Capítulo dezenove

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Um breve feixe de luz atravessou a janela do quarto, pairando sobre o rosto de Jimin, que ressoava baixinho, preso em seu bom e contínuo descanso. Infelizmente, seu sono foi interrompido pela mesma luz que jazia sobre sua face, e ele se obrigou a abrir os olhos, se arrependendo quase no mesmo segundo.

— Céus... — resmungou, usando uma das mãos para tapar seus olhos da iluminação abundante contra si.

Jimin... — escutou o que parecia ser uma voz feminina, distante, baixa, quase inaudível.

Se ainda não havia despertado, aquilo serviu como um gatilho para saltar da cama e quase cair da beliche. Olhou em volta diversas vezes, procurando pela dona da voz e, misteriosamente, não encontrando nada, ou melhor dizendo, ninguém além dos meninos com quem compartilhava seu dormitório.

— Eu estou ficando louco — pensou em voz alta, puxando o ar com mais força e assim respirando fundo.

Talvez fosse os efeitos de passar mais de duas semana no espaço — atrás de uma pedra que mais parecia só um mito contado à um governador maluco —, coisa que nunca tivera feito antes, ou Jungkook mexendo com sua cabeça, corpo e coração. Ainda lembrava daquela última conversa que teve com ele, a forma como ele implorava para o dar uma chance de lhe conhecer melhor.

— Agora estou com enxaqueca... — resmungou, tombando o corpo para trás e caindo sobre o acolchoado de sua cama, encarando o teto sem saber o que pensar, o que fazer. Apenas existindo.

Talvez devesse voltar a dormir, mas agora não conseguiria, um dos motivos era os raios de sol que atravessava a janela do quarto, e, bem, tecnicamente no espaço não há dia nem noite. Não fazia a mínima ideia de que horas eram, a data, onde estava. O tempo era muito relativo dependendo de sua dilatação gravitacional; uma hora ali poderia significar um ano em algum planeta do sistema solar, ou mesmo fora dele, fora da via láctea, em outra dimensão.

Não se sabe.

E era estranho pensar naquilo, porquê, céus, o universo é enorme, com milhares de estrelas, planetas, galáxias, buracos negros, realidades. Cada um com seu próprio tempo, e possivelmente, com suas próprias formas de vida, seu próprio sistema e existência longínqua. Sabia que, em algum lugar daquele espaço sideral gigantesco, existia outros seres vivos, tão ou menos evoluídos que os seres humanos.

Seria egoísmo acreditar que de tantos planetas, somente a Terra conseguiu gerar vida. O pior mesmo, era saber que a humanidade já viveu em um mundo verde, rodeado de água, ar puro e belezas naturais. Saber que já respirou o ar terráqueo, que nasceu em um planeta antes tão belo, que teve o privilégio de viver nele, era bom. Mas não lembrar-se de nada disso, era decepcionante.

Hoje, o que eles têm? Um planeta vermelho, arenoso, com somente resquícios de um oceano extinto há milênios, tendo de respirar um oxigênio industrial, com algumas flores de plástico para decorar a casa, obrigados a usar uma água limitada que poderia acabar a qualquer momento.

Numbers · jikookWhere stories live. Discover now