I think he's mine

12.7K 736 1.1K
                                    

[N.A.] OLÊ OLÊ OLÊ OLÁ BRA-SIL!
Olá, unholers! Como deu pra perceber, eu ainda estou no clima de copa, Brasil sendo da zoeira e marcando o primeiro gol da competição contra, valeu Marcelo KKKKKKK
Mas enfim, não vou ficar comentando futebol com vocês. Mil perdões por atrasar novamente, mas, não sei se eu falei ou não, minha semana de provas começou e está sendo um inferno! Estudo mil vezes mais e só durmo, tipo, umas três horas por noite. Consegui finalizar o capítulo só agora de tarde, então mil desculpas mesmo. Se Alá quiser eu entro de férias semana que vem, aí as atualizações serão cumpridas corretamente, prometo! *smiling*
OBRIGADA PELOS COMENTÁRIOS, eu sempre falo isso e nunca vou me cansar de dizer, vocês são os melhores, obrigada, de verdade!!
Mas agora eu queria falar uma coisinha rapidinho antes de vocês lerem o capítulo.
Eu estava lendo uma fic – mais que perfeita, se querem saber – que se chama Broken Pieces, de larry. Eu a encontrei por acaso, e a fic é realmente impressionante! A história é única, e eu realmente amei lê-la. Ela ainda não foi finalizada, mas trata-se de um tema parecido com a de Unholy.
Conta a história de Harry, que é religioso, e de Louis, que não é. Na verdade, a mãe de Harry é fanaticamente religiosa, e, quando o Harry assumiu ser gay, ela fez o maior fuzuê, bateu nele, o castigou, e acabou com o seu namoro. Resumindo, ela quer a todo custo que Harry se cure da 'doença' dele que é ser gay, bate nele, o castiga, o manda rezar no milho e essas coisas, até que o Hazz, um dia, conhece a Lottie, e vocês imaginam o resto. Se não imaginarem, vou deixar a fic no link externo, é só conferir :)
O objetivo não era divulgar a fic, na verdade. É mais sobre o tema dela, o jeito que a autora aborda a religião e o fanatismo todo. Ela é uma ótima base pra fic, e eu me inspirei em muita coisa agora, mas eu queria dizer que, desde o princípio, o meu objetivo NÃO FOI e ainda NÃO É abordar esse lado da religião, os castigos, o fanatismo católico, a Bíblia, nem nada do gênero! O que eu quero é explorar os sentimentos, o modo como cada um encara essas questões, os dilemas que Louis sofre por ser católico e se encontrar em uma situação onde se sente emocional e fisicamente atraído por outro homem. Por esse motivo que a fic não contém tantos temas religiosos, não vai a fundo nesse contexto, entendem?
“Ah, Mayara, então por que toda essa enrolação, então?” Porque, meus caros gafanhotos, eu achei interessante deixar isso claro. Desde que eu li a fic, eu comecei a pensar sobre o assunto e realmente existe uma grande diferença, que vale a pena ser ressaltada. E, também, evita problemas futuros, caso alguém se sinta meio perdido na história. O meu objetivo aqui não é a religião em si, e sim o modo como ela é interpretada na mente de cada um, o que leva alguém a se fanatizar por isso e os dilemas pessoais, okay? E, se vocês quiserem, vale MUITO A PENA conferir a fic, vocês perceberão o que eu disse por si mesmos :)
Tá, eu acho que ninguém leu tudo isso, mas enfim. Obrigada pela atenção. Vocês são demais, guys. So much love.

P.S.: Estou com um novo projeto de fanfic larry nas férias. Podem aguardar novidades :D *I'm a bad bitch* [/N.A.]

3º. P.O.V.

Louis se sentia feliz como nunca antes – claro, ignorando a noite anterior, cuja qual ainda se instalava em sua mente como o replay de um vídeo. O garoto se sentia animado e queria contar aos dois melhores amigos sobre todos os detalhes, mas, ao mesmo tempo, queria manter aquele momento apenas consigo, pelo menos por enquanto. Egoísta, sim, mas estava apenas comprovando o ditado popular: o amor é o sentimento mais egoísta de todos.

