Capítulo treze

5K 996 251
                                    

🌠

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

🌠

O jantar foi bom, Jimin tinha de admitir, apesar de não estar tão confortável na presença de Zero, um dos poucos a quem pensou conseguir no mínimo uma amizade algum dia. Tudo indo por água abaixo desde aquele bendito abraço no monte Everest, como se, uma simples troca de afeto, fosse a causa de um problema maior do que ele mesmo saberia dizer.

Isso estava começando a irritá-lo, e era óbvio que cedo ou tarde sentiria-se deste modo. Não era possível que tenha cometido outro crime sem querer, pois se fosse, começaria a questionar o universo sobre o que ele tinha contra sua inútil existência.

Sua cabeça doía com a quantidade de pensamentos a perturbá-lo, como já era comum de acontecer nos momentos mais inoportunos. Poderia seguir direto para o quarto, seria maravilhoso dormir um pouco e descansar seu corpo e músculos tensos. Mas quem lhe dera conseguir pregar os olhos quando tudo em sua mente parecia tão agitado.

Por isso, desviou-se da porta de seu dormitório e caminhou corredor afora, chegando até a sala principal. Olhou ao redor e procurou por um lugar onde pudesse se sentar, encontrando-o no estofado de um banco próximo a uma janela extensa, tendo o espaço, em toda sua nudez, como perfeita vista.

Foi bom para ocupar uma parte mais quieta de sua consciência, e afastar o lado turbulento, para dar lugar a uma paz mais que necessária. Encostou a têmpora no vidro gelado, piscando os olhos gateados bem devagar, apreciando o cenário que se desenvolvia diante de si. Lindo, atrativo, inspirador. Quando, em todos aqueles anos, imaginou-se admirando as estrelas de perto?

Poderia facilmente se familiarizar com elas, seria estranho retornar para Marte e poder vê-las somente de noite, a uma distância considerável e que limitava o alcance de sua visão. O universo era tão vasto, e Jimin nunca se imaginou vivendo um privilégio como este. Havia muito para se explorar, e quando pensava nisso, não se referia somente a grandeza do mundo, se referia a si próprio também.

Querendo ou não, estava ali por um motivo óbvio: suas natureza mutante, que deu origem a um sexto sentido, este sendo suas habilidades. Levou um tempo até entender isto, e ainda estava passando pela fase de aceitação, entretanto, gostaria mais do que qualquer um descobrir a magnitude de seu poder ou quais suas capacidades.

Quando passou por essa experiência pela primeira vez, estava em um momento de tensão e não prestou atenção no que lhe acontecia, nem como acontecia. Foi de repente, apenas sentiu dores e uma queimação bizarra no peito e pescoço. Quando recuperou a sanidade, havia um corpo morto caído atrás do si.

Só de pensar lhe causava arrepios, não era a melhor das memórias que gostaria de recordar, por isso, deixou de lado e tentou pensar em outra coisa. Até cogitou ir mesmo para o quarto, agora que a leveza parecia tê-lo tomado de verdade, talvez conseguisse pegar no sono por algum tempo.

Antes que pudesse o fazer, notou o estofado ao seu lado se afundar, alguém havia se sentado nele e se preparava para lhe oferecer um pouco de companhia. Só esperava ser uma boa presença pois, dependendo da pessoa que fosse, ele daria um jeito de correr dali. Porém, era apenas ela.

Numbers · jikookOn viuen les histories. Descobreix ara