Capítulo dezoito

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Estava concentrado, completamente focado em poupar sua mente de quaisquer pensamentos. Ignorava tudo a sua volta, como se não existisse, como se houvesse somente ele no universo.

Seguia todas as dicas que Eight havia dado, na tentativa falha de conseguir ativar sua habilidade. Sentia uma necessidade assustadora de conhecer mais sobre si mesmo, de entender quem verdadeiramente era. Agora, não era mais Park Jimin, o órfão de vida pacata e futuro incerto, que visita as crianças do orfanato onde viveu e se despede de uma certa senhora com abraços.

Agora, era Jimin, um original da Terra, um dos integrantes da equipe Numbers, com habilidades incríveis e sobrehumanas. Era Twelve, o último number.

— O que está fazendo? Que careta estranha... — a voz um tanto familiar de um de seus companheiros de equipe acabou tirando-o de seu transe.

Seu olhar vagou até a porta do quarto, podendo ver Six parado alí, encostado no batente de metal, lhe observando com certa estranheza, já que não fazia a mínima ideia do que estava aprontando. No entanto, a expressão do rapaz mudou drasticamente para uma mais radiante, com um belo e aberto sorriso, capaz de iluminar o universo inteiro. Quem era o sol perto dele?

— Te atrapalhei, pelo visto. Foi mal! — diz, em meio a uma risada contagiante. — Eu só vim tirar um cochilo, comer muito me dá sono.

— Não, não! Sem problemas, imagina — negou, rindo baixo. — Eu só... estava tentando ativar minha habilidade.

— Uh? Entendo — ergueu as sombrancelhas, parecendo compreensível. — Eu levei um tempo para dominar minha habilidade, ela consegue ser bem complexa.

— Qual sua habilidade? — perguntou, verdadeiramente curioso, vendo o moreno entrar no recinto e se sentar na parte de baixo da outra beliche.

— Eu chamo ela de "probabilidades", mas você pode chamar de "prováveis" ou até a famigerada "premonição" — respondeu calmamente, deitando as costas no colchão macio. — Usando a habilidade, eu posso ver todas as possíveis escolhas a serem seguidas. Na maioria das vezes, os resultados são ruins e as chances pequenas, mas é um risco a ser seguido.

— Isso significa que a maioria das nossas escolhas podem acabar mal? — indagou, pensativo.

— É, sim.

— Interessante, mas... preocupante também — olhou para as mãos deixadas em seu colo e puxou a pelinha do canto com a unha, em um ato de ansiedade. — Quais são as chances dessa missão ser bem sucedida? Você já viu isso?

— Trinta e dois porcento. Como eu disse, as chances de darem certo são mínimas — diz, com um tom de certeza e coerência na voz. — E existem inúmeros finais para cada escolha feita.

Ele sabia o número com exatidão. Devia ter analisado os riscos muito antes de embarcarem na espaçonave e saírem por aí atrás dos destroços da Terra, apenas para encontrar uma bendita pedra que sequer tinham conhecimento sobre a finalidade dela, ou porquê diabos o governante almejava tanto por ela. Tinha de ser muito importante para mandar os dez seres mais poderosos de Marte para o espaço, em uma missão quase suicida.

Numbers · jikookWhere stories live. Discover now