Admita! (Final)

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Jade olhou para mim como se estivesse prestes a me matar. Seus olhos gritavam por perdão, mas seu orgulho e vontade não deixariam ninguém perceber isso.

— Você não sabe o que falou, Beck. — Ela disse com os dentes cerrados.

Eu queria responder ela, eu queria responder o porque disso tudo… ciúmes. Não, não dá, não posso! E se a verdade  iria me causar problemas, a mentira também vai.

— Eu sei sim, Jade. Convivo com você à dois anos. Eu sei o que você passou, eu sei como se sente! — Falei. Não passou nem meio segundo para eu me arrepender de ter dito isso.

Ela olhou para mim, inclinando um pouco a cabeça, tentando entender. Pés fortes, mas braços fracos…

— Você não sabe nada sobre mim, Beck. — Ela ajeitou sua bolsa no ombro seguindo o caminho contrário de onde eu estava. Ela estava indo. Pisando fortemente, tentando fazer dor no chão. Tirando sua raiva… Sua raiva de mim.

— Espere! — Talvez ela não possa ir, talvez ela não consiga. — Jaade!

Eu a chamei. Ela não se virou para trás, ela não respondeu. Ela não parou de andar. E eu estava a perdendo aos poucos. Afinal, quem mandou eu duvidar alguma vez da Jade West?

Se eu tivesse ficado calado, ainda estaríamos lá dentro, desfrutando da companhia um do outro. Mas, eu sou estúpido… Eu já deveria saber. A Jade reage exageradamente a tudo o que eu digo.

Sem pensar duas vezes, eu corri atrás dela. Eu não conseguiria pará-la, eu teria que buscá-la. Contei os segundos, os passos que eu dava indo até ela. Correndo, gritando o nome dela e cada vez mais ofegante.

— Jaaade. JADE! Jaade! — Eu gritava, ela não iria parar tão rápido. — Para! Por favor! Deixe-me conversar com você!

Ela começou a andar mais lentamente.

— Eu não estou parando, Beck. — Ela gritou em sua voz fria, segura e teatral.

Revirei os olhos com um alívio, já estava do lado dela.

— Ei, J-jade… — Estava se tornando difícil falar sem ar. — ...Entrar, voltar, carro, agora.

Ela parou e me olhou, com uma sobrancelha arqueada. Com o olhar de “Qual é o seu problema?”

— Não.

— Jade! — Eu segurei no braço dela. Ela voltou a se virar para mim.

— O que você quer? — Ela perguntou.

Sem pensar em nada para falar, eu olhei nos olhos dela. E por uma fração de segundos ela olhou em meus olhos.

— Porque está agindo assim? — Eu perguntei.

— Não sei. Talvez eu tenha cansado de ser a parte vítima desse relacionamento. — Ela disse em seu sarcasmo.

— Jade, eu só quero dizer que você.. — Ela me interrompeu.

— Não. Você não quer nada, Beck. Volte para as suas pedrinhas preciosas de flertes, vai para a Tori. Vá para ela, pois você deve estar morrendo de vontade de vê-la.

Porquê diabos a Jade sempre inclui a Tori nessas brigas estúpidas?

— Jade. Não haja assim. Olha! Só me escuta, eu não quero te ver surtando com isso. — E ela me interrompeu de novo.

— Você não pode fazer isso, Beck. — Ela disse, e dessa vez eu a interrompi. Mesmo morrendo de medo por dentro, eu a interrompi.

— Jade, porque você está agindo tão negativamente com essas coisas? — Ela continuou a andar, enquanto eu falava, a segui andando de lado.

One-shots BadeWhere stories live. Discover now