Continuação

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....

- Então quer dizer que você se sente vazia? - perguntou Kai, enquanto tomava outro gole de cerveja. Ele e Hope estavam conversando à pelo menos 1 hora e meia, sentados em um sofá um pouco afastados do restante da festa. Mas perto o suficiente para que Hope observa-se tudo ao redor.

- É um tanto estranho, eu sei.

- Você não parece ser vazia. Quer dizer, eu tô conversando com você à quase duas horas e são poucas garotas de onze anos que tem a sua mentalidade. De vazia você não tem é nada.

- Todo mundo tem que ficar me lembrando sobre minha idade... Até eu me esqueço dela, as vezes. - riu Hope.

- É impressionante mesmo. Não que números façam alguma diferença.

- Pois é.

- Sabe o que eu acho? Isso o que você sente, você deveria estravazar de alguma forma. Por pra fora toda essa angústia.

- Você acha, Kai?

- Sim... Fazer algo que lhe dê muito prazer. Tanto à ponto de fazer você se esquecer desse vazio.

- É - concordou a jovem, já bastante interessada no rapaz. - Agora me fale sobre você.

- O que quer saber sobre mim? - perguntou Kai, curioso.

O rapaz exalava charme por todo o seu corpo. De blusa preta, seu corpo bronzeado ressaltava. Os olhos de Hope passeavam perante cada centímetro do corpo daquele belo rapaz.

Sua boca era excitantemente carnuda. O anel de prata e diamantes em seu dedo mendinho, dava ainda mais um toque de masculinade. Apesar de diamantes ser pouco viril. Kai era um grande enigma.

- Me fale desse anel... - disse Hope - Qual a história dele?

- Ah... Essa é uma das heranças que meu pai me deixou.

- Seu pai já faleceu? - perguntou Hope, interessada.

- Sim... Há muito tempo, eu era uma criança de oito anos quando ele se foi. Na verdade ele morreu um dia antes do meu aniversário de nove anos.

- Ele morreu do que?

- Incêndio... Foi um acidente.

- Eu lamento muito. - Disse Hope, um tanto comovida.

- Está tudo bem... Já faz muito tempo... Esse anel era dele, ganhou no dia em que entrou na faculdade. Foi um presente do meu avô.

- É um anel muito bonito.

- Obrigado - Agradeceu o rapaz -.... Sabe? Eu sou como você. As vezes me sinto vazio.

- Sério?

- Sim.... Mas encontrei uma forma de preencher esse vazio.

- Como?

- Se eu te contar, terei que matar você. - disse Kai, encarando Hope com um olhar sedutor.

- Eu sei guardar segredo! - respondeu Hope, sorrindo. Kai sorriu de volta, levando o copo em sua boca, dando um último gole em sua bebida.

Ele se levantou e chegou mais perto de Hope, sentando agora bem mais próximo dela. O rapaz se aproximou dos ouvidos de Hope falando bem baixo :

- Eu mato pessoas.

Hope o olhou assustada e então ele sorriu carinhosamente para ela e começou a rir :

- Você está brincando, não é? - perguntou a garota, preocupada.

- Claro que estou!

- Ah... -suspiro- Você me assustou.

- Você é minha chapéuzinho e eu sou o seu lobo mau. - Hope sentiu suas pernas ficarem bambas e seu corpo se estremecer ao ouvir aquelas palavras.

Mal podia acreditar que um rapaz daquele, de dezenove anos, lindo, estava interessada nela. Tinha tantas outras garotas tão bonitas e perfeitas. Mais velhas. Loucas pra dar. E ele estava ali, flertando com a menininha virgem. Era demais para Hope acreditar.

Kai se aproximou ainda mais, na tentativa de beijar Hope . Mas a tentativa de anulou, após o celular da garota começar a tocar :

- Droga! - Disse a garota, frustrada.

- Quem é?

- Minha mãe Rebeca... O que eu faço? Se eu atender ela vai ouvir os barulhos?

- Calma aí. - Disse Kai, se levantando. Ele foi até o DJ e desligou a música. Fazendo com que todos olhassem imediatamente pra ele - TODOS QUIETOS AGORA!

Hope atendeu o celular, com um enorme medo em seu peito :

- Oi mãe?! - Disse ela, tentando parecer calma.

- Você está bem? - Perguntou Rebeca.

- Sim! Onde você está?

- Filha eu não posso falar muito, agora. Só liguei pra avisar que sua tia Emma está indo prai.

- O QUE? QUANDO?

- Bom, ela já deve estar chegando aí. Eu e suas mães vamos demorar pra voltar. Ok? Se comporte. - disse Rebeca.

- O-Ok..tenho que desligar, mãe. Eu tô com um bolo no forno. Beijos. - Disse Hope, desligando o celular na cara de Rebeca. - TODO MUNDO PRA FORA, AGORA!

- VOCÊS OUVIRAM. TODO MUNDO PRA FORA! - gritou Kai, tentando ajudar Hope.

As pessoas foram saindo uma a uma de dentro da mansão. A casa estava um caos e Hope começou a se desesperar.

- Sua mãe está voltando? -Perguntou Kai, preocupado.

- A minha tia Emma está chegando. - Respondeu Hope, desesperada. - Se ela ver isso tudo aqui, vai ligar pra minha mãe na hora.

- Vou? - Disse Emma, ao entrar pela porta dos fundos.

- Tia Emma.. Eu.. Eu.. Ah... Eu posso explicar.

- O que tem pra explicar aqui, Hope? Você é uma jovem que fez uma festa.

- Hã... Você não vai ligar pra minha mãe? - Perguntou Hope, surpresa.

- Não vou... MAS.. Você tem que limpar tudo isso aqui. Você tem uma hora. - Disse Emma. A loira subiu as escadas levando uma mala para o quarto dos hóspedes, no segundo andar da mansão.

Kai olhou para Hope que respirava agora, um tanto mais calma. Os dois se olharam e então ele foi até a cozinha. Ao voltar ele começou a pegar os copos que estavam no chão:

- Você não tem que fazer isso... - Disse Hope, olhando para ele.

- Eu limpo o chão e você arruma o restante. Ok? Em meia hora nós terminamos isso aqui.

- Obrigada...

- Não há de que... - Respondeu Kai, enquanto enchia de copos um saco preto. Hope começou a limpar o jardim, onde estava cheio de sujeira. Tinha até pizzas jogadas dentro da piscina.

Passou vinte minutos e ela voltou para dentro com três sacos de lixos. Para a sua surpresa, a casa por dentro estava um brinco. Mas Kai havia sumido, junto com a sujeira. Em cima da mesa, a jovem encontrou um bilhete onde dizia " Se quiser, me encontre a meia noite, na esquina"

Hope sentiu um calor estranho em seu coração e guardou o bilhete em seu bolso. Logo após, subiu as escadas. Sem notar que alguem à observava da janela de fora.

Only Wolf 4 - AlcatéiaWhere stories live. Discover now