Ambiente seguro

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Caminhei logo a frente de Vitória, abri o portão e subi as escadas que levava pro meu apartamento, ele fica fora do alojamento e era lá que eu ficava os dia de semana, às vezes eu olhava para trás, certificando-se se ela me acompanhava, Vitória mesmo que tentasse demostrar o contrário ainda estava abalada com tudo o que aconteceu e eu sabia que não era por causa do assalto em si, ela tinha uma história que eu não conhecia, mais sabia que era algo delicado para ela por temer deixá-la sozinha decidi convidá-la para passar a noite, minha vontade era de poder abraçar ela até que todas as lembranças ruins fossem apagadas, mais sabia que não era tão simples assim, o que eu podia fazer no momento era cuidar dela e se sentia realmente feliz por isso.

Por sorte eu ainda consegui explicar ao Felipe, quando estava no hospital e pedi para ele deixar a chave do apartamento, explicando a ele o que havia acontecido antes de xingar ele por ter esquecido da minha existência. Parei de frente a porta torcendo por Fe ter deixado a chave ali, levantei o tapete e sorri aliviada.

- Este bairro é seguro ?

Vitória perguntou ao perceber que as chaves estavam no primeiro lugar que ela pensaria em procurar.

- Não muito- dei de ombros. - mas nunca tentaram entrar aqui, Fe não costuma deixar as chaves - abri a porta dando entrada pra Vitória passar.

- Ele fez hoje pois sabia que eu não demoraria, na verdade essa é a chave reserva para emergências como essa, já aconteceu outras vezes de um de nós ficarmos sem chaves, entre Vitória, fique a vontade.

- Não sei se devo me desculpar pela bagunça, pois ela é toda de felipe, pode se sentar. - falei depois de retirar algumas roupas e garrafas do sofá.

O olhar de Vitória vagava sobre o apartamento, aquele minúsculo lar a fazia lembrar a época em que viveu com sua prima em um desses quando ainda faziam faculdade. Mesmo sendo rica elas buscavam sempre a independência financeira para não usufruir do dinheiro de seus pais.  Depois disso Vitória viveu, aquele apartamento fazia ela se sentir em casa e ela estava feliz por estar ali.

- Como está se sentindo? - perguntei sentando-se ao lado de Vitória.

- Eu acho que estou bem - engoli a seco, eu não estava nada bem, mas sabia que iria ficar, logo voltaria a ser quem eu era. - acho que preciso de um banho.

- Ah,sim, claro, nos duas precisamos de um bom banho.

Vitória abriu seu sorriso sacana e logo em seguida sentiu um tapa no seu braço, não era um tapa forte, era mais como um brincadeira.

- Não pense besteira- disse Ana se levantando.

- Você vai tomar banho no banheiro do meu quarto e eu vou usar outro.

- Oh- colocou a mão na boca fingindo surpresa.

- pensei que estava me convidando para tomarmos banho juntas.

Ana saiu negando com a cabeça, com um leve sorriso nos lábios.

- Me acompanhe, vou te mostrar o restante da casa e onde vai tomar banho.

Entrei em meu quarto abri a gaveta da cômoda e tirei uma toalha de lá entregando para ela, abri a outra pra escolha uma roupa, mas não consegui, senti Vitória encostar ao meu lado sorrindo, e eu automaticamente ri também.

- O que foi Ana? Você disse que não me convidou para transar.

Revirei meus olhos me afastando daquelas provocações.

- Tem roupas confortáveis  aqui, escolha a que você achar melhor, vou estar no outro banheiro e depois vou para a cozinha preparar um lanche para nós, tome um banho, leve o tempo que quiser, se precisar de alguma coisa me chama.

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