Capítulo 20

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Ísis

Suspiro cansada, abaixo a tampa do vaso sanitário, limpo a boca vou até a pia e escovo meus dentes. Faz uns quatro dias que estou assim, sentindo enjôos, tonturas, não sei se estou grávida ou é um alarme falso.

Não contei nada ao Aaron não sei se ele quer um filho agora, temos dois meses e duas semanas de casados ainda, é muito cedo para termos um filho, mas se eu estiver grávida vou ficar feliz, meu sonho é ser mãe, mas por enquanto vou guardar comigo, depois faço um exame, sem que Aaron perceba.

Sei que posso parecer uma boba, mas é que sinto medo dele não querer um filho agora, mas também quero fazer uma surpresa a ele se eu estiver esperando um filho, um fruto do nosso amor. Ouço um barulho na sala, sei que é ele, pois me ligou dizendo que viria com Otto, e tinha uma surpresa para mim, saio do quarto e vou até a sala. Olho surpresa para a criança que está no colo de Otto passando a mão toda babada em seu rosto, o mesmo faz uma careta, sorrio, deve ser filha de algum amigo deles.

— Que linda, de quem é? — Pergunto a eles, Aaron sorri olhando para Otto que está com uma cara de quem vai morrer a qualquer momento.

— Oi loirinha, senti sua falta. — Ele diz me beijando, passa os braços por minha cintura, me puxando mais para si. — Vai Otto fala tudo para ela! — Ele diz mordendo meu pescoço, me arrepio, meu ponto fraco é o pescoço.

— Contar o que?

— Ísis eu não sei como te falar isso. — Ele começa nervoso, vou até ele pego a menina que está em seus braços, ela passa as mãozinhas gordas em meu rosto e sorri, um sorriso lindo. — Eu... Eu sou pai, ela é minha filha. — Começo a rir, só pode ser uma piada.

— Filha? Você, pai?

— Sim. — Diz se sentando, me sento também com a pequena em meu colo, Aaron senta ao meu lado beijando meus cabelos, ele é sempre tão carinhoso. — Me envolvi com uma garota a um tempo atrás, mas depois daquele dia não nos vimos mais, e hoje estava em meu serviço, a tia dela entrou lá dizendo que ela é minha filha, que tinha recebido uma grande oportunidade e não poderia ficar com ela.

— E cadê a mãe dela? — Pergunto já com raiva dessa tia, por deixar a criança assim, como se fosse um animal, onde você deixa com um vizinho, para fazer uma viagem.

— A mãe morreu, ela estava com a tia, mas como disse ela viajou e não pretende voltar.

— Já liguei para um amigo dono de uma clínica, ele vai fazer o exame de DNA amanhã. — Aaron me avisa.

— E se ela não for sua filha? O que vai fazer? — Ele não pode devolver ela como se ela fosse um objeto, essa tia não vai querer ela, ela não pode voltar a ficar com essa doida.

— Eu não sei, eu tô confuso, minha vida mudou completamente em algumas horas. — Ele diz passando as mãos nos cabelos.

— Se ela não for sua filha, adota. — Digo a ele, já que a tia não quer, ele fica com ela.

— O quê? Adotar? Você louca? — Ele diz gritando, nunca gritou comigo, mas não levo em consideração, ele está assustado com tudo isso, nunca esteve nos planos dele ser pai. A menina acaba se assustando e começa a chorar, ela deve ter em média de um ano ou dois.

— Viu o que você fez? — Aaron diz bravo por ele ter gritado comigo e assustado a criança. Otto vem até mim, pega ela do meu colo.

— Me desculpe meu anjo, você não tem culpa, o papai tá aqui, não chora. — Otto é muito indeciso, não aguento isso, ela se encolhe em seu peito, passa os braçinhos em seu pescoço, e coloca a cabeça na curva do pescoço dele, enquanto o mesmo acaricia as costinhas dela, para ela se alcamar.

Série Amores Latinos - Llegaste TúOnde histórias criam vida. Descubra agora