"Com o tempo, todos os finais tristes se tornam alegres. O final triste é só para o autor parar de contar a história. Mas ela continua. Só não é contada."
— Vida Comum.
(Dê play na música do início para acompanhar o final dessa história)
Era o dia dá inauguração do observatório. Levei muito tempo para finalizar o projeto por conta de outras prioridades.
A pequena Renesmee estava linda vestida de astronauta. Corria para lá e para cá com toda energia de uma criança de três anos com o organismo repleto de açúcar.
— Renesmee! Venha cá — Cassie chama fingindo estar brava, mas sem conseguir conter o sorriso bobo — Olha só para você sua sapeca — ela limpa o rosto dá garotinha com uma toalha úmida — Toda suja de glacê.
Ela se contorce querendo voltar ao chão e sair correndo novamente.
— Para onde você está querendo ir? — eu pergunto me aproximando.
— Papai! — ela grita me estendendo os pequenos bracinhos roliços, a pego no colo — Eu sou uma astonauta! Vou encontá a mamãe lá no xéu!
Sinto um aperto no peito. Fazia três anos desde a morte de Suzana, mas sua perda ainda doía. Dei um beijo no rosto gordinho de Renesmee e a coloquei no chão. Ela saio correndo dando uma gostosa gargalhada.
Muitas pessoas chegam para a inauguração. Naquela noite em especial teria uma linda chuva de meteoros e estávamos disponibilizando vários telescópios para todos aproveitarem aquele espetáculo maravilhoso.
Quando a chuva começou, Renesmee corre até mim querendo ver também pelo telescópio.
— Papai, papai! Quelo ver a mamãe!
Eu a seguro e a coloco em frente ao nosso maior telescópio, de onde ela conseguiria ver de perto a bela chuva de meteoros.
Ela fica vidrada e dá várias gargalhadas. Seus olhinhos brilham e as estrelas parecem estar refletidas em seus olhos. Exatamente como nos olhos de Suzana.
Acredito que foi naquele momento, presenciando seu primeiro fenômeno que Renesmee decidiu o que queria ser quando crescer.
Corro de uma lado para outro na sala de comando preparando e organizando tudo. Conferindo se tudo estava em ordem.
Me sento por um momento descansando. Os anos estavam começando a pesar, já não era mais o mesmo de quando comecei a pesquisa na NASA.
— Senhor? — Carl chama — Está tudo pronto para o lançamento dá Nave Suzana L7.
Eu concordo com a cabeça. Depois de quase vinte anos, enfim estávamos prontos para enviar uma equipe de astronautas para confirmar nossas pesquisas em Marte. Respiro fundo e me apoio nos braços dá cadeira para levantar.
— Estou indo até a ponte me despedir, volto já para iniciarmos o lançamento.
Saio dá sala de comando e vou em direção a ponte de lançamento. Cruzo com muitas pessoas correndo apressadas dando os últimos retoques. Me despeço dá tripulação dá nave um por um, mas não encontro o capitão.
— Derek, onde está seu capitão? — pergunto para o imediato.
— Eu a vi entrando na nave agora a pouco, senhor.
Concordo com a cabeça e vou em direção a entrada do foguete.
— Oi — chamo — Tem alguém aqui que quer ir para outro planeta sem se despedir do pai?
Renesmee aparece usando seu traje branco com azul. Seu cabelo negro como o de Suzana, cada dia mais parecida com a mãe.
— Oi pai — ela me abraça — Desculpa, queria checar tudo novamente antes de irmos.
Passo a mão entre seus fios negros e seguro seu rosto em minhas mãos. Seu sorriso se alarga.
— Tem certeza de quer ir, minha filha?
— Ela iria querer isso, pai. Vou estar mais perto dela do que jamais estive.
Concordo com a cabeça e a abraço.
— Ah pai, antes de ir, tenho uma novidade! Derek me pediu em casamento! — ela sorri radiante de felicidade.
Meu sorriso se alarga e a felicidade me preenche. Derek era uma ótima pessoa. Se tornou como um filho para mim e nunca pensei em alguém melhor para cuidar de Renesmee.
— Que coisa maravilhosa filha! Então volte logo e vamos fazer uma grande festa de casamento para vocês.
Ela abre a boca para dizer algo, mas somos interrompidos.
— Senhor? Precisamos iniciar o lançamento, se esperarmos mais vamos perder a abertura.
— Estou indo — digo, me viro para minha filha — Você é meu bem mais precioso Renesmee, toma cuidado lá. E boa sorte meu amor — a abraço.
— Pode deixar pai. Vou mandar seu beijo para mamãe.
Uma lágrima corre por sua bochecha. Eu pouso um beijo em sua cabeça e me retiro.
A tripulação entra na nave e se posiciona. Eu chego a ponte de comando e começamos as operações para o lançamento dá Nave Suzana L7.
— Senhor, tudo pronto. Permissão para o lançamento?
— Permissão concedida — digo.
Dez segundo depois a nave começa alçar voo e minutos mais tarde não a vemos mais. Muito tempo se passa quando enfim estabelecemos conexão com a Nave e todos na ponte de comando comemoram o sucesso do início dá operação.
Ouço a voz de Renesmee.
— Tudo certo, atracamos sem maiores problemas. E capitão Burke? Mamãe disse que o perdoa e que também o ama.
"Todos vamos morrer. Não podemos escolher como ou quando. Mas podemos decidir como iremos viver. Então faça isso. Decida! Essa é a vida que você quer viver? Essa é a pessoa que você quer amar? Esse é o melhor que você pode ser? Você consegue ser mais forte? Mais gentil? Ter mais compaixão? Decida!
Inspire.
Expire.
E decida."
(Grey's Anatomy)
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Sob a Luz de Mil Estrelas
Romance"Já notou que basta apenas um segundo para toda sua vida mudar? Apenas um segundo é o que basta. Um segundo para devolver o sorriso do garoto bonito sentado na mesa ao fundo dá cafeteria, um segundo para dizer sim a esse garoto no altar. Um segundo...