O Karma Que Eu Carrego No Nome

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Já eram duas horas da manhã, quando de um sonho conturbado, Olivia Bucker despertou, toda suada e ofegante. Tentando não acordar Rebeca e Alice que dormiam ao lado, a toda tatuada se levantou vestindo apenas uma blusa branca e um micro short preto. Deixando seu corpo quase todo à mostra. Suas 87 tatuagens.

Olivia caminhou até o corredor enorme onde ficava o quarto de hóspedes e o quarto de sua filha mais nova, Hope. Ao abrir a porta, devagar, viu a garotinha de 11 anos dormindo calmamente em sua cama cor-de-rosa. Ao fechar a porta, Olivia seguiu pelo corredor até as escadas que davam para o quarto de Liz, juntamente com a sala de música.

A toda tatuada abriu a porta do quarto de sua filha mais velha e ao contrário da de Hope, Liz não estava dormindo. O quarto estava vazio. Uma dor surgiu em seu coração, junto com a preocupação e o instinto de mãe.

Olivia desceu até a sala e telefonou para o celular de sua filha mas caia direto na caixa postal. Para sua surpresa, alguém batera em sua porta,desesperadamente. Na esperança de ser Liz, Olivia correu para atender a porta, mas deu de cara com uma garota estranha, ofegante e com a blusa cheia de sangue. Em suas mãos, ela carregava um óculos de grau e ao notar isso, Olivia surtou:

- O QUE VOCÊ FEZ COM ELA? - ela gritava para Ana, mas a garota só sabia chorar e chorar. - RESPONDE!

Com a gritaria, todos foram acordados. Bryan desceu correndo as escadas e ao se deparar com a cena de Olivia segurando uma garota pelos braços, fez com que sua reação fosse segurar sua irmã.

Logo atrás Alice e Rebeca desceram assustadas, sem saberem o que estava acontecendo. Ana não conseguia dizer nada, só chorava desesperadamente:

- O que está acontecendo? - Perguntou Alice, olhando para Bryan que estava segurando Olivia. A toda tatuada, tentava escapar dos braços de seu irmão, enquanto Rebeca reconheceu a garota na porta.

- Esperem!... - disse ela, indo em direção à Ana. Com todo carinho e calma ela tentou saber o que tinha acontecido. - Querida, o que faz aqui?

- Eu.. Liz está no hospital.. Ela.. Eu.. Me ajudem. -dizia a garota, em prantos.

- O QUE VOCÊ FEZ? - gritava Olivia, descontrolada.

- Eu.. Eu não tive culpa... Ela.. - Ana só conseguia chorar.

- SE VOCÊ A MACHUCOU EU VOU TE MATAR!

- Cale a boca, Olivia! - Disse Rebeca

- Rebeca ela deve ter matado nossa filha - Dizia Olivia, nervosa. - Chame a polícia.

- Ela nunca iria fazer isso com nossa filha . - Retrucou Rebeca, calma.

- COMO VOCÊ PODE SABER?

- Ela é a namorada da Liz! - respondeu Rebeca, agora encarando sua esposa. Todos na sala ficaram espantados, menos Alice, que já sabia.

- O que?

- Isso mesmo, Olivia. Sua filha também gosta de garotas. - disse Alice, agora. - Algum problema nisso?

A toda tatuada não soube o que responder, então Rebeca fez a frente para saber o que Ana fazia ali, naquele estado
.

- Onde a Liz está? - perguntou a loira.

- No hospital, ela levou um tiro. Não sabemos de onde veio ou quem atirou. Estávamos andando e então ela caiu, sangrando. Eu chamei a ambulância... E.. Me ajudem. Eu à amo.

- Bryan, Olivia e Alice.. Peguem o carro e corram até lá. Irei ligar para Megan, pois vocês sabem quem pode ter feito isso. Eu irei dar roupas limpas para Ana e encontro vocês lá. - Disse Rebeca, pegando a mão de Ana e subindo com ela, pelas escadas. - Venha, minha querida.

Rapidamente todos foram ao hospital, Bryan dirigia o carro à toda velocidade, enquanto Alice tentava ligar para Megan. Olivia que estava no banco de trás, olhava pela janela com o coração apertado. Não era possível que ela não soubesse tantas coisas sobre sua própria filha. E no quanto ela queria que Liz tivesse contado à ela sobre sua sexualidade. O quanto isso era importante para ela. Olivia Bucker já havia passado por tantas coisas. Perdido tantas pessoas. E isso fez com que ela se tornasse alguém cego.

