Capítulo 106: A Segunda Modelo mais Bonita

1.1K 122 134
                                    

Olá, pessoinhas! Como estão? 

Continuaremos com nosso querido Yan desenhando a Bru e teremos o comecinho da festa da Lili.

Boa leitura!

***


Pouco minutos depois, Yan voltou com um fino bloco de folhas e voltou ao seu lugar.

— Pronto, resolvemos metade do problema.

— E o que é isso?

— Isso é um papel hectográfico — explicou, abrindo a primeira folha, manchada de roxo. A segunda folha era de um roxo intenso. — Eu coloco duas folhas em cima desse roxo, e tudo o que eu desenhar, vai espelhar na folha de baixo.

— Ah, legal. E qual a outra metade do problema?

— Não vai dar pra ser esse desenho que eu fiz. Eu teria que fazer outro... Você se importa de se fingir de estatua mais um pouco? — Deu uma risadinha.

Até parece! — Não, eu deixo você fazer outro — brinquei.

Sorriu, e se abaixou um pouquinho, inclinando sobre a mesa. — Só que eu queria fazer em outro lugar.

— Onde?

Yan olhou para os lados. — No teatro — sussurrou. Eu ri com a gracinha dele. — Acho justo, já que sempre te vejo lá.

— Hm... Faz sentido.

— Vamos? — Começou a juntar seus materiais.

— Sim.

Seguimos para o auditório, e como na vez do nosso ensaio particular, entramos sem problemas. Yan foi na frente e acendeu as luzes do palco, e enquanto eu descia, ele ficou lá em cima, pensando, analisando todos os cantos, fosse do próprio palco, ou da plateia.

— Onde eu fico?

— Deixa eu ver... Senta na cadeira onde você costuma ficar.

Fui até a primeira fileira e me sentei. Yan agachou no chão, me olhando de ângulos diferentes.

— Não, acho que não. Fica aqui no palco. — Pulou para o corredor.

Levantei e dei um impulso para sentar na beirada do palco. Yan pulou a primeira fileira de poltronas e se sentou em uma cadeira da segunda fileira.

— Estátua — pediu Yan, e eu paralisei. — Fica de frente. Isso, aí tá bom.

Fiquei sem entender quando ele arrancou os próprios tênis, até achei que fazia parte do ritual de desenhar, mas ele dobrou as pernas com os joelhos na altura do queixo, para conseguir apoiar o caderno perto do rosto. Ele trocou de lado algumas vezes, procurando o melhor ângulo, e logo começou a desenhar.

Segurei a beirada do palco e deixei a coluna reta, para não ter problemas com dor nas costas caso ficasse muito tempo ali.

Era engraçado. Apesar de ter vergonha, eu gostava de ter Yan me olhando daquele jeito. Era como se eu tivesse certeza de que ele estava reparando cada detalhe meu, assim como ele explicou mais cedo, sobre o cenário.

— Nessas horas eu queria saber desenhar também, só para desenhar você aí — comentei.

— Se quiser eu te empresto uma folha e um lápis — disse, concentrado.

— Não vou deixar você desperdiçar uma folha comigo. Eu só conseguiria fazer uns rabiscos. A folha ia chorar.

Ele começou a rir. — Que exagero.

Saint Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2)Where stories live. Discover now