Não que ninguém estivesse falando de amor, ou algo do tipo.

Oh, quem ele estava tentando enganar? Sabia que era tarde para voltar atrás, seu coração batia mais forte e mais rápido, sentia-se mais quente e mais vivo, e até mesmo seu cabelo estava mais brilhoso e sedoso naquele dia. Simplesmente não conseguia parar de pensar no menino dos olhos verdes, e seu sorriso enorme rasgava seu rosto como se tivesse sido costurado ali. Já havia passado pela fase adolescente – ou não – cuja qual fazia as pernas tremerem, as mãos suarem, a cabeça derretia e o estômago virava ácido. Claro, ainda sentia toda essa receita borbulhando dentro de si, mas era algo diferente. Queria vê-lo sorrir. Queria ter amanhecido em seus braços, queria acariciar seu cabelo encaracolado, queria fazê-lo feliz. E aquilo certamente não era algo que caracterizava a paixão incendiante que o assolava quando seus lábios o tocaram pela primeira vez, no armário.

– Lou? Louis! – Niall chamou, estralando os dedos em sua frente, rindo. Estavam todos sentados no chão sobre alguns colchões de ar e cobertores jogados. Haviam fechado as cortinas cor de caramelo, impedindo a entrada excessiva de raios solares, colocaram vários filmes e estavam há algumas horas comendo e conversando banalidades. Liam estava jogado sobre o loiro, e este, apoiado nas pernas de Lou. Estavam lembrando dos velhos tempos, quando não tinham responsabilidades e ficavam vadiando o dia todo juntos, compartilhando apenas os bons momentos, como verdadeiros irmãos que eram. O Tomlinson sentia seu peito inchar de gratidão e emoção, e queria apenas sufocá-los em abraços eternamente.

– Que foi? – murmurou, enfiando mais um bocado de qualquer coisa na boca. Assistiam preguiçosamente a uma comédia romântica estúpida com um ator bonitinho que tinha a mesma história de sempre.

– Você estava meio avoado, pensei que estava no mundo da lua. – deu de ombros, comendo alguns biscoitos.

– Eu só estava pensando. – sorriu torto.

– Em quem? Em Harry? – brincou, com um sorriso sacana no rosto, enquanto Louis corava e lhe batia com uma almofada. A risada do loiro preencheu o ambiente.

Niall havia aceito extremamente rápido a nova condição de Louis. Em questão de minutos, já havia feito inúmeras brincadeiras e soltado piadas sem graça que o fazia rir sem pensar. Sentia uma enorme gratidão pelo irlandês, sobretudo. Ele estava fazendo tudo para deixar o clima mais leve, e fingira apenas que nada acontecera, se habituando aquela situação com uma rapidez incrível. Liam, por outro lado, ainda se sentia meio envergonhado e recluso, mas ria por educação, claramente incomodado, mas não falando nada por respeito a Lou.

– Quem sabe? – encolheu os ombros, sorrindo culpado, enquanto Niall fazia um pequeno escândalo, soltando inúmeros 'awn!'.

– E... hm, quando vamos... conhecê-lo? – Liam murmurou timidamente, e Louis lutou contra a vontade de abrir a boca em um pequeno O.

– T-talvez ele venha me buscar aqui hoje. Quer que eu conheça uma pessoa. – admitiu, corando – Isso é, se vocês não se importarem! – se apressou em dizer.

– Mas é claro que não! – Niall retrucou mais rápido ainda, quase ofendido. Rolou os olhos, se sentando e colocando Liam em seu colo, enquanto este reclamava de ter saído de sua posição 'mais que confortável' – Fazemos questão. Temos que saber quem está namorando o nosso bebê. – decretou, autoritário.

– Niall, eu sou o mais velho. - rolou os olhos, entediado – E nós não somos namorados. – reprimiu um ainda no final da frase, que saiu em um sussurro.

– E-e o que vocês são? – Liam quem perguntou, tímido, como se tivesse medo de magoar os sentimentos do Tomlinson com perguntas indelicadas.

– Não sei. – suspirou – Tivemos uma noite incrível ontem, e ele age como se fosse meu namorado, mas precisamos de um pouco de tempo. Sinto que não o conheço bem o suficiente.

Louis sentiu esse incômodo rondar sua cabeça por toda a noite. Essa sensação era desagradável, e o fazia se sentir culpado como o Diabo, mas não podia deixar de pensar na pequena briga do carro. Parecia como um outro Harry, e, se aquele aparecera, poderiam existir outros. Quantos haviam, só Deus sabia. Louis queria amá-lo por completo, todas suas faces, todos os seus defeitos, que – melosamente falando – apenas o deixavam mais perfeito. Depois que tivesse plena confiança um no outro, então daria mais um passo que, e nunca admitira isso, estava ansioso para que acontecesse. Queria ser de Harry de todas as maneiras existentes. Queria que Deus abençoasse o seu amor que lhe guiasse para o melhor caminho. Queria que o mundo soubesse deles, a começar por Liam e Niall.

– De qualquer maneira, traga-o aqui, e diga para que traga a tal pessoa também. – Niall propôs. Liam o interrogou silenciosamente com uma sobrancelha erguida, tal como Louis – O quê? Quantos mais pessoas melhor, e assim, matamos dois coelhos com uma cajadada só. – concluiu o pensamento, e até que não era má ideia.

– Pode funcionar, dude. – murmurou, olhando para o celular apertado entre seus dedos nervosamente.

Surpreso, o garoto de olhos azuis constatou que havia uma nova mensagem! Reprimiu a vontade de sair gritando, dançando, cantando e rolando pelos cantos e a abriu, um turbilhão de sentimentos se misturando dentro de si. Poderia até ter saído da fase adolescente, mas a fase adolescente não saía dele. Enquanto lutava internamente entre surtar ou não, o loiro e o moreno discutiam qualquer baboseira sobre o filme, entretidos em seu próprio mundinho.

Desbloqueou a versão ultrapassada e ainda muito funcional de seu Iphone, revelando a foto de vários gatos amontoados uns no outro. Mesmo que fosse infantil, Louis não conseguia evitar não ter um surto de fofura sempre que via seu papel de parede. Claro que não deixaria ninguém ver, óbvio.

Lá estava o ícone piscando. O número era desconhecido, e o minienvelope amarelo abria e fechava exageradamente. O garoto clicou, tremendo, na mensagem, e esta exibia apenas duas frases.

Onde você está? Estou saindo em 20 minutos.
Hxx

A assinatura no final deixava inegável o dono da mensagem. Mesmo que apenas simples frases, causou um efeito completamente catastrófico em Louis, que desejou ser mais seguro de si e autoconfiante. Respirou fundo, olhando para os amigos, para o caso de estarem prestando atenção, e clicou em salvar contato antes de qualquer coisa. Com a sorte que tinha, vírus selvagens surgiriam de um buraco negro e apagariam as mensagens do aparelho, no mínimo. Secretamente, guardou como Hazzy. Fofo, discreto e irreconhecível. Quem desconfiaria de um apelido tão meigo? Nada que combinasse com a aparência monstruosa e antissocial do cacheado, mas não para Louis. Para ele, era apenas um garoto lindo que se sentia sozinho e tinha um passado obscuro. Apenas como ele.

Salvo o contato, resolveu responder antes que ele pensasse que não queria conversar, ou estivesse o dispensando, situação que não fazia jus a realidade apocalíptica do mais velho.

NO, Palm Beach, 469.
Traga a pessoa também, meus amigos querem te conhecer também :)
Lx

Enviou antes que se arrependesse de qualquer coisa. Torceu para que Harry soubesse onde ficava NorthOne, e que não se recusasse a trazer a pessoa. Ficaria muito sem graça, para dizer o envergonhado. O Styles não parecia ser do tipo social, aliás, não parecia corresponder do tipo normal – não que fosse uma coisa ruim, mas apenas aumentava o medo de Tomlinson. Ele e Liam pareciam ter os gênios parecidos, enquanto Niall era a personificação de seu total oposto. Não sabia como ambas as partes reagiriam, porém sabia que não estava emocionalmente preparado para uma guerra civil em sua vida, muito menos ter que escolher entre eles.

Sentiu o aparelho vibrar sobre seu colo.

Hazzy
Estou saindo.
Apresentando-me para os amigos? Isso quer dizer que estamos oficializando nossa relação, doçura?

Engraçadinho fora a primeira palavra que Louis pensara, logo depois vindo o rubor da brincadeira seguida pelo apelido que o cacheado usara. Podia imaginar perfeitamente seu sorriso irritantemente irônico perdurado e os olhos brilhando. Deu graças a Deus por ele não poder vê-lo detrás da tela de vidro.

Que graça, Harry.
Estou esperando.
xx

Guardou o celular, voltando-se para a frente. Liam e Niall haviam acabado de discutir, e o moreno estava confortavelmente deitado sobre o loiro, e este cafunava seu pescoço distraído. O final havia mudado, e parecia ser um documentário extremamente chato, então Louis resolveu observar os amigos. Inconscientemente achou-os adoráveis juntos. Aquele era um dos pontos negativos de ser... bem, como ele era. Qualquer casal, por mais impossível que fosse, parecia extremamente fofos juntos. É claro que nunca, nada aconteceria entre o Payne e o Horan, mas isso não tirava a meiguice da cena.

– Ele estará aqui em quinze minutos. – comentou, e ambos o encaravam, Niall com os olhos brilhando de emoção, e Liam com a testa franzida, mas tentando sorrir.

– Deus nos ajude. – murmurou.

Louis também pensava. Fazia uma oração em sua mente, pedindo a ajuda e a proteção de todos os santos e anjos, embora não tivesse a mesma fé que antes. Não que tivesse se deserdado, ou algo do gênero, continuava extremamente crente nas forças Dele e em sua Majestade, mas tinha a consciência, mesmo que lá no fundo, que Deus talvez estivesse decepcionado com ele. Seu Filho estava confuso, e, segundo Seus ensinamentos, estava indo contra sua doutrina. Sentia-se sujo, e, mesmo acreditando em um Deus de amor e perdão, não era isso que pregavam as igrejas que frequentava e os sermões que escutava. E se Ele tivesse se virado contra ele? E se resolvesse aplicar-lhe a Sua vingança? E se fosse contra àquele amor proibido? Os grandes 'e se' não paravam de lhe vir, fazendo com que um arrepio subisse por sua coluna, chegando até sua alma.

Balançou a cabeça, tentando afastar tais pensamentos. Já se deprimira demais por um dia, e o que fosse pra ser, seria.

Quinze meros minutos nunca demoraram tanto para passar. Meio ansiosos, Niall e Liam resolveram parar o filme e arrumar a casa para deixá-la, no mínimo, habitável, limpando a louça suja, tirando os colchões e jogando-os no quarto de bagunças e abrindo as cortinas. A luz entrou com força total, cegando-os. Niall colocou uma blusa e Liam ajeitou-se, sentando no sofá com as costas tencionadas. Eles faziam parecer que estavam recebendo a visita da rainha, o que não ajudava nem um pouco as condições psicológicas de Louis, que entoava antros indianos para limpar seu chackra e purificar seus nervos, ou qualquer coisa que fingisse acalmar seus ânimos de noiva em véspera de casamento.

Suas costas estavam eretas tal como uma vara amarrada contra estas. Sua respiração estava ritmada, quase mecânica, e tinha certeza que não ficaria tão nervoso se fosse conhecer sua futura sogra (no caso ele já conhecia e eles não se davam bem, mas não era algo que ele diria em voz alta, de qualquer maneira).

Liam estava no sofá, balançando a perna como um tique, e Niall estava com os olhos grudados no celular, digitando rapidamente sem ao menos piscar. Parecia o único ser vivo na sala que não estava a beira de um colapso nervoso.

