CAPÍTULO 27-FÁBIO RESOLVE VISITAR JOÃO!

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Acordaram quando o celular de João começou a tocar insistentemente.

Daniel resmungou, mas não acordou, se remexendo na cama. João  começou a afagar os cabelos dele para que ele continuasse a dormir, enquanto pegava o telefone e saía do quarto sem fazer barulho. Fechou a porta atrás de si.

— Bom dia, Marta...

— Problemas, Maurício!_ela o interrompeu aflita._Vocês têm que sair daí agora. O Fábio está indo aí esta tarde!

— O quê? Fale novamente, Marta! — disse com urgência, torcendo pra ter entendido errado.

— Fábio acabou de ligar. Disse que está sentindo  falta do pai e que resolveu que deveria te ver para te agradecer por ter matado o assassino do pai dele! Na cabeça dele, você é um herói por ter perseguido o assassino do pai e se vingado pela morte do Elias. Quer te agradecer pessoalmente!_Marta estava em pânico._Ele vai aparecer aí hoje ainda, Maurício! Você tem que esconder o Daniel!

— E por que você falou com ele onde eu estava, mulher, ficou louca? — desabafou João tentando não berrar.

— Não fui eu, seu merda! Foi o Eurides. Esqueceu que ele foi aí aquele dia? A minha situação também não está melhor do que a sua, pois agora sou chacota na cidade por ter voltado para o meu marido beberrão que me fazia de lixo!

João revirou os olhos impaciente  pensando que ela poderia ter poupado o último esclarecimento num momento crítico como aquele!

— Mas não dava pra você desmentir para o Fábio? Falar que eu tinha viajado para o fim do mundo? Que eu fui pescar? Sei lá, Marta...não dava pra inventar alguma coisa? Será que eu vou ter que forjar a minha morte também para que eles me deixem em paz? O quê que deu nesse povo que agora não conseguem viver sem mim, porra?_explodiu._Que saco isso, viu?!

— Você sabe que eu sou péssima em mentiras de última hora e ele me pegou de surpresa e eu preferi ficar calada do que começar a gaguejar e dar má nota. Pelo menos consegui arrancar dele que ele só irá aí à tarde para te dar um abraço. É só você esconder o Daniel por algumas horas. Não acredito que ele vá vasculhar a casa à procura de algo. Todos pensam que o Daniel está morto, Maurício. É  só tomarem cuidado. Eu mesma poderia ir aí e levar o Daniel pra algum lugar, mas tenho uma cirurgia de emergência dentro de uma hora e não achei ninguém para me substituir assim, em cima da hora. Sinto muito, mas vai ter que se virar sozinho desta vez.

A conversa que o policial e Daniel  haviam tido à noite nunca tivera tanta lógica depois dessa: enquanto não esclarecessem tudo, Daniel estaria naquela situação desconfortável de foragido da polícia e correndo risco o tempo todo!

— Tá, tá...vou dar um jeito. Mas vá treinando uma porra de uma desculpa para o próximo que quiser vir aqui me visitar, Marta!_ordenou assumindo, de repente, o rompante que ela bem conhecia.

— Não precisa me agradecer por ter avisado, seu grosso! — Marta desligou o telefone irritada.

João  passou a mão no rosto imaginando a situação de ter que deixar Daniel escondido por horas enquanto ele distraía Fábio.

Olhou o relógio: quase onze horas. O que seria à tarde para Fábio? Logo após o meio-dia? Duas da tarde?

Droga! Deveria ter perguntado a Marta a que horas ele disse que viria...pensou em ligar, mas, primeiro sabia que provavelmente ela não atenderia. Segundo ele pensou que não valia a pena arriscar a Fábio decidir, agora que sabia onde ele estava, a vir mais cedo.

Voltou para o quarto e sentou-se na cama com cuidado. Sacudiu Daniel penalizado. Sabia que tinham abusado na noite anterior e que ele, com certeza, ainda precisava de um tempo para recuperar as energias.

VOCÊ ME PERDOA, AMOR?-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora