três.

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a/n. acho que deu pra perceber que eu ando bem animada com essa história sjsjd mas estou sentindo falta de comentários.. o que vocês estão achando? há algo que eu deixei confuso demais?

Durante o percurso até onde, de acordo com Steve, era a casa de Tony Stark, nenhum dos dois disse uma palavra sequer.

Margo sentia a sua mente esquentar. O que estava acontecendo, afinal? Com toda a certeza do mundo, ela se lembraria caso tivesse um bom apartamento e um marido. Ainda mais se esse marido fosse Steve Rogers. Ela queria perguntar sobre os Vingadores, se haviam voltado à suas atividades normais, mas optou por esperar. Apenas por precaução.

E soube que havia feito a escolha certa quando Rogers parou o carro em frente à uma casa simples, em um bairro de classe média.

— Stark mora aqui? — Ela perguntou, em um murmúrio. — Eu... Eu não me lembro.

—Sempre morou. — O loiro suspirou, ainda não convencido de que sua esposa estava bem. — Você tem certeza de que quer vê-lo?

Ela assentiu, embora não fizesse a menor ideia do que havia acontecido para que Steve estivesse tão incerto sobre aquela visita.

Margo saiu do carro e caminhou lentamente até a porta da casa, apertando a campainha após alguns segundos.

Quando Tony Stark abriu a porta, nenhum dos dois ousou se mover por algum tempo. Ambos pareceram confusos e surpresos. Margo só não saberia dizer se seria pelo mesmo motivo.

Stark a abraçou antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, e foi retribuido em seguida. Margo notou que ele tremia.

— Oi, Rogers. — Ele disse, ao soltá-la, virando o olhar para o maior. Tony engoliu em seco quando Steve apenas assentiu em cumprimento. O moreno voltou a olhá-la. — Como você está?

— Bem, eu acho. — Margo olhou Steve de lado, e notou que o loiro parecia extremamente desconfortável. — Steve, eu vou ficar um pouco, acho que Tony e eu temos muita coisa a conversar. Pode ir, se quiser.

O maior parou para pensar, hesitante. Olhou o relógio em seu pulso e suspirou.

— Eu adoraria ficar, mas tenho algo a resolver no trabalho. — Rogers disse, por fim. Sua expressão se fechou por um segundo, e ele encarou Stark. — Até mais, Stark.

— Foi ótimo te ver, também.

Steve beijou o canto do lábio de Margo e saiu. Tanto Alessio quando Stark esperaram-no sumir com o carro pelas ruas do bairro para falar algo.

— Me diga que você também sabe que não deveria estar aqui, por favor. — Stark murmurou, colocando a mão sobre seu peito. O mesmo local onde Thanos havia lhe golpeado, antes de ter a Jóia do Tempo. Margo, embora confusa com toda a situação irreal, o abraçou, feliz por tê-lo ali. Por realmente tê-lo.

— Achei que você estaria como... Como Steve. — Suspirou, quando Tony acenou para que ela entrasse na casa. Alessio franziu a testa ao ver uma porção de brinquedos espalhados pela sala.

— Eu tenho lembranças vívidas deste lugar, mas, ao mesmo tempo, do que deveria ser real. — Stark suspirou, passando as mãos por sua cabeça. — Acho que você fez isso.

Margo soltou uma risada incrédula.

— Não, Tony. Não fui eu. Meus poderes não chegam à esse ponto. Eu posso confundir a mente de um inimigo, fazê-lo pensar que viveu algo, enquanto ele viveu outro... Mas não me colocar em uma outra realidade, com todas as pessoas que conheço dentro dela. — Ela balançou a cabeça. — Meus poderes não passam de algo mental.

Tony bufou, impaciente.

— Lembra-se de quando fez o seu prédio inteiro pegar fogo? — Ele perguntou, fazendo a morena soltar um palavrão. — Não é besteira, Margo, me escute! Em quem estava pensando naquela noite, quando seus poderes colapsaram?