Como uma buzina, a campainha tocou alto, como um aparelho de choque, fazendo Louis saltar e quase cair nas próprias estruturas. Liam respirou fundou, esfregando as mãos umas nas outras e fazendo o sinal da cruz discretamente. Niall fitou Louis, curioso, mandando boas vibrações, sorrindo. Louis tentou retribuir, sentindo os lábios endurecerem. Caminhou em passos longos até a porta, respirando bem fundo antes de abri-la.

Mesmo depois de uma semana, estava claro que ele nunca superaria o choque de fitar a perfeição de Harry a sua frente sempre que se encontrassem. Especialmente naquele dia, o garoto parecia ter tirado o dia para ser maravilhoso, mesmo estando extremamente simples, ainda assim matinha aquela aura angelical e o sorriso superior no rosto que não combinava com sua aparência, mas, ainda assim, apenas a deixava mais perfeita.

Usava uma camiseta preta de pano leve e meio transparente, com as mangas dobradas acima do cotovelo. Seu peitoral definido exposto fez Louis perder os sentidos por um momento, e algumas de suas tatuagens brilhavam contra a pele esbranquiçada. Seu sorriso era contagiante, e havia algo em seus olhos. Reparou em uma corrente de prata dependurada contra seu pescoço, e também que havia outro alguém, mas não se importou. Só queria sentir os lábios do cacheado contra os seus o mais rápido possível. Como um alcoólatra liberado para beber um copo de rum puro.

Sempre que se viam, se tocavam ou se beijavam, Louis comparava-os com alguma metáfora estranha que surgia em sua mente. Entretanto, nunca conseguia alguma metáfora incrivelmente romântica ou profunda. Apenas conseguia comparações com doenças, vícios, dependências. Era algo que não conseguia controlar. Em seu âmago, talvez associasse aquele sentimento que tomava conta de si com algo ruim. Era seu carma. Era seu vício, sua droga, sua dependência. Não encontrava outra maneira de se expressar. Harry era sua droga, e ele se via, irremediavelmente, cada vez mais viciado.

Ergueu a ponta dos pés, rodeando o pescoço do de olhos verdes, ao mesmo tempo que este pegou em sua cintura firmemente, o erguendo alguns centímetros do chão. Se encararam, sorrindo, e colaram os lábios devagar, em um selinho demorado e elétrico. O contato era íntimo e ao mesmo tempo casual, e, em um impulso de aprofundá-lo, Louis apertou-se contra Harry, porém, escutou um pigarreio vindo de dentro, e sem precisar adivinhar quem o tinha desferido – Liam – separou-se do abraço, corando fortemente nas maçãs. Harry riu baixo, acariciando seu rosto levemente.

– Oi. – murmurou, com covinhas que derreteram toda a estrutura restante de sanidade do Tomlinson.

– Oi. – ele retribuiu, dando espaço – Entra.

O cacheado assentiu, entrando e se prostrando no canto da sala, olhando ao redor com os olhos fixos em uma linha do horizonte invisível. O coração de Louis bateu mais forte, aguardando a entrada da 'tal pessoa', e qual foi sua surpresa quando viu o conhecido garoto magro da jaqueta de couro e do cigarro na boca entrar?

– Zayn?! – exclamou, exasperado, fechando a porta e se voltando para o circo armado. Harry, ao canto, sorria torta, enquanto Niall passava os olhos de Louis, para Harry, para Zayn e voltava, com a boca aberta. Liam mantinha-se firme, porém era óbvia sua surpresa, principalmente sobre o Malik, que sorria superiormente, tal como o de olhos verdes, varrendo a sala com os olhos rapidamente. O mais velho respirou fundo, sentindo o colapso vir a tona – Que raios está fazendo aqui?

– Quem ainda diz 'que raios'? – o moreno indagou, com as mãos no bolso, erguendo uma sobrancelha para Louis.

– Não mude de assunto. – semicerrou os olhos, cruzando os braços. Mesmo que tentasse uma postura mais intimidante, ele era o que se sentia intimidado, cercado por gigantes em todo o lugar.

– Vejo que já se conhecem. – Harry murmurou, prendendo o riso.

