Me solta

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- Vic! - falei com um tom surpresa na voz.

- Vitória - Letícia saiu do meu lado e foi em direção a professora para abraçá-la, Vitória o fez sem tirar os olhos de mim.

- Você chegou de viagem.

Eu observava Letícia sem saber o que fazer se não fosse por Vic, eu simplesmente ja teria saido dali e deixado elas sozinhas, estava apostando internamente que antes de Letícia trancar a porta ela teria visto Vitória e me beijou de propósito para que ela flagrasse, ela deveria ser apaixonada pela professora e queria causar ciúmes.
Vitória estava linda seus cachos soltos, enquanto ela abraçava Letícia seus olhos não desgrudavam de mim, e eu não sabia definir o que eles diziam, ela ficava lá com aquela cara de papel sulfite escondendo novamente tudo o que sentia, sem esperar mais Vic saiu da sala e eu fui atrás, passando por Vitoria e Letícia, senhora Parris se desvencilhou do abraço e me puxou pelo braço, impedindo que eu saísse

- Vitória, me solta.

Eu nao falava nada só a  encarava, apertando seu braço cada vez mais forte, não para machuca-la, mas para impedir que ela fosse embora, sabia exatamente por que Ana estava beijando Letícia, a semana foi turbulenta que esqueci desse pequeno detalhe: Letícia. Mesmo assim foi sufocante ver Ana beijando-a, doía por dentro perceber que depois de passar a semana pensando nela a encontraria nos braços de outra.

- Você está me machucando, me solta - eu tentei me desvencilhar mais quanto mais me mexia, mais apertado ela segurava.

Vitória

- Não vá para casa, preciso conversar com você.

Eu poderia esperar, mas não estava preparada para ouvir a voz fria e decepcionada de Vitória, eu não havia feito nada errado, queria entender como entrei nessa confusão toda.

- Estou falando sério, Ana.

- Se não o que ? Agente Parris ??? - respondi a ela com a voz firme, conseguindo me soltar, pela primeira vez consegui enfreta-la.

- Eu não devo nada a você, Vitória.

Sai e fechei a porta, caminhando em qualquer direção a procura de vic, eu precisava conversa com ele.  Passei uns 20 minutos rodando o bloco que já começava a esvaziar, não encontrei vic e pior, estava sem celular, guto avisou mais cedo que não teria rpg então ele não estaria ali, então logo lembrei de um lugar que ele poderia estar.

Passei pela sala da minha professora torcendo para não encontrar ela, logo a frente entrei em uma das salas, ela fedia a naftalina, assim como as pessoas que trabalhavam lá, e era muito gelada, havia vários armarios, e por fim vi vic, organizando uma delas.

- Vic?

- O que você acha disso? - vic perguntou depois de um tempo - 49 espécimes da mesma espécie, coletadas na mesma época.

- Eu acho desperdício

- Sim veja isso - retirei uma pele de aves que ainda nao havia sido taxidermizadas. - esse pobre coitado levou um tiro, como salvar uma pele dessas ? Desde quando atirar em aves é metodologia para coletar bicho ?

- Pobre ave, morreu em vão.

- Ah, mas morreu pela ciência, é o que eles dizem.

- Talvez seu orientador não deva mais ir para o campo armado.

- Licença para matar? Quando ele entregou a arma para o mateiro e disse. - atira em tudo que você ver.

- Jesus!!! - vic sorriu com a minha expressão, ali encontrei uma brecha pra dizer o que eu queria - Vic, sobre Letícia...

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