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Fernanda.

Acordo morrendo de dor de cabeça, mas mesmo assim acordo. Ainda estou de roupão e não faço muito esforço para tirar. Aliás, estou sem roupa alguma aqui.

A cama era deliciosa, diferente da minha. Não estava sentindo aquela dorzinha chata nas costas.

Me levantei e coloquei o pé no chão mesmo, minha bexiga estava prestes a explodir de cheia e olha que nem estava bebendo água direito.

Caminhei pelos corredores meio arisca, estava um pouco envergonhada de estar sob o mesmo teto que ele. Sei lá, eu nem o conhecia direito, me sentia como uma intrusa, um fardo.

Ele estava na sala, sentado e vidrado na televisão. Era tarde, creio que cinco e meia da tarde. Christopher era bonito, ele tinha sua beleza única. Era forte e tinhas os olhos bonitos... mas, ele parecia ser mais do que era. Convencido o nome. Ele queria esbanjar um ar de superioridade.

Eu não gostava dele.

Surjo um pouco mais ao ponto do mesmo me ver.

─ Minha barriga tá roncando de fome... ─ digo baixo. ─ Tem algo que possa comer?

─ Tem sim. Comprei umas coisas ontem.

─ Vou só no banheiro fazer xixi ─ digo correndo até o banheiro para esvaziar minha bexiga.

Depois de lavar as mãos e meu rosto voltei para a cozinha onde Christopher arrumava algumas coisas na mesa. E quando fui ver havia várias coisas dispostas ali. Havia frutas, bolo, nescau e alguns salgados... de onde ele tinha tirado aquilo tudo? Do nada?

Mas resolvo não falar nada e apenas atacar aquele banquete.

─ Você... ─ nem espero ele falar, já vou pegando uma coxinha e enfiando dentro da boca.

Me sento na cadeira e ataco aquilo sem mais delongas. A medida que eu comida parecia que minha fome só aumentava, era incrível.

Encarei Christopher que me olhava sem esboçar muita coisa.

─ Você já fez algum exame para saber como o bebê se encontra?

─ Hm... só uma consulta. Eu estou com três meses, é tudo o que eu sei.

─ Vou marcar com uma obstetra, ainda essa semana. Enquanto a sua escola quero que dê um tempo por enquanto. Posso comprar o ano para você se quiser.

Paro de comer e o olho meio atônita. Quem ele pensa que é pra mandar na minha vida?

─ Eu não posso largar a escola. Eu quero fazer um vestibular...

─ Você vai fazer, não vou deixar que o bebê interrompa sua vida, se quiser, como eu disse, compro seu ano e você estuda em casa. Não quero você naquela escola onde o desgraçado sabe onde é. Quero você em segurança.

─ Hm... ok.

Digo mesmo sem concordar.

─ E eu também quero saber como vai ser... vai me entregar a criança quando ela nascer?

─ Sim ─ digo rápida. ─ Eu não quero um filho agora, vai interromper minha vida. Eu vou gerar ele e entregar o mesmo para você. Não tenho condições de criar uma criança, não tenho condições de ser mãe agora.

Ele fica meio pensativo mais concorda.

─ Olha, vou te dar um lugar, vou te dar tudo que precisar, as consultas, comida, mas só quero que você tome os cuidados necessários com o bebê, irei preparar um termo para você assinar onde eu fico em guarda legítima quando ele nascer. Deixo você viver comigo mas quero que algumas regras sejam aplicadas entre nosso convívio. ─ Ele suspira. ─ Nada de festas aqui ou pessoas que não conheço sem meu consentimento. Não admito uso de drogas aqui. O meu espaço é o meu espaço e o seu é o seu, não quero invasão de privacidade ou algo do tipo. Não quero também que divulgue onde eu moro para ninguém, nem mesmo para Nicole, esses urubus só ficam rondando. Você sabe como é...

Um plano da vida #1Where stories live. Discover now