Capítulo 9: Tentação

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A mansão é grande e silenciosa.
O cenário perfeito para qualquer ato criminoso que possa ocorrer nessa noite.

Cá estou eu, recém chegada, na casa de um estranho, colega de trabalho, que até então não sabia que tinha uma mansão.

Eu poderia ficar calada, mas minhas dúvidas imploram por respostas.

-Por que trabalha num pequeno jornal, se tem uma mansão dessas?

Desde que entramos ele mantinha a mesma expressão. Ele tirou as mãos do bolso e retirou o terno. Em seguida, desabotoou os botões das mangas de sua camisa social branca.

-Trabalho porque gosto.

Por mais firme que suas palavras fossem, eu não sentia verdade nelas.

-Por que não me leva para casa?

Ele passa a mão no rosto e respira fundo.

-Acha que eu quero que você fique aqui? Que fique me irritando com essa matraca? Você não precisa me agradecer, só cale a boca.

Ele caminhou e eu o segui.
A iluminação era fraca porque apenas algumas luminárias estavam ligadas.

Como devo me sentir diante disso?
Tudo o que eu queria era ir para o hotel chorar o resto da noite por minhas frustações e quem sabe, ter pesadelo com Jungkook e seu sorriso maléfico e demoníaco.
Estar na casa de um estranho me incomoda porque parece cômodo.

-Me desculpe por isso, mas acho que não precisa me tolerar. De qualquer forma, obrigada por me ajudar a sair daquela situação. Vou indo, peço um táxi para mim. Boa noite!

Ele então, veio até mim e ficou parado na minha frente. Pegou meu braço e colocou um pequeno pano com cubos de gelo no local onde Jungkook apertou.

-Segure aí.

Depois, se sentou nas banquetas da cozinha e apertou botões no balcão. Uma prateleira subiu lentamente, e ele pegou uma garrafa de bebida e se serviu.

Seu olhar era tão vazio, entristecido, como se nada naquele momento fosse importante.

Me sentei à sua frente e o olhei.

-Está tudo bem?

Ele bufou e fechou os olhos, tentando se acalmar. Foi aí que tudo foi de mal à pior. Ele lançou a garrafa, copo e tudo que estava ao seu alcançe, ao chão.
Depois se apoiou no balcão e ficou de pé, gritando de raiva.

Eu podia ouvir meus batimentos cardíacos se atropelando com o desespero.

Ótimo, estou sozinha com um descontrolado.

-Você não tem ideia do que está acontecendo, não é? Claro, você sai da sua cidadezinha de merda e vem se meter onde não é chamada. O que veio fazer aqui? Por que está aqui? Você tinha que fazer o que fez hoje?

-Do que está falando?

-Eu devia acabar com isso agora.

Ele parecia falar sozinho, até mesmo pensar sozinho.

-JinHwan, eu...

-Quantas vezes eu vou ter que pedir para você calar a droga da sua boca?

O silêncio dançou sobre nossas cabeças. Eu estava ofegante, e ele também. Ambos parados tentando resolver confusões internas.

-Acho melhor eu ir embora.

Eu coloquei o pano no balcão e me virei para sair dali. Assim que dei poucos passos, o ouvi andar também.

Soul Criminal: Red- Vol. I [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now