02

49.2K 3.8K 932
                                    

Quando acordei no outro dia senti uma dor de cabeça horrível e não, não havia me esquecido de tudo que ocorrera. Lembrava muito bem da noite de ontem e não me arrependia. Foi maravilhoso.

Como já imaginava, ele não está mais do meu lado.

Abro um sorriso ao me lembrar da noite de ontem, mas ao me lembrar que tinha que voltar para casa já me desespero. Pego meu celular e o ligo, olho em meu relógio de pulso e já são quase dez horas da manhã.

Pulo da cama e me visto depressa, vou ao banheiro, me olho no espelho e vejo que estou horrível. Jogo uma água no rosto e coloco enxaguante bucal na boca.

Ao ver a lista de chamadas perdidas concluo que estava lascada! Havia vinte chamadas perdidas de Carlos e mensagens que preferi não ler, ele estava me ofendendo, com certeza.

Pego minhas coisas e desço as escadas sentindo minhas pernas bambas. Ao chegar lá embaixo encontro uma bagunça enorme. E na bancada, tomando café da manhã, avisto Nicole e Wesley.

Corro até os dois quase tropeçando no tanto de garrafas de bebidas que havia espalhadas pela casa. Wesley parecia nem se importar. Ele não iria limpar aquela bagunça mesmo... 

─ Nicole... ─ digo meio alto. ─ Temos que ir embora!

─ Não fala alto, diaba ─ ela reclama fechando os olhos e massageando as têmporas. ─ Tô louca de dor de cabeça.

─ Nós temos que ir ─ digo baixo agora.

─ Deixa só eu tomar um cafezinho.

Encaro Wesley que parecia já ter vomitado muito.

─ Por onde você andou, Fernanda? Você sumiu depois que olhamos você aos beijos com Christopher.

─ Subi com ele, acabou que transamos e foi ótimo, pena que foi só uma noite e que fui só mais uma na cama dele.

─ Eu sei que vocês transaram, é algo óbvio. Mas ele teve que sair logo cedo, ele trabalha na polícia, ele é meu primo.

─ Eu sei disso, vocês são parecidos. Ele tem quantos anos?

─ Vinte e três.

Ele aparenta ter uns vinte, mas é algo natural da família deles. A mãe de Wesley parecia a irmã dele de tão nova que era. Ela tinha trinta e cinco anos e era absurdamente linda.

Meu celular vibra, é Carlos, nem me dou o trabalho de atender. Sei que é confusão.

Espero a boa vontade de Nicole tomar banho, se vestir e então ir para casa. Ofereci minha ajuda com a casa, que literalmente estava uma zona, entretanto, Wesley negou e disse que as duas domésticas cuidariam da bagunça.

Minha cabeça latejava e minhas coxas doíam, resultado de uma boa noite de foda. Era a primeira vez que ia pra uma festa e transava com qualquer um, bem, eu aceitei até porque ele era primo de Wesley e já tinha ouvido falar dele. Parece que ele trabalhava na polícia e era solteiro, já tinha o visto uma vez mas foi de longe, ele havia ido buscar Wesley na escola. Não estava me preocupando em questão de doença, Wesley era meu melhor amigo, ele iria me contar caso não fosse uma boa ideia ficar com seu primo. Mas até que havia sido bom, eu havia gostado muito da noite, ainda não acreditava que havia tido um orgasmo pela primeira vez.

Pedimos um táxi e no caminho não falamos nada, ambas morrendo de dor de cabeça. Queria contar pra ela sobre tudo, mas estava tão cansada que não consegui nem dizer um ''a''.

Saltamos no começo da favela e subimos com cuidado, nossa sorte era que os fofoqueiros não estavam na porta de plantão. Assim que cheguei próximo de casa pude avistar a moto de Carlos estacionada, eu estava frita! Congelei ali mesmo.

Um plano da vida #1Where stories live. Discover now