seis.

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a/n. se preparem para os tiros kk

— Tomei um susto quando Anthony disse que você havia passado mal, achei que não teria como fazer o que eu havia planejado, mas... — Steve abriu a porta do apartamento, com sua própria chave. A ideia de realmente morar ali com ele, sendo aquilo um casamento, ainda era a parte mais estranha de tudo aquilo. — Achei que precisava de algo bom, depois de tudo que têm acontecido ultimamente.

Na sala de jantar, a iluminação estava baixa. Na mesa, haviam duas velas acesas e alguns talheres. O cheiro de comida fresca a invadiu, e a morena deixou um suspiro escapar. Haviam pétalas de rosas espalhadas pelo chão.

Margo diria que era tudo bonito demais para ser real, mas guardou o pensamento no fundo de sua mente.

— Você fez tudo isso? — Ela perguntou, por fim.

— É, mais ou menos. — Rogers deu de ombros, com um sorriso em seu rosto. Apenas quem o visse de perto notaria que ele a olhava como se fosse a única e mais preciosa pessoa da face da Terra. — Bucky me ajudou com a comida.

Bucky?! Ele está aqui? — Alessio quase engasgou-se com as palavras, e encarou o marido, espantada. Não conhecia James, e havia visto o soldado apenas quando começou o conflito entre os Vingadores, mas sabia da relação de Rogers com Barnes.

— Aqui, não. É claro que não. Ele voltou para a casa dele, depois de me ajudar. — Steve colocou as mãos sobre os ombros da morena, massageando o local. — Margo, tem certeza de que não aconteceu nada? Está estranha desde que acordou.

Margo suspirou. Tudo aquilo ainda a assustava, mas precisava manter a calma. Tinha a certeza absoluta de que se ela não conseguisse, Tony daria um jeito para pensar em algo que fosse resolver tudo. Afinal, tinha que ter um jeito. Já que simplesmente pensar em sair dali não era o caminho, teria que haver outro. Ao menos era o que Alessio esperava. Seria horrível terem que ficar ali para o resto de suas eternidades, enquanto sabiam que metade do universo havia desaparecido graças ao estalo de Thanos.

Até lá, Margo precisaria dar um jeito de seguir com os acontecimentos. Ela havia criado aquilo, e não poderia estragar tudo ali também.

— Me desculpe, nem mesmo eu sei dizer o que está acontecendo comigo ultimamente. — Murmurou, sentindo os lábios e a barba mal-feita de Steve tocarem-lhe a nuca. Engoliu em seco. Seria errado sentir-se bem com aquele gesto? De certo modo, aquele era Steve, ou uma outra versão de alguém a quem sua mente arrumara um modo de chamar de Steve?

Qualquer um ficaria louco com essa confusão. A morena pensou em todas as pessoas a quem havia aplicado aquele poder, e sentiu um gosto amargo invadir a sua boca. Se ela, que nem mesmo tivera a intenção de estar ali, como foi para as pessoas que foram colocadas em um estado semelhante, com o intuito de destruí-las?

Ela duvidava que um herói de verdade, alguém digno de acompanhar os Vingadores, lutasse de forma tão suja.

— Tudo bem. — Rogers deixou uma risada nasal desanimada escapar, ao pegar a mão da esposa e levá-la até a mesa de jantar. — As últimas semanas não foram fáceis, eu entendo. Mas vamos esquecer isso por essa noite, uhn?! Estou morrendo de fome, e aposto que você também. A última vez que comeu era, eu não sei, nove da manhã?!

Margo assentiu. Passou tanto tempo focada em apenas sair dali, que nem mesmo prestara atenção no resto. Estava faminta, e o cheiro da comida que vinha da cozinha apenas confirmava isso ao seu próprio estômago. Observou o loiro ir até a cozinha.

Olhou ao redor, toda a produção feita por aquele Steve. E, por um segundo, não deixou de se perguntar se o seu Steve também faria algo do tipo. De uma forma mais desajeitada, talvez, pensou, deixando um sorriso crescer em seu rosto.

