pareceu que ficara pensando demais. Sentiu, então, os lábios dele aproximando-se dos seus, e fechou os olhos, esperando. Grande parte de si queria aquilo tanto, ou mais, que o outro, mas o resquício mínimo de consciência que lhe sobrara tentava lhe gritar que era errado. Era insano. Sinceramente, Louis estava pronto para mandar a consciência se foder, mas sabia que ela estava certa. Não podia deixar aquilo acontecer, mas era tarde demais. Sentiu o impacto suave de seus lábios.

E a sensação. A sensação foi indescritível. Apenas com um simples toque. Louis achava que estava beijando um pêssego, quão suave era-os. Tinham gosto de menta, algo cítrico, algo como laranja, bebida e cigarro. O garoto nunca suportara cigarros, mas decretou que aquela era a melhor mistura do mundo. Podia, literalmente, ir ao céu e voltar com aquele beijo. Ou ao inferno. Porque, sinceramente, Louis não se importava mais. O inferno parecia ser bastante tentador enquanto tinha aqueles lábios contra os seus. No entanto, o garoto havia petrificado-se. Como se, sei lá, alguém tivesse lhe jogado um feitiço. Não conseguia mexer os músculos, que dirá a boca. Parecia como cordas, que prendiam-no no lugar, tentando o fazer ver como aquilo era errado. Mas, ao mesmo tempo que era errado, parecia muito certo.

Com certeza, Louis estava enlouquecendo. Ele o beijara por dois segundos, pelo amor de Deus! Mas, sentia, em seu âmago, que necessitava daquele beijo. Precisava daquele toque, quase como se dependesse daquilo. Como uma droga. Se você é viciado em crack, por exemplo, isso já não te faz uma boa pessoa, mas, se você sofrer de abstinência, você se torna a pior pessoa do mundo. Você é capaz de qualquer coisa pela sua droga, por só um pouco dela. O de olhos azuis sentia-se assim agora. Um toque. Um único e miserável toque, e ele já se sentia como um drogado. Um viciado. E aquele toque, aquele específico toque, fazia com que se estivesse com uma abstinência ferrada, e só aquilo poderia lhe acalmar. Era doce, mas, ao mesmo tempo, cítrico, e ligeiramente salgado. Era curto, mas, ao mesmo tempo, parecia durar milênios. Era superficial, mas parecia tão profundo que alcançava sua alma e todos seus sentidos. Era perfeito. Louis nunca sentira aquilo em sua vida.

É claro que ele se lembrara bem de seu primeiro beijo. Afinal, sempre é lago memorável. Poderia ser por algo bom, ou por algo péssimo. De qualquer maneira, foi quase como todo primeiro beijo de um garoto de treze anos com a paquerinha do colégio. Era intervalo, e seus amigos haviam meio que arrumado um 'encontro' para eles. E, com encontro, ele queria dizer que eles ficariam juntos perto do parquinho durante o intervalo. E assim foi. Ela se chamava alguma coisa com M, tinha certeza. Era extremamente inútil se lembrar do nome. Mas, enfim. Ele nem levara seu lanche, com medo de ficar com mau hálito, e seu estômago agora dava sinais claros de vida, implorando por carboidrato. Mas, ao contrário de se alimentar, Louis mastigara três chicletes de uma vez, e estava tão nervoso que suava como um porco, levando em conta o fato de porcos não suarem. De qualquer maneira, ela usava uma tiara toda colorida, e era bem tímida. Eles não trocaram nenhuma palavra por dez minutos, até que Louis decidiu tomar a atitude. Se aproximou devagar, e a viu fechando os olhos. Não tinha ideia do que faria naquela hora, então só colou seus lábios. Durou uns trinta segundos, e quando se separaram, havia uma trilha de baba. Ambos estavam muito vermelhos, e ela tinha um sorriso no rosto. Louis sorriu também, e a beijou novamente, com mais convicção. Tivera gosto de hortelã, do chiclete que ele estava mascando. E só. Nenhuma emoção, nem borboletas no estômago, nem frio nas mãos, nem tremedeira. Nada.

Ali, naquele armário mofado, parecia um primeiro beijo verdadeiro, daqueles que os escritores descrevem nos livros de romance, quando a mocinha se declara pro herói e eles ficam juntos pela primeira vez.

Tudo durou no máximo dez segundos. Seus lábios se afastaram, e Louis teve que admitir que foi como uma ruptura em seu âmago. Como duas rochas se partindo. Pareciam tão fundidas, como se não pudessem se separar. Amalgamados, era a palavra certa. Suspirou, como se fosse tornar tudo mais real.

– Vamos lá, você faz melhor que isso... – ele sussurrou em sua orelha, causando uma série de arrepios desconfortáveis e uma trilha de fogo por sua nuca.

– M-mas é errado. – murmurou, arrumando voz sabe-se Deus da onde, já que sua garganta estava tão fechada que parecia que alguém havia socado meio quilo de terra por suas ventas até sua laringe.

– Vamos lá, eu sei que você também quer. Beije-me como se você não se importasse com nada. – murmurou em soprano, e tornou a beijá-lo.

