Capítulo 11 - Rebelião

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~Adam~

Os dias viraram semanas e toda e qualquer interação com a Megan em Nihal tinha sumido por completo.

Até cheguei a pensar que ela tivesse voltado ao mundo normal, mas Edith me garantiu que ela não saiu de Nihal. Ela ainda não tinha conseguido o que queria. Ela ainda estava ali.

Toda pista que tínhamos morria antes mesmo de darmos mais de dois minutos de atenção a ela.

Era extremamente frustrante estar empacado no lugar quando tudo se movia aceleradamente a nossa volta.

Os espiões que tínhamos em cada província não tinham novidades sobre o paradeiro dela, apenas o nome dela ficava cada vez mais conhecido e ganhava alguns apoiadores. Mas era uma coisa muito espalhada, pequenos movimentos acontecendo ao mesmo tempo em toda Nihal.

Martin dizia que aquilo não era possível, mas eu sabia que era. E então a certeza já estava gravada em mim.

Ela não está mais sozinha.

Foi bastante difícil não somente para o meu orgulho, mas para alguns rostos ao meu redor, aceitar que ela não quis nossa ajuda, mas que estava buscando-a em outros lugares e pessoas.

Todos concordaram comigo e então a busca por esses seguidores se intensificou. Qualquer coisa para nos aproximarmos. Só que demos de cara apenas com becos sem saída. Não havia nenhuma ponta solta.

Perdi as contas de quantas missões eu saí apenas para voltar mais frustrado.

Mas nem toda a frustração do mundo me faria ficar parado.

Estou mais uma vez liderando uma equipe de busca e estamos dentro da província da água, mas quase no limite. Algumas pessoas relataram atividades suspeitas por ali, e a minha esperança estava viva.

Um enorme lago nos impedia de seguir em frente, então começamos a dar a volta nele. Mas antes que eu perceba, uma explosão estoura em meus ouvidos e deixa minhas pernas bambas.

Olho para trás para verificar como estão as pessoas que estão comigo, mas o movimento de cabeça me deixa tonto, e com a terra se movendo bruscamente sob meus pés, não consigo mais me manter de pé e caio dentro do lago.

Estranho, pensei que fosse água, mas aquilo era denso demais para ser. Ainda conseguia ser límpido como, mas a pressão que senti no meu corpo ao submergir naquele lago foi absurda. O ar foi logo tomado de meus pulmões sem esforço. Fecho os olhos e tento me concentrar em não morrer.

Mesmo abafado, consegui ouvir gritos tão próximos de mim, que estiquei os braços para ver se conseguia alcançar a fonte dos gritos, mas quando apenas tateei o nada, voltei a abrir os olhos.

Vi alarmado, quando as pessoas que estavam comigo também começaram a cair dentro do lago e o ar também lhes sendo roubado.

Mas o que me chamou atenção nesse momento foi que em vez das bolhas seguirem o caminho da superfície mais clara, logo acima das nossas cabeças, as bolhas de ar estavam fazendo o caminho contrário, estavam afundando no lago, indo em direção a uma escuridão que me deixou inquieto.

Então, sem deixar o medo me dominar, tranquilizo meu corpo e começo a nadar na direção ao breu. Fica cada vez mais difícil enxergar para onde estou indo, mas apenas confio no sentimento dentro de mim que diz que estou indo no caminho certo e continuo a afundar.

É bem difícil dar braçadas aqui dentro, mas dou o meu melhor.

Só que de repente minha mão esbarra com algo frio e pontiagudo. Puxo o braço de uma vez, o levando para detrás do meu corpo e sinto uma dor aguda na palma da mão. Com certeza eu bati em algo.

O Décimo DomínioWhere stories live. Discover now