twelve.

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Steve Rogers estava na base dos Vingadores, encarando o vasto nada que sobrara à sua frente.

Eles haviam perdido. Thanos vencera, e metade do Universo havia desaparecido.

— Steve, escutou o que eu disse? — Romanoff balançou as mãos à frente dos olhos do Capitão. Carol Danvers o encarava, de braços cruzados, do outro lado da sala. Apesar de não expressar emoção alguma, sabia que o olhar da loira era um olhar de pura pena. Desde que chegara à Terra, Danvers não poupava em deixar claro que, se ela estivesse lá, os Vingadores sairiam vitoriosos contra o grande titã.

Rogers não duvidava disso. O pouco que Carol contara à eles sobre suas origens provava que ela não era uma heroína qualquer. Mas o sentimento devastador que o fracasso lhe causava era inevitável, e torturante.

— Desculpe, eu estava pensando em... — O maior fez uma pausa. No que estava pensando, afinal? Se realmente dissesse, ficaria horas listando tudo o que passava por sua mente desde que o estalar de dedos acontecera. — Poderia repetir?

— Carol está perto de descobrir onde Tony está. — James Rhodes repetiu, soando impaciente.

Steve arregalou os olhos em um instante, momentaneamente sem reação. Olhou para Natasha, para Carol, Rhodes, Thor, Rocket e, por fim, finalmente, para Pepper Potts.

Pepper, apesar do olhar ansioso, não demonstrava felicidade alguma. Talvez preferisse não criar esperanças demais de que Stark estivesse vivo, apenas para decepcionar-se depois.

— Como?

—  Tanto a nave quanto a própria armadura que ele usa transmitem sinais que podem ser detectados. — Danvers apontou para a tela, que mostrava algum tipo de sinal transmitível. — Não sei dizer se seu equipamento não é o suficiente para sinais de fora da atmosfera ou se a nave usada por eles está tão longe e destruída que não consegue enviar todas as informações, mas... Creio que eu tenha uma ideia de onde Tony Stark esteja.

— Ou o que sobrou dele. — Rocket adicionou, recebendo uma série de olhares irritados. — Não estou mentindo, estou?! A nave era minha, e duvido que tenha realmente sobrado algo em uma luta contra Thanos. Criar esperanças demais é ainda pior.

— Vai demorar algum tempo para que eu possa encontrá-lo, se estiver mesmo na área detectada. — Carol completou, ignorando o guaxinim. Ao notar o olhar de Steve, ela adicionou. — E eu irei sozinha.

— Tony é um Vingador, nós vamos ajudar a encontrá-lo. — Natasha protestou.

— Não me levem à mal, mas nenhum de vocês já esteve no espaço. A única coisa que podem trazer em uma situação dessas são riscos à mais.

Rogers balançou a cabeça e se levantou, saindo da sala. Sentia o peito apertar, e o ar de seus pulmões indo embora aos poucos, de forma dolorida. Nem mesmo prestou atenção quando Natasha o seguiu até o lado de fora do complexo. A loira sentou-se ao seu lado em um banco e suspirou ao vê-lo abaixar a cabeça.

— Vamos encontrá-lo, Steve. — Romanoff murmurou, por fim. — Tony não se deixa vencer, e você sabe disso. Ele é um pé no saco de qualquer um que tente acabar com o universo.

— Eu sei. — O loiro assentiu com a cabeça, prendendo a respiração por alguns segundos. Não poderia chorar. Não naquele momento. Havia algum lado bom em tudo aquilo que estava acontecendo? — Me preocupo com todas as outras pessoas que não sabemos se conseguiram escapar dessa, também.

Apesar de não ter usado as palavras exatas, era claro o que Rogers queria dizer. Aquele que, um dia, chamava a si mesmo por Capitão América, tinha o péssimo hábito de colocar o mundo inteiro à sua frente em sua lista de prioridades, mas sempre havia algo em primeiro lugar. E, quando não eram os Vingadores, a sua maior família desde que fora congelado, era James Barnes. Ou Margo Alessio.

✓ veneno ── infinity warOnde histórias criam vida. Descubra agora