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Índio 🦖

Leila: Filha...- Falou assim que viu a minha nega.

Lua: Me chame de Lua, por favor.- Falou firme.

A bruxa do 71 olhou pra gente com cara de ofendida.

Leila: Não fale assim comigo, eu sou sua...- Lua interrompeu ela.

Lua: Mãe é quem cuida, é quem mesmo não tendo condições, dar amor e carinho pro filho.- Falou firme e passou a outra mão na barriga.- E você...Você só me abandonou, em todos os momentos que eu precisei.

Cara, namoral.

Queria vocês aqui pra ver como ela falava.

Segura de si, com firmeza.

Patroa pô.

Leila: Eu vim aqui te desejar felicidades, pelo meu neto...- Lua negou.

Lua: Você rejeitou ele, lembra? Quando eu te liguei, poucos dias depois que eu terminei com o Victor.- Me fiz de ofendido.- Eu pedi sua ajuda, pedi pra ficar com você. O que você disse mesmo?

A velhota interrompeu a minha nega.

Leila: Lua...- Minha nega continuou.

Lua: "Bem feito! Eu não acredito que você vai ter alguém ligado ao sangue daquele vagabundo! Se você bater na minha porta, eu faço questão de fechar ela na sua cara." - Até eu fiquei surpreso.

Em pensar que quando eu rejeitei a criança, eu tava me tornando um bosta igual essa bruxa.

Lua: Então hoje, eu quer fecho a cara na sua porta.- Me puxou pra dentro de casa e foi fechar o portão.

Leila: O seu pai está passando mau.- Gritou empurrando o portão.- Não faça por mim, faça por ele.

Lua: Meu pai? - Falou já querendo ficar nervosa.

Índio: Calma, meu bem.- Falei baixo e apertei a mão dela.

Leila: Ele...- Demorou a falar.

Já tava ligado nas manhas, isso é só caô.

E eu não vou permitir que ninguém deixe a Lua nervosa.

Se ela ficar internada, fode com a minha vida e comigo, meu parceiro.

Claro que eu não ia deixar ela e meu filho em um postinho qualquer.

Ia pra pista com o melhor acendimento possível.

E eu não ia poder ver ela.

Mas ninguém vai fazer isso acontecer, nem ela mesma.

Índio: A gente vai visitar o coroa e se.- Destaquei o "se" .- Se ele precisar de algo, a gente dá todo o patrocínio.

Leila: Mas...- Tentou falar.

Índio: Que nada, bruxa! Eu espero que tu não esteja brincado ou tentando me roubar, jaé? - Falei sério.- Tenha uma péssima tarde, fora do meu morro de preferência.

Fechei o portão na cara mermo e já liguei pelo raidinho pedindo pra tirar ela.

Lua: Mas o meu pai...- Começou.

Índio: Calma nessa porra! Tu vai ligar pra ele e perguntar se tá acontecendo algo, se tiver, nós parte pra lá agora mermo, mas fica calma.- Falei sério.

Ela respirou fundo e pegou o celular.

Abracei ela e coloquei a cabeça no pescoço dela, enquanto com uma mão ela segurava o celular e a outra fazia carinho em mim.

No MorroWhere stories live. Discover now