– Claro que já nos conhecemos! E você sabia disso, Harry. – acusou, quase pulando em seu pescoço quando este riu e disfarçou com uma crise de tosses – Está ficando maluco? Eu quase tive um infarto, pensando que seria alguém importante! – brandou, fazendo cena.

– Ei! Eu estou aqui! – Zayn gritou, com as mãos teatralmente postas sobre o peito, mas o Tomlinson o ignorou. Niall riu baixo, e o Malik o fitou curioso, sorrindo amigável para o loiro que parecia, ao menos alguém, ter senso de humor.

– Okay, me desculpa, Loueh. – o garoto quase esqueceu porque discutia quando ouviu o apelido manhoso escorregar pelos lábios vermelhos de Harry, junto com aqueles olhos arregalados inocentemente e as covinhas malditas – Eu queria tornar as coisas mais formais. Zayn me contou que te conheceu muito antes, naquele dia, e ele é muito importante para mim. Considerem-se quase como cunhados, eu só queria fazer a coisa certa. – desabafou, e Niall segurou um 'awn' com o olhar vacilante de Louis – Me desculpa, vai.

– Tudo bem. – suspirou Louis, não aguentando encará-lo daquela maneira. Ele sorriu abertamente, murmurando um 'obrigado' baixo. O garoto estendeu a mão para Zayn, que o encarou, confuso – Prazer, Louis Tomlinson. – Niall gargalhou alto.

– Prazer, Zayn Malik. – retribuiu, sorrindo orgulhoso do menor, que o retribuiu.

Passaram-se alguns segundos de silêncio, e as mãos se desuniram lentamente. Harry encarava tudo observadoramente, sorrindo torto. Liam parecia não emitir sinais vitais, e, mais uma vez, fora Niall o salvador da pátria.

– Muito bem, pessoal, adorei as apresentações, comovente, lindo. – ironizou, se levantando e alongando os braços para trás – Prazer, sou Niall Horan. – estendeu a mão firmemente primeiro para Harry, mais ao canto, que ficou meio surpreso, mas logo assumiu sua posição indiferente novamente.

– Harry. Harry Styles. – apertou-a, e o oxigenado soltou um pequeno assovio surpreso.

– Harry Styles, uh? – repetiu, olhando para Louis.

O ar tornou-se mais denso, e tanto Harry, quanto Louis e Zayn, prenderam a respiração, esperando pelo pior. Estava claro que o de olhos azuis esquecera-se convenientemente de contar os detalhes menos importantes, como, por exemplo, que Harry era um assassino drogado que degolara o próprio namorado. Inconscientemente, Louis começou a rezar para que não acontecesse o pior. Confiava na capacidade de Niall de nunca julgar ninguém, não importam as hipóteses, mas sabia também que tudo tinha um limite, e, talvez, dividir o teto com um adolescente em condicional não fosse exatamente o que se chamaria de 'dentro dos limites'.

Mas era claro que ele os surpreenderia de novo.

– Prazer, dude! – exclamou, e Louis soltou todo o ar pela boca de uma vez. Quanto tempo havia o prendido? – Confesso que esperava alguém mais... normal, mas o nosso Lou aqui sempre teve bom gosto. – o loiro piscou, confidente, como velho amigo de Harry. Louis exclamou um curto “Niall!” para o amigo sem papas na língua, corando. Qualquer pessoa em seu estado habitual também se envergonharia, mas Harry Styles não era alguém que, talvez um dia, tivesse experimentado o 'estado habitual'. O de olhos verdes sorriu sacana, piscando de volta.

– É porque ele ainda não me viu pelado. – retrucou, fazendo o irlandês rir abertamente, jogando a cabeça para trás. Até mesmo Zayn soltou um riso alto.

– Vocês me matam de vergonha. – Louis murmurou, com as mãos sobre o rosto, escondendo a vermelhidão que se apossava de suas bochechas. Por que não podia ter amigos normais uma vez na vida?

– Relaxa, Louis, você se acostuma depois de um tempo. – Zayn sussurrou para ele, piscando confidente, e o garoto conseguiu até mesmo esboçar um curto sorriso – Ei, loiro! – chamou, e Niall se virou, ainda vermelho de riso – Eu gostei de você. Zayn Malik. Acho que vamos nos dar muito bem. – Niall sorriu para ele.