— Anthony, eu não fiz isso! Thanos deve ter usado a Jóia da Realidade para colocar os Vingadores que sobreviveram ao estalo em uma realidade diferente, para evitar que-

— Steve Rogers viveu naquele mesmo bairro, próximo ao seu prédio, antes da Segunda Guerra! — Stark a interrompeu. — Eu sempre soube que você tinha um poder que vai muito além da mente, Alessio, mas nunca completei nossas pesquisas para ter certeza. Você não apenas transporta mentes para uma realidade imaginada, Margo. Você pode controlar, pode viajar entre o espaço-tempo! Agora, diga-me, no que estava pensando antes de acordar aqui?

— E-Eu não sei! Minha mente estava uma bagunça! — Margo balançou a cabeça, sentindo-se tonta, a respiração falha. Ela encarou Stark, deixando uma expressão de medo tomar conta de seu rosto. — Tony, eu nos coloquei aqui e não faço a menor ideia de como nos tirar!

— Ei, não! Respire, Margo. — Tony correu até a morena ao vê-la curvar a coluna, como se fizesse aquilo para facilitar sua respiração. Ele reconhecia perfeitamente aquela cena.

De todas as pessoas que já conhecera, Margo Alessio poderia ser considerada uma das mais importantes. A mulher, que parecia apenas uma adolescente quando a encontraram, lhe chamou a atenção quase imediatamente. Não se conheceram da melhor forma. Juntamente dos Maximoff, Alessio tentou acabar com os Vingadores em sua busca pelo cetro de Loki, e Stark foi uma das primeiras vítimas de seu poder, pouco antes de sentir na pele as habilidades de Wanda, também. Margo o mandou para uma realidade alternativa perfeita, dentro de sua própria mente. E, enquanto ele aproveitava tudo o que sempre sonhou em ter, enquanto seu corpo físico estava desacordado, os aprimorados divertiam-se com o resto dos heróis.

Depois disso, porém, com a união de Wanda e Margo, a mulher se tornou uma grande companheira de Anthony. E ele não a julgava. Perder toda a família — péssima história de vida, aliás — e alguém que havia se tornado um verdadeiro irmão, como Pietro Maximoff fora, não fazia bem à ninguém. E causou efeitos perigosos demais à Margo. Seus poderes saíam totalmente de seu controle — que já não era um dos melhores — quando tinha pesadelos, ou quando as emoções ultrapassavam-lhe a razão.

Margo Alessio era como uma bomba, pronta para explodir a qualquer momento.

Por isso, ele não ficou bravo, chateado ou sentiu-se traído quando ela optou por parar com seus experimentos semanais. Stark entendia que qualquer um se sentiria apenas um rato de laboratório daquela forma. E também entendia que — por mais que odiasse dizê-lo em voz alta — Steve Rogers poderia estar certo ao dizer que, talvez, nem todos os poderes deveriam ser entendidos. Talvez, afinal, as habilidades de Margo não pudessem ser chamados de poderes.

— Não acho que ela deva atuar como Vingadora. — Steve disse à Stark, certa vez. — Odeio dizer isso.

— Tudo bem. — O moreno suspirou. — De qualquer forma, não é o que ela quer.

— É claro que ela quer, Tony. Margo diz isso porque não quer te chatear. — Steve
balançou a cabeça. — E porque sabe dos riscos. Mas, se ela pudesse...

— Vocês se aproximaram bastante nas últimas semanas. — Stark observou, fazendo o Capitão soltar uma risada sem emoção.

— Ela precisa de cuidados, e não de um treinamento pesado.

— É quase irônico que você esteja me dizendo isso.

— Não sei o que quer dizer com isso.

— Você sabe o que é o melhor para Margo?

— Talvez eu não saiba, Anthony. — Steve cruzou os braços, desajeitado. — E é essa a questão. Eu pretendo saber.

✓ veneno ── infinity warWhere stories live. Discover now