— Não sei se está a melhor comida do mundo, mas... — O loiro reapareceu com a penela de macarrão, colocando uma pequena porção em cada prato. — Eu e Bucky tentamos, eu juro.

— Aposto que está melhor do que o seu brigadeiro. — Soltou, se arrependendo logo em seguida. Lembrava-se da vez que o outro Steve tentara fazer a receita, e deu perfeitamente errado. Se não fosse o caso ali também, seria extremamente estranho.

— Mas você ama o que eu faço?! — Ergueu a sobrancelha, sentando-se à frente da morena.

— Estou brincando, Steve. — Mentiu, mordendo levemente o próprio lábio. Já começava a confundir suas próprias realidades. O que viria a seguir?

— Bom, amanhã você voltará ao trabalho. — Rogers sorriu, como se aquele lembrete o animasse para algo. — Está ansiosa?

Margo limitou-se a assentir, apressando-se em ocupar a boca com a comida. Nem mesmo sabia onde trabalhava, o que fazia da vida ou o motivo de ter se distanciado do mesmo. Pelo menos, tinha a certeza de que "Vingadora" não fazia parte de seu currículo por ali.

— Acha que pode me levar até lá? — Perguntou, por fim. Seria muito mais fácil se fosse levada ao lugar, ao invés de procurá-lo por si mesma.

Steve concordou. O jantar se passou com uma série de conversas avulsas, onde Rogers falou sobre seu trabalho — como professor em um curso profissionalizante de militares, para a surpresa de Margo — e sobre alguns alunos que andavam o estressando ultimamente. Comentou sobre passar mal em algum momento, e Alessio notou que aconteceu, aproximadamente, no momento em que passou mal na casa de Tony.

— Está tarde, e eu terei que aplicar uma série de provas amanhã. — Steve disse, olhando o relógio pendurado na parede. Margo fez o mesmo, e quase pulou na cadeira ao ver quanto tempo havia se passado desde que chegara ali. Nem mesmo notou a hora passando tão rápido, e já se aproximava da meia-noite. — Deixe que eu posso lavar a louça amanhã.

— Mas você já preparou tudo. — A morena parou, já de pé com os pratos em suas mãos. O maior se levantou e soltou uma risada nasal, pegando os pratos dela e colocando-os de volta na mesa.

— Está tarde, e temos um longo dia amanhã. — Ele murmurou, depositando um beijo em sua testa. Depois outro na bochecha, e outro, delicado, em seus lábios. — Além disso, eu preparei a surpresa. Então eu arrumo a bagunça.

Quando Margo deu-se por si, estava com os braços ao redor da nuca de Rogers, em outro beijo. Dessa vez, porém, mais intenso, e inteiramente recíproco. Seus corpos estavam colados, como se fossem um único corpo.

Alessio soltou um suspiro entre o beijo. Perdera a conta de quantas vezes imaginara como seria beijar Steve Rogers. Como seria ter os lábios do loiro nos seus, e não em sua testa, como ele costumava fazer. Sentia-se como uma adolescente, sonhando no dia em que sua paixonite a notaria.

Com certeza, nunca imaginou que seriam naquelas circunstâncias. Mas, naquele momento, por algum motivo, nada daquilo importou. Nada, além das mãos daquele Rogers passando por seu corpo, parecia ser importante. Talvez fosse, mas ela não pareceu se importar. Sua mente focou naquele momento, e naquele momento apenas.

O questionamento de se aquele lugar valeria a pena voltou. E sumiu, logo em seguida, quando Steve deitou-se sobre seu corpo na cama. Como se não fosse capaz de pensar com clareza por um milésimo de segundo, Margo piscou os olhos.

— Céus, eu te amo tanto. — O loiro sussurrou, a arrancando de seus pensamentos mais uma vez. — Tanto, Margo.

E depois daquele momento, pensar racionalmente qualquer coisa se tornou algo impossível.

✓ veneno ── infinity warNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