Perdendo os sentidos

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Como lutar contra esse olhar ?

Vitória fechou a porta do carro de Ana sem tirar os olhos dela, não sabia exatamente o que estava fazendo, á unica coisa que sabia é que sem querer suas pernas a levaram até Ana.
Seria muito injusto chamar aquilo de coincidência, mas se fosse, o destino estava preparando uma bela surpresa por fazê-las se encontrar tantas vezes em tão pouco tempo "coincidentemente".

Vitória mostrou seu sorriso de canto de boca assim que a porta do carro bateu, revirei meus olhos negando com a cabeça.

- Pare de me provocar - nada tirava da cabeça que aquele sorriso era mera provocação.

- Não estou te provocando, embora eu adore fazer isso com você.

- Ontem você nem sabia o meu nome e hoje adora me provocar?

- Não se engane Ana - balançou a mão estendida para que Ana a tocasse.

- mas hoje quero apenas que você almoce comigo.

Estendi a mão para Vitória, sentindo seu toque quente e o entrelaçar de sua mão gelada, Vitória sorriu e a puxou caminhando na frente sem desgrudar as mãos.

- Você não tem medo de que alguém nos veja? Vitória olhou para tras com aquele sorriso de canto de boca após  ouvir minha pergunta.

- Não quero que pensem que eu sou uma das alunas loucas que transam com você parar entrar em algum projeto ou conseguir notas.

Me aproximei de Ana chegando bem perto podendo sentir a mudança da sua respiração, mesmo assim ela não mostrou estar nervosa e nem desviou o olhar e não se afastou.

- É sábado a tarde, eu cheguei aqui há um tempo e posso afirmar que não tem um alma viva nesse bloco.

Umedeci meus lábios e engoli a seco estávamos perto demais uma da outra, podia sentir seu cheiro e todo o controle que Vitória tinha sobre mim.

- Não se engane Ana, não troco notas altas e projetos por sexo, levo meu trabalho a sério e sei separar as coisas.

Depositei um beijo demorado na bochecha de Ana, a mesma que tinha uma leve marca do impacto sofrido pela queda no dia anterior, depois disso encostei meus lábios em suas orelhas, causando um leve arrepio em sua nuca.

- Acha mesmo que é preciso ser louca para ficar comigo?

Eu fiquei sem reação e não conseguia dizer, só conseguia pensar em como senhorita Parris me deixava excitada.

Vitória sorriu, se afastou e voltaram a caminhar de mãos dadas, ela sabia que não conseguiria nada mais que um almoço naquele dia, então ela resolver ir pelo caminho mais difícil. E começava inclusive a se arrepender de algumas escolhas, na segunda-feira procuraria Letícia acabaria com a brincadeira que sem dúvidas era muito de mau gosto.

Caminhamos alguns minutos até a sala de Vitória.

- Entre e fique a vontade Ana, gostaria de beber alguma coisa ?

A mulher perguntou enquanto trancava a porta.

- Estou bem, obrigada.

Reparei em toda a sala de Vitória, estava exatamente como da última vez.

- O que você gosta de comer?

Vitória me perguntou com o celular nas mãos.

- O que você pedir para você está ótimo para mim, não tenho muita fome.

- Tudo bem, vou pedir hambúrguer...

- Uau, podia jurar que ia ficar na salada.

Ana deu de ombros, só conseguia imaginar Vitória comendo saladas e frutinhas, sua barriga lisa e seu corpo perfeitamente moldado mostrava como seu estilo de vida era saudável.

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