Capítulo 153 - Novidades + Saudade

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Oi, pessoinhas!

HOJE o negócio tá bom. Mas tá muito bom. Sério mesmo. Muito bom.

Boa leitura!

***

Yan segurou a porta do anfiteatro para mim, e eu passei, me virando para observá-lo, pensando que talvez aquilo fosse um sonho. Ele fechou a porta e sorriu para mim, voltando a andar. O observei por trás, dos pés à cabeça, ao mesmo tempo que todas as nossas lembranças vinham à tona. Era engraçado como parecia que faziam anos desde que, sei lá, fomos ao baile ano passado.

Caminhamos para dentro do pequeno bosque e ele foi para a primeira mesa que avistamos, se sentando do outro lado enquanto eu me sentava no banco mais perto. Nos olhamos por uns segundos sem dizer nada, como se estivéssemos no mesmo estado de surpresa.

— Você mudou bastante — comentou Yan, sendo o primeiro a quebrar o silêncio agradável.

— É... — Pela primeira vez, senti as bochechas quentes e passei a mão por meu cabelo curto. — Acho que todo mundo acaba mudando. Você também mudou.

— Pouca coisa, só cresci. Dizem que minha voz ficou mais grave, mas eu não percebi essa diferença.

— É mesmo. — Parei para analisar, tentando me lembrar de como a voz dele soava para mim. Estava mesmo um pouco mais grave. — São os hormônios, não deixam ninguém pra trás — brinquei e ele riu.

— Realmente, ainda bem, né? O que te fez decidir cortar o cabelo tão curtinho? — Ele apoiou a cabeça na mão, com o cotovelo no tampo.

— Ah... Acho que eu só quis mudar de visual. Estava cansada da minha cara e, como nunca tinha feito nada diferente, resolvi arriscar. Na verdade, meu cabelo já cresceu, eu cortei bem mais curto do que isso.

— Uau. — Suas sobrancelhas se ergueram de surpresa. — Queria ter te visto assim também.

— Posso fazer o sacrifício e cortar de novo algum dia.

— Ok, vou cobrar.

Sorri, ainda abobada. Me forcei em pensar alguma coisa, ou seria capaz de ficar horas apenas o observando. — Então, me conta como foi lá em São Paulo. Tudo o que você fez, como era a escola, seu trabalho na floricultura.

— Ah, o Gabriel te falou?

— Sim. Ele disse que você estava cansado, mas que gostava de trabalhar lá.

— Sim, era bem legal. A minha chefe era a Carolina, uma jovem senhora de cinquenta e dois anos que tinha mais energia do que eu. — E deu uma risada leve. — Ela ficou bem triste quando eu tive que ir, mas pra não deixá-la na mão, chamei um amigo para ficar no meu lugar. Vou sentir falta.

— Você fazia muitas coisas?

— Sim, carregava flores, vasos, sacos de terra, areia, cascalho, limpava a loja, cuidava do estoque, atendia alguns clientes. Eu era tipo pau pra toda obra. — Sorriu, divertindo. — Até ganhei uns músculos. — Deu uma batidinha no braço.

— Também, carregando peso. E a escola? Fez amigos rápido?

— Até que sim, mas por causa do Mateus, ele é mais... "dado" do que eu. Logo no primeiro dia de aula já foi puxando assunto com o pessoal e me arrastou junto. Eu só acompanhei o processo. Nós até demos uma ajuda pra eles, porque eles estavam vendo coisas que já tínhamos visto.

— Bela ajuda. Lá também tinha teatro?

— Infelizmente não. Eu não achei que sentiria tanta falta de interpretar, mas eu senti. Até procurei por algum lugar que desse aulas de teatro, só que aí eu comecei a trabalhar e não teria tempo. Pelo jeito você continuou com o teatro.

Saint Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2)Onde histórias criam vida. Descubra agora