A mesma sensação, mas algo parecia diferente. Parecia mais... convicto. Como Louis, com a garota, depois de ter passado da fase 'vergonha'. Ele os investia contra si, esperando uma resposta, que parecia nunca vir. Mas veio. Ah, Deus, ela veio.

Os músculos de Louis, que antes pareciam gelatinas congeladas, agora estavam se movendo sozinhos, e não obedeciam comando nenhum da Sra. Consciência. Realmente, Louis tinha mandado-a se foder. Sabia que iria se arrepender em um futuro não tão distante, mas quem se importava? Ele não.

Seus braços automaticamente rodearam o pescoço dele, e dentre o beijo, sentiu-o sorrir, enquanto os seus braços rodeavam sua cintura com firmeza, aproximando seus corpos. Um choque percorreu toda sua extensão, e ele, timidamente, abriu a boca, por onde a língua do outro passou, chocando-se com a do Tomlinson.

E quer saber? A sensação foi mil vezes melhor. Um choque de mil volts parecia ter tomado conta deles, mas ele poderia ter morrido e não percebeu. Seu coração parecia bater como uma escola de samba inteira, e tinha a impressão que ele romperia por sua garganta a qualquer momento. O ar parecia facas afiadas e quentes, mas ele também não se importava com aquilo. Só queria mais dele. Mais do seu beijo. Mais das suas mãos rodeando sua cintura como se dependesse daquilo. Queria mais dele juntando seus corpos como se quisesse uni-los em um só. Os lábios pareciam ser feitos um para o outro, pois se completavam perfeitamente. Seria clichê demais dizer que suas línguas travavam uma batalha, um dança sensual onde se enrolavam como duas serpentes? Sim, seria. Mas Louis amava clichês, apesar de tudo. Não parecia ter consciência de que estava beijando um garoto. Um garoto. Não se importava, como ele mesmo dissera. Suas palavras pareciam ter um efeito tranquilizador e libertador nele.

Ousado, arriscou uma mordida em seu lábio inferior, e sorriu obtendo um gemido rouco como resposta. Mas veio o troco. Este sugou seu lábio inferior também, com força, como se quisesse marcá-lo. Louis não conseguiu evitar o gemido, e o outro parecia gostar daquilo, e muito. Era música para seus ouvidos. Realizando um desejo pessoal, as mãos de Louis voaram para os cachos, bagunçando-os e enterrando-se neles. Eram macios e sedosos. Grande o suficiente para puxar, e foi isso que ele fez. Ele, em contrapartida, grunhiu, apertando mais ainda seus corpos. Louis nunca imaginaria que beijar era tão bom. Já beijara muitas garotas na sua vida, mas, por Deus, nenhuma delas não conseguira nem um milésimo de reação quanto aquele beijo.

O ar, bom como é, se fez faltar, e os pulmões pareciam apertar e clamar por oxigênio. Louis realmente não ligara, se fosse para morrer de falta de ar, morreria extremamente feliz, mas teve que se separar. Continuou com as mãos nos cachos, e sua cintura estava marcada e dormente por conta dos apertos. Ambos estavam ofegantes, como se tivessem corrido uma maratona até aquele mísero guarda-roupa. O garoto respirou fundo, tentando acalmar as batidas frenéticas dentro do peito.

– Agora sim, Loueh. – o outro murmurou, arfando, mas era perceptível sua satisfação.

Soltou sua cintura minimamente, desfazendo o abraço, mas não o toque. Uma de suas mãos foram até sua franja bagunçada, jogando-a para os lados em um carinho bruto.

– Amanhã, às oito. Nós vamos sair. Encontre-me na loja de shakes, a mesma que Zayn te levou. É bom estar lá. – a ameaça não parecia surtir tal efeito em sua voz calma e aveludada. Ele fez menção de o soltar.

– E-espere! – novamente, sua voz parecia esconder-se em algum lugar em um universo alternativo, e tinha o poder de aparecer mesmo quando achava que seus pulmões pareciam feitos de água gasosa e gelatina, tudo misturado. Ele o olhou, erguendo uma charmosa sobrancelha – Eu não sei seu nome.

– Pode me chamar de Harry. – o sentiu piscar uma de suas esmeraldas.

Agora, soltou-o completamente, plantou mais um beijo rápido e abriu a porta do armário. A luz cegou a ambos rapidamente, e Louis notou em seu rosto vermelho e radiante, Seus cachos estavam um caos, como se duas águias tivessem montado ninho ali e brigado, mas, mesmo assim, era de um charme invejável. Saiu pela porta tranquilamente, as mãos no bolso, e não olhou para trás.

Louis ficou ali, os olhos semicerrados, acostumando-se com a luminosidade. Um dos dedos foi até seus lábios, dormentes e provavelmente inchados. Ainda não estava acreditando no que acabara de acontecer, mas um sorriso apareceu contra seus dedos.

Porém, como um raio, sua sanidade pareceu voltar junto com a luz. O sorriso sumiu. A verdade veio como um vulto, caindo sobre sua cabeça em um só impacto. Ele havia beijado Harry. Dentro de um armário. Beijado Harry. Ele havia o intimado para um encontro. Por todos os céus, o quão fodido estava naquele momento?

Unholy (Larry Stylinson AU Religious!Louis)Onde histórias criam vida. Descubra agora