Capítulo 20 - Violência

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~Megan~


Uma boa noite de sono pode fazer muito por uma pessoa.

Isso combinado com o fato de que eu tive uma tarde ontem que me fez sorrir despreocupada como há muitos tempos não fazia, e estou me sentindo quase renovada.

Não que a proximidade do Adam na minha vida esteja me fazendo questionar os meus passos no momento, muito menos ele torna nublado ou confuso o caminho, ele está tornando a jornada bem mais agradável.

Revisei na minha mente onde tínhamos que ir para a nossa missão de resgate. Teria o triplo de cuidado, pois por mais que os meus instintos me tranquilizavam e diziam que eu posso confiar na Laura, o seguro morreu de velho e não tem como ser pega em armadilhas sempre.

Ainda é madrugada, e foi um ponto positivo não tentarem me matar durante a noite. Claro que montei armadilhas nos corredores para detectar qualquer movimento suspeito, mas nada aconteceu.

Minha bolsa já está no meu ombro e estou com tudo pronto, quando as armadilhas me alertam que tem uma pessoa se aproximando.

Fico na defensiva, espero colada a parede por qualquer movimento suspeito, ou então se alguém tenta abrir a minha porta, mas isso não acontece, e apenas alguém bate.

— Está pronta? — a voz é do Adam.

— S-sim... — relaxo um pouco a postura e abro a porta.

Adam está encostado na parede e também já tem a sua bolsa pendurada no ombro. Ele não olha pra mim, mas abre um sorriso.

— Guie o caminho... — ele gesticula com os braços até a saída, o que me faz quase rir.

— Antes que vocês vão, vou dar uma coisa para vocês... —  a voz de Laura aparece antes dela. Esperamos ela sair das sombras. Ela estica uma das mãos na minha direção.

Estendo a palma e ela deposita em cima uma pequena pedra acinzentada. Não parecia ter magia nela, nem nada de especial. Estudei a pedra entre os dedos e paciente esperando uma explicação da mulher.

— Se algum dos dois desconfiarem de você ou das suas intenções, basta mostrar isso aos dois, deve servir ao propósito — ela diz sem maiores explanações.

— Tudo bem então — guardo com cuidado a pedra no meu bolso. — Espero voltar com boas notícias para você.

— Também espero. Boa sorte. Aos dois — acenamos com a cabeça e saímos dos limites dos domínios da Laura.

Usamos as fendas para chegar no destino mais rápido. O meu companheiro ia prestando atenção tanto no caminho que fazíamos como também para possíveis inimigos.

Não estava confortável em levar ele para aquele esconderijo do Tobias às cegas. Se coisas aconteceram quando eu pensei que o caminho era seguro, agora que eu não tenho ideia se será garantido, melhor contar com um par de olhos atentos junto a mim.

Só que para a minha grata surpresa, não tivemos nenhuma ocorrência até alcançamos o objetivo. Assim que chegamos perto da entrada do local, eu vou informando as coisas para o Adam.

— Chegamos.

— Mas aqui não tem nada.

— É o que Tobias quer que todo mundo pense. Só que esse esconderijo fica abaixo de uma escotilha. Um bunker que não é tão bem armado, ou vigiado, mas que sempre tem dominadores dele dentro. Não é comumente utilizado para aprisionar pessoas, mas isso não vem ao caso. A última memória que eu tenho dos dois é ali dentro, e vamos com cuidado. Nós dois damos conta.

O Décimo DomínioWhere stories live. Discover now