quatro, flashback.

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a/n. antes que fique confuso, esse capítulo é inteiramente um flashback, exceto pelos dois últimos parágrafos, eu acho??? enfim, espero que gostem kk

Margo nunca tinha realmente conversado com Steve Rogers, exceto por reuniões dos Vingadores, com todos reunidos, para tratar de assuntos formais.

Pelo menos, não até o dia de um de seus colapsos. Acontecia durante o sono, mas sempre acabava por afetar a realidade. Por semanas, ela teve o mesmo maldito sonho. Sua família agonizando e ela, incapaz de fazer qualquer coisa, senão observar. Ela sentia as mãos de cada um em seu corpo, puxando seus braços, suas pernas, lutando para encontrar vida na única Alessio que sobrara. Poderia jurar que eles estavam ali, tentanto colocá-la em um sono infinito.

Steve, na noite em questão, estava acordado. Não acontecia com frequência, mas estava desperto quando ouviu o ruído de algo caindo no quarto de Margo. Perguntou-se se deveria checar se algo estava acontecendo. Não confiava plenamente em Alessio, ou na Maximoff que havia sobrado. Estavam ao lado deles, teoricamente, mas ele nunca sabia o que esperar de aprimorados da HIDRA.

Caminhou lentamente na direção da porta do quarto de Margo, que estava apenas entreaberta. Abriu o suficiente para vê-la no chão, a coluna curvada, tentando desesperadamente achar o ar que havia escapado de seus pulmões. O loiro se apressou em ir até ela. Quando a tocou, sentiu sua pele queimar em febre.

— Não me toque! — Ela choramingou, em um sussurro engasgado. Steve afastou a mão, sem a menor ideia do que fazer. Ela tentou se levantar, mas algo a puxou para baixo.

Rogers poderia jurar que marcas avermelhadas de mãos surgiram pela pele da morena. O Capitão ainda não sabia muito dos poderes dela mas, de acordo com o que Stark havia lhe dito, eram perigosos. Algo sobre controle de mentes, ou o que quer que fosse. De qualquer modo, ela também parecia não entender muito sobre eles, sempre que era perguntada sobre o assunto.

Rogers começava a suspeitar de que era algo muito além do que eles imaginavam.

— Certo, não vou encostar em você. — Ele disse, sentando-se no chão para tentar fazer o que pudesse para ajudá-la. As marcas avermelhadas começavam a desaparecer, mas ainda o assustavam. — Mas precisa se acalmar, certo? Respire, Margo.

O quarto pareceu estremecer. Por um milésimo de segundo, Steve esteve na casa onde crescera e, logo depois, em um outro lugar qur não conhecia. Pôde ver um quadro na parede, onde Margo e um homem mais velho, provavelmente seu pai, apesar de não haver semelhança alguma entre os dois, sorriam alegremente.

— Margo, eu preciso que me escute. — Steve tornou a dizer, e as paredes voltaram a tremeluzir. No segundo seguinte, estavam de volta ao quarto onde, dali em diante, era o lar de Margo. — Respire e se acalme, por favor.

Aos poucos, com o passar dos minutos, a respiração da morena começou a se normalizar. Era como se ela estivesse, aos poucos, acordando. Em um dado momento, parecendo extremamente confusa, Margo levantou a cabeça e olhou ao redor, como se precisasse se certificar de que estava no mesmo lugar onde dormira.

— Você está bem? — Ele perguntou, apressando-se em puxá-la em um abraço quando Alessio começou a chorar. Não parecia apenas assustada, mas apavorada.

Margo perdeu a noção do tempo, enquanto molhava a camisa de Rogers com suas lágrimas. Ele não dizia nada, apenas a deixou chorar. Em um caso normal, Alessio jamais choraria nos braços de alguém que pouco conhecia, ainda mais Steve Rogers. Mas, por muito tempo, era exatamente daquilo que ela precisava. Chorar o quanto quisesse, perto de alguém que não lhe encheria com perguntas.

✓ veneno ── infinity warWhere stories live. Discover now