Capítulo 130: Carnaval

948 97 74
                                    

Olá, pessoas!

Vamos para um dia de festa. Ou nem tanto assim.

Boa leitura!

***

Apesar de ser uma segunda-feira e não ter aula, por causa dos feriados, Lili, James e Júlio vieram para a escola. Almoçamos juntos, e antes de sair, Lili e eu nos besuntamos de protetor solar, pois o sol estava tinindo, e lá fomos nós, saindo da escola.

Lili guiou o caminho por entre as ruas, até chegarmos na avenida principal, que já estava lotada. Vi de longe um daqueles ônibus que tocavam música, e inclusive, estava tocando "Erva Venenosa".

Lili começou a dançar conforme andávamos, tentando não ficar muito perto da multidão. Apesar do ambiente estar abafado, era impossível não se contaminar com a energia alegre que todos emanavam.

Seguimos junto com todo mundo, pulando, cantando e dançando. Nem Bernardo resistiu a algumas músicas contagiantes. De vez em quando parávamos para comprar água e sorvete, mas sempre seguindo o movimento, tanto é que não percebemos que estávamos entrando cada vez mais entre as pessoas. O bloco estava seguindo para a avenida ao lado da praia, e parecia que juntava cada vez mais gente com a música alta.

Enquanto começava alguma música da Beyoncé, começamos a pular, todos alegres. Vez ou outra alguém me empurrava, mas não chegava a me incomodar, pois eu sabia que era quase impossível andar por ali sem esbarrar em ninguém. E também, minha atenção estava em aproveitar o momento.

Algumas pessoas na nossa frente pararam de andar por algum motivo, então os meninos foram na frente, tentando liberar passagem. Segui atrás de Lili, tentando não encostar nas pessoas ao nosso redor, sentindo gotículas de suor escorrendo em minhas têmporas e costas. Se suar emagrecesse, eu já tinha perdido pelo menos três quilos.

Meus cabelos estavam grudados em meu pescoço e nuca, e passei a mão para tirá-los, me arrependendo de não ter trazido algo para prendê-los. Em uma tentativa de me refrescar, segurei os fios em um rabo de cabelo enquanto andava. Acabei esbarrando o cotovelo em uma garota, e pedi desculpas desesperadamente, apesar dela parecer não ter ligado, não sei se por estar um pouco bêbada.

Voltei a andar, procurando Lili, e a encontrei um pouco longe, e fui atrás.

De repente, senti meu estômago revirando e engoli seco, tentando conter uma ânsia. Um frio repentino surgiu a partir de meus pés, subindo pelas pernas e se espalhando pelo corpo. Minha boca ficou seca e parei de andar, piscando algumas vezes, tentando impedir que minha visão ficasse embaçada.

Não, por favor, aqui não...

Minha visão começou a clarear, como se tivessem colocado um holofote na frente do meu rosto. Enquanto eu ainda enxergava alguma coisa, andei, meio cambaleante, para o lado, tentando chegar na calçada para me sentar. Já seria ruim desmaiar, mas cair no meio da rua com tanta gente e correr o risco de ser pisoteada seria muito pior.

Consegui enxergar um poste e fui até ele, me segurando, já sentindo as pernas fracas. Minha mente divagou por alguns segundos e tudo ficou escuro enquanto eu tentava sentar na beira da calçada.


Meus sentidos ainda funcionavam, apesar de parte do meu cérebro ter dado tilt. Os barulhos ao redor foram aumentando gradativamente, como se meus ouvidos fossem destampados aos poucos. Senti meu corpo todo formigando e abri os olhos, tentando ajustar a claridade.

— Ela acordou — disse alguém por perto, mas eu ainda não tinha forças para olhar. — Você tá bem?

Neguei com um fraco aceno de cabeça, notando que a voz não me era conhecida. Percebi que estava encostada no poste, praticamente abraçada com ele. Era geladinho, o que ajudou um pouco na sensação ruim.

Saint Peter: A Escola dos Mimimis Amorosos (Vol.2)Where stories live. Discover now