Soul Criminal: Red- Vol. I [CONCLUÍDA]

Capítulo 10: Café da Manhã

Acordei num pulo, e percebi que estava no quarto do hotel.
Levantei da cama e olhei ao redor.
Olhei tudo, com medo de que alguém estivesse escondido.

Eu estava apavorada, como cheguei aqui? A única coisa de que me lembro foi de adormecer nos braços...dele.

Entrei rapidamente no banheiro, me olhei no espelho e reparei na maquiagem, as roupas, jóias e até mesmo meus cabelos. Tudo ainda estava ali, como se eu nem tivesse adormecido. Passei a mão no rosto e tirei o vestido. Andei rápido até o box, liguei o chuveiro e tomei um banho. Tirei a maquiagem de ontem, lavei os cabelos, e depois arreganhei a mala para pegar roupas.

Coloquei óculos escuros e peguei minha bolsa. Caminhei rápido pelo corredor e invadi o elevador.
Passei pelo hall correndo e fui até meu carro.

Enquanto eu dirigia, tentava me lembrar da noite passada. Meu celular começou a tocar alto, bufei e atendi.

-Alô?

-Como está indo o trabalho, Lalisa?

-Senhor Koo, ah sim, fiz muito progresso. A equipe daqui não tinha muitas informações concretas, mas tivemos sucesso e conseguimos muitas coisas interessantes num evento que aconteceu na cidade.

-Fico feliz, só seja rápida. Têm conversado com Junhoe? Ontem ele saiu à noite nervoso, há algo acontecendo entre vocês?

Quase bati o carro, nem havia percebido o sinal vermelho. Pisei no freio e gritei.

-Está tudo bem? O que foi isso?

-Sim, sim, estou.- respirei fundo e soquei o volante.

-Faça um bom trabalho, estou contando com você.

Ele encerrou a chamada, e eu apertei o celular.

Pedi desculpas aos outros motoristas e dirigi até o café mais próximo.
Estacionei, entrei e me sentei em uma das mesas.
O ambiente era claro, bem iluminado e organizado, perfeito para por os pensamentos em ordem.

Eu precisava resolver as coisas com calma.
Primeiro, tenho que ver como Junhoe está, deve ter acontecido algo.

Pedi uma simples xícara de café forte e disquei o número dele.

-Bom dia, Prince. Está tudo bem?

Ele apenas respirava no celular.
Eu podia ouvir o peso de seu nervosismo.

-Agora você resolveu falar comigo direito?

-Espera, oi?

-Eu te liguei ontem e você disse que não tinha nada para falar comigo. Disse que estava ocupada, e então riu e colocou outra pessoa na linha. Olha, Lalisa, seja o que ou com quem estiver fazendo as coisas por aí, saiba que não vou te atrapalhar ou servir de brinquedo para alguém.

Respirei fundo e fechei os olhos.
Céus, o que eu digo agora?
Se eu contar sobre ontem é capaz dele vir até aqui e me levar de volta nas costas.

-Junhoe, eu não queria e nem quero machucar você. É que aconteceram coisas ontem, eu não me lembro bem.

-Como por exemplo ficar bêbada nos braços de outro?

-Junhoe, eu...

-Se você não sabe o que quer, então não acho que devíamos continuar com isso!

-Você precisa me ouvir, não pode terminar tudo agora. Eu estou longe de casa, sem você, sem ninguém. Eu simplesmente confiei em pessoas erradas.

-O que quer dizer?

-Nada, está tudo bem. Em breve irei para casa, só por favor, não me deixe, não agora.