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Fernanda.

Christopher se despede com um beijo, ele precisava trabalhar e eu odiava quando ele precisava ir. Amava ficar com Christopher, sua companhia era a melhor coisa do mundo.

─ Preciso ir ─ beija meus lábios. ─ Fica bem.

─ Vai não ─ faço bico. O neném começa a chutar, puxo Christopher que logo encosta sua cabeça em minha barriga e sorrir. ─ Viu, ele tá pedindo pra você ficar também.

─ Papai tem que ir trabalhar ─ ele enche minha barriga de beijos. ─ Mas papai volta no almoço.

Abro um sorriso e beijo seus lábios, ele então se vai. Demoro um pouco pra me levantar e ir tomar um banho, meu corpo estava tão dolorido, queria passar o resto do dia na cama. Não é dolorido de machucado, mas sabe quando você chega no ápice mais de duas vezes e sente aquele cansaço incrível? Eu me sentia assim.

Depois de tomar um banho e arrumar o quarto eu segui pra cozinha, foi bem na hora que Rosana adentrou no apartamento cheia de sacolas, agora ela estava vindo com mais frequência pra não me deixar sozinha, nem sempre dona Maria está em casa.

─ E aí, mulher ─ coloca as sacolas no chão. ─ Já tomou café?

─ Ainda não, só fiz pro Chris mesmo.

─ Como quer cuidar desse bebê assim? Tem que comer que nem uma égua prenha... vou já preparar um café da manhã farto pra ti.

Abro um sorriso e consinto, me sento no sofá e fico assistindo televisão, nem tento mais ajudar Rosana, ela me expulsa toda vez. Depois que ela põem a mesa nós duas tomamos café da manhã.

─ Dona Maria tá em casa? ─ pergunto e ela nega.

─ Não vi a porta aberta, mas tá cedo... ela deve tá dormindo, mais tarde você vai lá.

─ Vou estudar um pouco no quarto ─ digo e me levanto.

Estranho dona Maria ainda não ter vindo me chamar, de manhã ela sempre me acordava cedinho pra tomar café com ela, mas ela deve ter ido na feirinha ou saído mesmo. Vou pro meu quarto e me olho no espelho, minha barriga já estava tão bonita, estava começando a ficar bem redondinha e ganhar volume. Mais uma vez vou olhar as roupinhas do bebê e tudo que havia ganhado, nem imaginava que daqui alguns meses teria essa coisinha comigo. Sei que no começo rejeitei meu filho, ainda tenho um pouco de aflição, mas eu havia nutrido um amor por ele, aliás, ele foi quem me salvou do inferno em que vivia.

Ficava besta vendo tudo aquilo, era mágico... não me imaginava sendo mãe tão cedo e não me orgulhava, em pensar que quase matei esse bebê já me sinto mal, ele não tinha culpa de nada, nunca teve. Não que eu não amasse esse bebê, mas se tivesse outra oportunidade eu iria evitar. Sempre tive vontade de cursar uma faculdade, de ter um trabalho e poder me sustentar, mas parece que nada saiu como planejado, a vida se encarregou de planejar meu futuro.

Me sentei na cadeira da estante e peguei meus livros. Mal vi quando o tempo passou, só sei que senti uma baita fome e fui pra cozinha procurar algo. Rosana cantava e dançava enquanto preparava o almoço.

─ Que show, hein ─ fico rindo dela.

─ Pode me dá cinquentinha aí, ninguém mandou assistir, abusada ─ reclama. ─ Quer que eu prepare um lanche pra você?

─ Não, vou comer essa salada de frutas ─ digo pegando e indo pro balcão. Já iria dá onze da manhã, o tempo estava passando tão rápido. ─ Vou lá ver se dona Maria já chegou.

─ Fica em casa, quando ela chegar vem chamar tu.

─ Não posso ir lá, Rosana? ─ abro um sorriso sem graça.

Um plano da vida #1Where stories live. Discover now