Capítulo 22: Call Out My Name

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Depois daquela cena, Jungkook não colocou os pés na sala até que os meninos estivessem cansados o suficiente para voltarem para suas casas. Quando desceu para irmos embora, ele passou reto e foi para o carro. 

Seu olhar estava vazio, tétrico, escondendo o olhar de um Jungkook ansioso por esse plano e por esse momento. Nem ousei abrir a boca durante o caminho, porque pude perceber as veias dos seus braços ficarem em evidência, demonstrando a força que ele usava para dirigir. Tudo aquilo me abalava, por ter que mexer com o psicológico dele para proteger Junhoe.

Egoísta, você está sendo egoísta.

Em parte, tenho que concordar que estou sendo, mas, não finjo arrepios ou nervosismo quando estou perto dele. O fato de eu querer proteger Junhoe é porque ele é o único que sobrou das minhas memórias. O único que ainda respira, que continua vivo. O medo de perdê-lo é incompreensível, e embora nós tenhamos transado, não consigo tirar da cabeça que aquilo não foi real. Eu sempre o via como melhor amigo, mas depois de estar tanto tempo ao meu lado, me apoiando em tudo, eu sentia que não podia recusá-lo e ser tão fria. Pelo calor do momento eu talvez tenha estragado tudo entre nós, e mesmo que ele me deteste por fazer isso, eu ficarei feliz só em saber que ele continuará bem.

Porém, nem todas as explicações do mundo poderiam me fazer compreender os motivos de Jungkook me querer longe de tudo de maneira tão obsessiva. Não entrava na minha cabeça que ele simplesmente pensava que a qualquer momento eu pudesse quebrar, não mesmo.

Quando chegamos em casa ele estacionou na garagem e saiu do carro, sem dizer nada. Depois que entramos, ele foi direto para a cozinha, e se serviu de vinho em uma taça delicada.

-Não pode fazer isso comigo!- ele disse.

-Eu estou tentando te ajudar.

-Mas não está, você está me destruindo. 

Eu não tinha ideia de como ele estava se sentindo em relação a tudo, até ele me dizer isso.

-Por que? 

-Eu sei que o que está fazendo não é por mim, Lisa. Você não se importaria se tudo desse errado, porque talvez eu não importe tanto para você quanto você importa para mim. E talvez não faça diferença nenhuma na sua vida se você sair daqui, mas na minha, fará.

-Eu não tenho intenções de sair daqui, Jungkook.

Ele me olhou por cima do ombro e abaixou a cabeça. Depois, terminou de tomar o líquido que estava na taça, e se virou para mim, caminhando em minha direção.

-Me prometa que, se partir, vai se despedir?!

Novamente, lá estava ele sem sua armadura, sem a vingança cegando seus olhos. Me aproximei e segurei seu rosto com as duas mãos.

-Se eu partir, que seja ao seu lado. 

Quando eu estava ao lado dele, meu corpo reagia de forma diferente. Eu me tornava a pessoa mais sincera do mundo e isso era assustador. 

A sensação que ele causava em mim era assustadora.

Suas mãos se arrastaram até minha cintura, e ele encostou sua testa na minha, de modo que nossas respirações guerreassem de forma pura.

-Talvez eu esteja meio apaixonado por você.- ele disse, num sussurro.

Sorri, e beijei levemente sua boca.

-Talvez eu esteja totalmente apaixonada por você.

Ele se desgrudou de mim, e me olhou feliz. Depois, me levou até a sala e ligou uma música baixa. Dançávamos devagar, transbordando desejo. Foi aí que nossos olhares se encontraram novamente, e dessa vez, não havia nada nos impedindo de nos comunicarmos através deles.

Soul Criminal: Red- Vol. I [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora