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Fernanda.

Hoje era a ultrassom do quinto mês e hoje finalmente iríamos descobrir o sexo do bebê. Eu estava muito ansiosa e Christopher mais ainda, ele nem havia dormido.

Eu e ele estávamos muito bem, ele sempre me perguntava como eu estava e fazia várias perguntas que me estressavam bastante. Meu humor ultimamente tem sido azedo, vivo de mau humor. Ele também tem estado mais presente, saímos sempre aos domingos para ir na praia ou almoçar fora, ele também me levava no shopping quando podia. O problema era que Christopher era agoniado em locais públicos, ele ficava olhando pra cima e pra baixo bem pensando que alguém queria matar ele, e sempre que ele se agoniava eu também me agoniava e me estressava logo.

Depois daquele dia nós conversamos sobre minha história e foi muito bom desabafar tudo com ele. Ainda me lembro...

***

Desperto num lugar tão confortável e friozinho, não quero me mexer mas minha bexiga está apertada. Abro meus olhos devagarzinho e aos poucos tenho visão de um lugar que não é meu quarto e então vejo Christopher bem em minha frente dormindo feito um bebê, de boca aberta e cabelos bagunçados. Só então me recordo que havia dormido aqui, nem vi quando peguei no sono, depois que fiquei grávida dormia em qualquer lugar quando o sono batia.

Me espreguicei e olhei de novo para Christopher que roncava baixo. Ele estava com a mão em baixo do rosto e o semblante sereno, amava as curvas de seu rosto, eram firmes e bem traçadas. Seu nariz era reto, seus lábios eram carnudos, mas não muito e tinham um tom avermelhado, e seus cílios eram enormes... que inveja. Minha maior vontade era de beijar aquelas suas bochechas, mas me contive.

Continuei ali meio dormindo e meio acordada até que criei coragem de me levantar e ir no banheiro fazer xixi. O quarto dele era enorme, a cama mais ainda, tinha um guarda-roupa embutido na parede, uma televisão enorme, algumas prateleiras com livros e um cantinho dele que parecia um escritório. Era tudo bem organizado e cheiroso, tinha basicamente o cheiro dele.

Entrei em seu banheiro e fiz xixi lavando minhas mãos em seguida, fiquei analisando tudo ali porque eu era realmente muito curiosa. Depois que terminei de olhar tudo eu saí e fui atrás de comida. Resolvi preparar o café da manhã, fiz omelete, misto, suco natural e salada de frutas. Não demorou muito para Christopher acordar com a cara inchada e os cabelos bagunçados. 

Ele se jogou no sofá e ficou vegetando alguns minutos.

─ Você é muito espaçosa, a cama é enorme e você toda hora rolava pro meu lado ─ reclama.

─ Eu te disse que não consigo dormir parada, que tenho que me remexer ─ abro um sorriso. ─ Você não dormiu? Me desculpa.

─ Não, ao contrário, dormi muito bem ─ ele se levanta e vem ver o que preparei. ─ Você dormiu bem também?

─ Maravilhosamente.

─ Nem sei porque ainda pergunto.

Nós dois sorrimos e ele se senta na ponta da mesa e começa a comer. Era bom esse clima harmônico entre a gente, não gostava de ficar de mal, aliás, eu morava com ele e era ele quem me sustentava. Ao contrário de Carlos, Christopher não me pediu nada em troca, não me deixava nem lavar meu prato. Eu tinha um enorme carinho por ele apesar das humilhações na qual fui submetida, não era o fato de amar quem me maltrata mas sim valorizar quem me tirou da dor.

─ Nanda... ─ ele me chama e me tira dos meus pensamentos, eu o encaro. ─ Podemos conversar melhor agora?

Eu concordo mesmo não querendo, eu sabia que precisava dá uma explicação para ele, nós tínhamos que conversar querendo ou não.

Um plano da vida #1Where stories live. Discover now