Only Wolf 4 - Alcatéia

Pizza De Mussarela

O replay foi tocado centenas de vezes, por horas e horas. Até Rebeca achar alguma pista de onde sua filha podia estar. A cada segundo de cena repetida, a loira sentia exatamente a mesma coisa ao ver aquilo : Um aperto imenso em seu coração revelava, à si própria, o medo e o desespero que era ter que pensar em perder sua filha, novamente.

Rebeca se lembrava dos anos que passou longe de Liz, enquanto estava escondida na Austrália. Foram tantos arrependimentos, que ela mal conseguia se lembrar com precisão as vezes que ela rezou para que tudo acaba-se bem.

Já eram quase quatro horas da manhã e a loira já estava cansada de procurar um mínimo de pista se quer. Não havia uma janela, não havia nenhum som, a não ser o de Liz e o do palhaço. Não havia nada que pudesse ajudar.

Rebeca estava nervosa e não percebeu um movimento estranho de sirenes ligadas.
Carros de polícia corriam todos em uma única direção. E a notícia não demorou a chegar sobre o porque disso tudo.

A loira se assustou ao ouvir passos e ao ir verificar o que tava acontecendo, viu que Ana tentava sair pela porta da frente, sem fazer barulho :

- Onde você vai à essa hora? - Perguntou Rebeca, surpreendendo a garota.

- Não consigo dormir com todo esse barulho... Pensei em sair e dar uma volta. - Ana respondeu, de cabeça baixa.

- Nossa.. É mesmo. O que ta acontecendo? Parecem viaturas correndo...

- É o meu pai! - Exclamou a garota, enquanto olhava para o céu. Naquele momento, um helicóptero passava logo acima.

- Seu pai?

- Pegaram ele! - Disse Ana - Ainda pensam que ele é o responsável por tudo isso.

- Como sabe?

- Ele me mandou mensagem quando percebeu o movimento da polícia em frente ao hotel que ele tava escondido.

- Ah minha querida... - Disse Rebeca, abraçando Ana. - Eu sinto muito por isso.

- Maldita hora em que viemos para cá... Bem que meu pai disse que nessa cidade todos odiariam a gente.

- Ana.. Eu prometo que tudo vai se resolver. Nós vamos achar a Liz, vamos libertar o seu pai e tudo vai voltar a normal.

- Nem tudo... - Suspiro-

- Como assim? - Perguntou Rebeca, agora olhando para Ana. As duas se afastaram um pouco e Rebeca viu no rosto da garota a tristeza que ela carregava.

- Eu descobri que o amor da minha vida é minha prima. Como é que uma coisa dessas poderia dar certo? Como vai ser quando ela descobrir?

- Eu não tinha pensado nessa parte...

- É mas eu não paro de pensar... São tantas coisas que estão acontecendo ao mesmo tempo, mas a Liz não sai da minha cabeça. Talvez seja mesmo o melhor, eu e meu pai irmos embora daqui.

- Eu sei como se sente... Eu no seu lugar faria o que fosse melhor para vocês duas. - Dizia Rebeca - Não vale à pena viver uma vida de sofrimento. Amar não é só estar com a pessoa que ama. Vai muito além.

- Eu estou aprendendo isso da pior forma possível.

- Eu sei... Bom, onde você estava indo?

- Tem uma lanchonete vinte quatro horas, perto de Palm Beach... E eu adoro as pizzas de lá.- Respondeu Ana, com um sorriso de canto.

- Posso ir com você?

- Claro... - Respondeu a garota, de imediato.

A trajetória era longa, já se passavam vinte minutos em que elas estavam no carro mas Rebeca não disse nada sobre. Talvez a garota só quisesse ficar bem longe de onde o pai estava. Era difícil lidar com aquilo.