Capítulo 17 - Um vislumbre de algo mais em seus olhos

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~Adam~


Megan está de costas para mim quando abro os olhos, então começo a analisar o ambiente ao meu redor.

É um quarto, simples e um tanto quanto abafado, com cores neutras colorindo as paredes. Uma janela, e nada pessoal. Quase frio. Não quis tirar nenhuma conclusão, melhor deixar que ela simplesmente diga.

— Aqui é onde eu fico. Não tinha certeza onde eu te deixaria, então pra evitar problemas pro meu lado, resolvi te trazer pra cá... — ela explica apontando ao redor.

— Tudo bem.

— Você não vai me trazer problemas ao ir embora, não é mesmo?

— Não — sou sincero. — Se quiser fico te esperando aqui até que me diga ao contrário.

— Obrigada. Falando nisso, vou precisar dar uma saída rápida. O banheiro é naquela porta caso precise. Não tenha ideias erradas, por favor. Vou saber se você tentar algo — ela diz séria.

Será que nesse quarto tem algum tipo de câmera? Olho ao redor e apenas digo a ela que não vou fazer nada. Então ela sai do quarto e escuto o barulho da tranca rodar.

Não que ela precisasse trancar a porta, mas sorrio ao ver que ela está tomando medidas contra mim. Se ela está fazendo essas coisas comigo, com os outros não deve ser tão diferente assim e, pelo menos, me passa uma sensação de falsa segurança.

Sem ter muito o que fazer vou até o banheiro tomar um banho e limpar as minhas roupas da melhor forma que consigo. Me sinto bem melhor depois de limpo.

Passo nem sei quantas horas olhando pela janela e observando os movimentos mínimos do lado de fora. Poucas pessoas passam por ali. Pela altura do local, não estou num prédio, ou pelo menos, estou no térreo dele.

— Você vem comigo... — ela informa ao entrar no quarto, inundando o lugar com o seu poder. Realmente, tinha demorado bem menos do que eu imaginei.

— Tudo bem — mesmo querendo perguntar para onde estávamos indo, não o faço.

Vejo quando a sobrancelha perfeitamente curvada se ergue, acho que se perguntando se eu questionar, mas quando eu apenas olho para ela, sem ousar abrir a boca, ela dá de ombros e passa por mim, indo para um pequeno armário, retirando de lá algumas peças de roupa.

Colocando as roupas dentro de uma pequena bolsa, ela a fecha e então olha para mim.

— Vamos ter que pegar algumas coisas para você também... — joga a bolsa em cima da sua cama e solta um suspiro. — Volto logo.

Dessa vez, quando ela sai do quarto, nem se incomoda em fechar a porta.

Não sei se aquilo é algum tipo de teste ou algo parecido, mas ela já tinha dito que íamos até algum lugar. Não faz sentido sair, nem mesmo para ver o corredor pintado de cinza. Vou andando até a janela e fico olhando mais uma vez a paisagem, como fiz a maior parte do dia.

Me encosto na parede e tento não prestar atenção demais na movimentação que está acontecendo do lado daquele quarto, nem tento olhar quando eu consigo escutar passos apressados  ecoando pelo corredor.

Só olho para o lado quando a presença dela me chama. Vejo um lampejo de surpresa quando ela vê que ainda estou ali, mesmo com a porta aberta. Seus olhos claros piscam arregalados algumas vezes.

— Você leva isso — Meg se recompõe e joga na minha direção uma bolsa similar a sua, que eu seguro sem o menor problema. Ela usa o banheiro e uso o tempo para analisar a mochila.

O Décimo DomínioWhere stories live. Discover now