One Last Night

XIX - One Last Night

Eu tive um sonho que eu estava morrendo
Mas eu não encontrei ninguém lá
E se uma última noite é tudo o que nos foi dado
Vamos vivê-la como se nos importássemos
One Last Night - Vaults

As botas pretas grossas estalavam em um ritmo rápido contra o chão cinza da nave estelar.
Uma pequena unidade de Stormtroopers se dispersou, pisando freneticamente para o lado para deixar a figura alta vestida de preto passar entre eles.
Kylo Ren não reconhece a presença deles. Nem de mais ninguém. O modo como ele atravessava os corredores era agressivo. Era o líder supremo, soberano sobre a Primeira Ordem e seus sistemas sob seu controle.
Mais do que nunca, todos o temiam. Esse é um dos motivos pelos quais ele voltou a usar sua máscara - intimidação. O ser vivo mais poderoso nesta galáxia. A autoridade final. Acima da pergunta. Acima do desafio.
Kylo range os dentes enquanto anda, cerrando os punhos. O motivo?

- Rey... - Disse em voz alta o nome dela.

Passou o resto do dia na ponte de controle até que enfim chegaram a órbita de Naboo. Quando a nave se aproximou do planeta o Cavaleiro de Ren retornou ao seu quarto. Ele diminui o ritmo enquanto se aproximou de seus aposentos. Informaria a ela que desembarcariam imediatamente. Ele digitou o código de segurança e a porta se abriu. As luzes acenderam quando ele entrou na sala. Ele removeu sua máscara, colocando-a em uma coluna à sua direita. E tirou suas luvas distraidamente enquanto caminhava até a cama e se assentou sobre o colchão.

Rey estava encolhida sobre ela.

- Chegamos. - Sussurrou com a voz rouca.

- Onde? - Ela não se moveu, olhava para as paredes.

- Em casa. - Kylo empurra o ar para fora de seus pulmões devagar e deliberadamente, como se isso o afastasse das emoções que se erguiam para alcançá-lo.

- Naboo? - Ela olhou de volta para ele, cautelosa. Estando fora da nave provavelmente teria grandes chances de traçar um plano de fulga ou contactar seus amigos.

- Eu desejo que nosso filho nasça aqui.- Rey sabia que ele se remetia aquela atitude a história de Padmé querer ter seu filho com Skywalker no planeta, o que não aconteceu. A Jedi se ergueu sobre a cama sentando-se passou a mão pela face como se quisesse limpar algum resquício de lágrimas. - É meu lugar favorito na Galáxia, e me remete a muitos momentos... bons.

- Pensei que me manteria presa na Supremacia...- Disse encontrando os olhos dele fixos friamente nos dela. Ele fez uma pausa por um momento, encarando a Jedi com um aviso em seus olhos.

- Não tente fugir...a menos que queira...- Não completou a frase, não seria necessário, Kylo viu o lampejo de dor em seus olhos cor de avelã dourado com pontos esverdeados. Seus olhos... eles o fascinaram.

- Diga! - Ele sabia que ela era poderosa na Força, mas não fugiria pelo filho.

- Não entre na minha cabeça! - Sentiu a raiva e o ódio crescendo dentro dele.

- Você não tem coragem de dizer!

- Me obedeça e viverá. - Ele cuspiu nela. - A menos que queira morrer.

- Estou desarmada Ben Solo. Por que não me mata de uma vez? - Por essa ele não esperava. Passou as mãos pelos cabelos negros nervosamente. A encarou sério e ela sustentou seu olhar.

- Porque não é o que desejo fazer. Além do mais, Você já me matou antes. - Disse ele. Desta vez, a mágoa e a dor eram dele.

- Eu não queria sentir o que sinto por você Jedi, ...é algo que não consigo controlar. - Sua voz é firme. - Amar você tem me destruído pouco a pouco. Aberto feridas em mim que não irão cicatrizar. - Rey manteve-se em silêncio.