Capítulo 16: Ameaças

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A troca de olhares foi impetuosa, assassina de qualquer sentimento pernicioso que estivesse ali naquele momento. Toda a sua ira parecia esvair-se e dar lugar à uma expressão recheada de maviosidade.

A única luz que alumbrava o quarto era a de uma luminária de luz neon, roxa. Eu diria que poderia ser pueril ou que simplesmente não tivesse nada a ver com um criminoso como ele, mas nessa hora, tudo tinha uma perfeita harmonia.

Reparei nas minudências de seu rosto e ele parecia fazer o mesmo comigo.
Passamos longos minutos nessa circunstância, até nos deitarmos em posições confortáveis, onde eu me encontrava apoiada em seu peito, enquanto sua mão acariciava minhas costas.

Eu não podia deixar de pensar nas milhares de consequências que isso poderia me trazer. Me rendi ao inimigo por causa de impulsos carnais que eu poderia muito bem ter controlado.

Fechei os olhos e quando me dei conta a noite já tinha ido embora.

Acordei com o quarto totalmente rútilo, por causa da forte luz do dia dominando o cômodo.
Quando a ficha realmente caiu, arregalei os olhos e sentei na cama.

-Céus, o que eu fiz?

Me levantei da cama e me enrolei nos lençóis.

-Idiota, rasgou todo o meu vestido!

Abri a porta do quarto morosamente, e olhei o corredor. González jamais pode saber do que aconteceu, porque, espontaneamente, pode contar à Seulgi.

Quando eu ia sair do quarto, senti o cheiro tentador de perfume tomar conta do ar.

-O que cê tá fazendo? Brincando de cinderela?

Ele saiu do banheiro de toalha enrolada na cintura, com seus cabelos úmidos e levemente bagunçados.

-A noite passada foi um erro, vamos esquecer que aconteceu!

Abri a porta mas ele a impeliu, fechando-a novamente. Sua respiração espancava minha nuca, me obrigando e virar de frente para ele.

-Você acha mesmo que eu vou esquecer? Na verdade, acha que você vai?

-O que quer que eu faça? Que eu me sinta honrada por ter dormido com um bandido como você?

-Se foi tão ruim para você, então por que não foi embora? Está aqui até agora, por qual motivo?

Ele me puxou pela cintura, para que ficássemos mais próximos.
Por conseguinte, sussurou bem na minha cara.

-Seja sincera, Manoban, você quis tanto quanto eu. Estava estampado na sua testa!

-Isso é o que você quer acreditar!

-Você sabe que não é bem assim.

-Então como é, estúpido? Parabéns, esse era o seu objetivo? Você conseguiu o que queria, agora jogue na minha cara o quanto quiser, você me levou para a cama. Quer palmas também?

Me virei e abri a porta com ímpeto, em seguida, saí do quarto e bati a mesma. Voltei para meu, e tranquei a porta, indo em direção ao banheiro.

Eu me sentia culpada, imunda.
Tomei um longo banho, até sentir que toda aquela sensação tivesse ido embora.

Envolvi a toalha no meu corpo e sai do banheiro. Quando olhei para a cama, vi Jungkook deitado nela, mexendo no celular.

-Espera, o que? Como entrou? Eu tranquei a porta!

-Você está na minha casa, acha que eu não tenho todas as chaves daqui?

-O que você quer?

-Você vai realmente fazer esse teatrinho ou você acredita mesmo que a culpa disso tudo é minha?

Soul Criminal: Red- Vol. I [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now