- Hey.. - disse Alice, cutucando sua esposa. - Ela vai ficar bem.

Mas Olivia nem sequer respondeu. Estava assustada demais. Com medo.

Na mansão Bucker, Ana vestia uma blusa toda preta de Liz, enquanto Rebeca a esperava do lado de fora do quarto. A garota de cabelos cor-de-rosa abriu a porta e se sentou na cama de Liz. Rebeca entrou ao quarto e se sentou ao lado da garota :

- Quantos anos tem? - Perguntou ela.

- Vinte e um! - respondeu Ana, de cabeça baixa.

- Qual é o seu nome?

- Ana.. E o seu é Rebeca, certo? Ouvi muito à seu respeito.

- Queria dizer o mesmo pra você, mas infelizmente a Liz é muito fechada.

- E com razão! - respondeu Ana, agora olhando para Rebeca.

- É.. Você está certa, Ana. - Concordou a loira. - Mas agora, talvez...

- Eu vou embora com o meu pai, foi um erro gigante termos vindo para cá! - Exclamou Ana, com lágrimas nos olhos. - Eu amo a Liz mas ela vai ficar bem melhor sem mim.

- Por que diz isso, minha querida? - Perguntou Rebeca, confusa. Ana suspirou bem fundo e retirou sua carteira do bolso. Ela abriu o ziper e retirou sua identidade. Mostrando-a para Rebeca.

- Essa é minha cova. Sou sobrinha do maior inimigo de vocês. Sou sobrinha de Rayn Anderson. - disse Ana, de cabeça baixa. Como uma reação normal, Rebeca se levantou e a olhou com medo. Repulsa. Desespero.

- Eu sei o que vai dizer...

- SAIA DE MINHA CASA! FIQUE LONGE DE MINHA FILHA ..- gritava Rebeca. Ana se levantou da cama, chorando e olhou para Rebeca.

- Me deixe explicar

- EU MANDEI VOCÊ SAIR DA MINHA CASA! AGORA - gritou Rebeca, indo para cima de Ana. Com uma das mãos ela enforcou a garota, contra a parede.

- Eu... Não... Sabia.. De... Nada . - dizia a garota, engasgada e sem fôlego. Rebeca, cega pelo ódio apertava cada vez mais o pescoço de Ana, sem piedade. - Por... favor....

Rebeca não era de todo o mal e em prantos soltou Ana. Aquilo não era de seu caráter e não iria leva-la à nada.

- Eu escuto... - dizia Rebeca, com as mãos nas orelhas -... a risada dele na minha cabeça.

- Eu nunca o vi! Mas sinto muito pelo o que você passou. - Dizia Ana, ao recuperar o fôlego.

- Você não conheceu ele?

- Não tive esse desprazer.

- Como sabe então o que ele é para nós?

- Eu e meu pai viemos para Miami para um novo emprego dele. Logo de cara demos com o impacto de nosso sobrenome. E alguns meses atrás eu recebi uns emails com os documentos da prisão do meu tio.

- Liz também recebeu... - disse Rebeca, agora mais calma, porém confusa.

- Eu li tudo, perguntei ao meu o que tinha acontecido. Mas mesmo assim não contei nada à Liz. Preferi não tocar no assunto, questionar... Nada...Mas mesmo assim, o que eu sou acabou machucando ela.

- Espera! Se não foi seu pai... Se seu pai não é o assassino ou o líder da máfia que anda atacando... Quem foi que atirou na Liz?

- Eu juro que não sei! - Respondeu Ana .

- E por que você preferiu não contar nada a Liz! - Perguntou Rebeca .

- Imaginei que ela não soubesse de tudo.

- Não sabia.. E ainda não sabe.

- O que quer dizer?

- Vocês não podem ficar juntas... - Respondeu Rebeca, com peso na consciência.

- Por que diz isso? - Perguntou Ana, agora desesperada. Rebeca não soube como dizer. Mas abraçou Ana o mais forte que conseguiu. - Rebeca?

- Ela é filha do Rayn Anderson. Ela é sua prima.

Only Wolf 4 - AlcatéiaWhere stories live. Discover now