– Prazer, Zayn. Eu aposto que sim. – a tensão da sala se dissolveu instantaneamente. Todos estavam interagindo como amigos de longa data – com direito a piadas sem graça, é claro. Sempre haviam os comediantes de plantão. Louis olhou de soslaio para Harry, que sustentou seu olhar, sorrindo orgulhoso, como se dissesse “Está vendo, imbecil, está tudo dando certo”.

O garoto até mesmo arriscaria sorrir, mas então lembrou-se de mais uma presença na sala, até então calada e sentada no sofá. Engoliu em seco, pigarreando.

– Ahn, Zayn, Harry, aquele é Liam, meu outro amigo. – apontou para o Payne, que se levantou com as costas eretas e o olhar duro.

– Harry Styles. – o cacheado se apressou, e Liam apertou brevemente sua mão, soltando-a em seguida, como se não quisesse ao menos tocá-lo. O garoto murchou, assumindo uma posição parecida com a do moreno, seus olhos tomando um brilho perigosamente frio.

– Zayn. – o muçulmano nem se deu o trabalho de trocar apertos com Liam, encarando firmemente de cima. Instantaneamente, Liam soube que não gostaria dele.

– Louis, me acompanha até a cozinha por um momento? – disse cordialmente, seguindo em passos rápidos até a mesma. O de olhos azuis assentiu curtamente, tremendo na base. Em um olhar rápido para Harry, o outro balançou a cabeça em concordância, puxando um assunto qualquer com Niall e sorrindo superficialmente, como um ator. Zayn também entrou na onda, rindo de qualquer coisa. Louis respirou fundo e saiu.

Quando entrou no cômodo, Liam estava tenso, apoiado contra a bancada fria de granito, suas costas se mexendo conforme inspirava e expirava fortemente. Ao sentir sua presença, virou-se para o amigo, que se encolheu. Aquela cara só aparecia quando estava prestes a levar uma bronca.

– Harry Styles, Lou? Jura? Harry Styles? – proferiu o nome com uma espécie de medo contido, misturado com desprezo.

– S-sim, Liam. Eu não sabia também. – murmurou, sua voz quase não sendo ouvida.

– Você não poderia, sei lá, tê-lo reconhecido das capas dos jornais? Da TV? Da droga de qualquer revista?! – brandou, as veias do pescoço saltando. Louis estava realmente com medo de Liam naquele momento. Sabia que o amigo só queria seu bem, mas aquela maneira de demonstrar o estava assustando mais do que a possibilidade do próprio Harry.

– Li-liam, eu juro, e-ele é inocente. – gaguejou, apertando os dedos uns nos outros – Só te peço u-uma chance, por favor. Dê u-uma chance a ele. Por mim. – sussurrou, olhando para o chão. Escutou-o suspirar forte, e foi rodeado por um par de braços, que afagaram sua cabeça.

– Tudo bem. – sua voz era ríspida, desconfiada e orgulhosa – Só uma chance, por você. Mas eu não confio nele, Louis. Preciso de... um tempo para processar tudo.

– Tudo bem, dude. – Louis sorriu para ele, os olhos brilhando. Este retribuiu, e ambos voltaram para sala, onde Zayn e Niall estavam em uma calorosa discussão e Harry encarava a parede, sem se manifestar. Quando viu Louis voltando, sorriu torto para este, preocupado. Franziu a testa para os braços de Liam rodeando sua cintura, o sorriso murchando aos poucos, dando lugar a um sentimento estranho que se apossava de seu interior. Harry tentou dominá-lo, afinal, eles eram quase irmãos.

Mas estava claro que aquilo não impedia o cacheado de criar instintos assassinos e cegar-se de raiva e possessão. Não estava pensando racionalmente, até porque, o único pensamento que lhe vinha a mente era que Louis era seu. Então por que porras Liam estava abraçando-o?!

Unholy (Larry Stylinson AU Religious!Louis)Where stories live. Discover now