CAPÍTULO 6-O RESGATE!

916 124 26
                                    


Ela adotou sua postura autoritária, tentando ter bom senso!

— A gente só vai saber se abrir a porta! Você tem a chave ou a gente arromba?

— Deixei a chave debaixo da escada para quando eu voltasse._gaguejou.

De posse da chave, ele olhou pra ela e depois para a porta ainda em dúvida.

— Abra logo, homem!— ordenou Marta firme.

— Marta...se ele estiver aí dentro...então...o que Eurides disse...

Sem deixar que Maurício terminasse, Marta puxou a chave da mão dele e abriu o cadeado e a porta com violência! Novamente o odor insuportável atingiu os dois como se fosse um gás mortal!

Agilmente, Marta retirou a própria blusa e tampou a boca para se proteger, entrando na casa lentamente.

— Maurício...ele ainda está aqui! — gritou horrorizada.

Maurício aproximou-se do local onde ela estacara e observou o corpo fétido e deformado que se estendia aos seus pés...ainda algemado e seminu como ele o deixara!

Movida pelo hábito de salvar vidas, Marta ajoelhou-se lentamente perto do corpo e tocou mecanicamente o pulso do rapaz.

— Não é possível..._disse aflita num fio de voz._Isso não é possível...ele está vivo...meu Deus...ele ainda está vivo!

Sem perceber, ela retirou o pano da boca.

Havia algumas larvas no ferimento do ombro que começaram a se mexer!

Os dois afastaram-se aos tropeços até o lado de fora da casa e dobraram-se para vomitar no chão de terra seca.

—Seu desgraçado...seu monstro, maldito, sádico, imundo..._a médica obstetra urrou totalmente descontrolada!

Marta jogou-se sobre Maurício e começou a lhe desferir tapas pelo rosto e peito sem que o policial oferecesse resistência alguma!

—Como pode? Como pode? — ela berrou.

Finalmente, o policial desabou sobre os próprios joelhos e se soltou no chão chorando convulsivamente.

A médica estava desfeita, sem fôlego, sem rumo!

Marta parou de agredi-lo e o abraçou maternalmente, talvez não apenas para consolá-lo, mas também para se consolar por perder o controle daquele jeito violento, tão contrário ao seu normal!

— Então ele não matou Elias...e talvez não tenha matado Lúcia, Marta...e talvez ele seja meu filho...e talvez ele esteja morrendo por minha causa... — a voz do policial de repente se transformou num sussurro rouco e baixo, quase inaudível.

Marta, sem perceber, também começara a chorar e balançou o corpo do ex-marido como se ele fosse uma criança. Nunca o vira daquele jeito, a ponto de se deixar agredir daquele jeito por ela devido ao arrependimento por algo que tinha feito...algo que não tinha volta!

— Shiiiii...eu sei...eu sei...você agiu de cabeça quente...não tinha como saber...não tinha...

Esperou que ele se controlasse. Tinha medo que ele voltasse até o carro, pegasse a própria arma  e atirasse na própria cabeça! Sabia que ele tinha uma forma insana de se castigar quando estava errado!

— Espere aqui fora! Não precisa vir comigo...eu voltarei lá dentro...vou examiná-lo...ver se há alguma coisa a fazer...se ainda dá para salvá-lo._ela disse nervosa, como se, de repente, se lembrasse que tinha outra  vida a salvar!

VOCÊ ME PERDOA, AMOR?-Armando Scoth Lee-romance gayWhere stories live. Discover now