CAPÍTULO 21-MARTA DECIDE AJUDAR...DE NOVO.

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Daniel permaneceu em silêncio e deixando as lágrimas escorrerem pelo rosto enquanto ele falava tudo, desde que conheceu a mãe de Daniel, o romance e os encontros com ela, o chamado anônimo avisando do assassinato, Eurides atirando em Cléber, Maurício perseguindo Daniel, voltando e enchendo a cara, a descoberta da morte de Elias, voltar ao barraco para procurar o distintivo...Intuir que Daniel era filho dele e, por isso, poupá-lo.

— Seu filho? Você pensou que eu fosse o seu filho e, mesmo assim, comeu o meu rabo estes dias todos, seu monstro? — disse Daniel com os olhos enojados.

— Não! É claro que não! Quando me apaixonei por você e a gente começou a fazer amor, eu já sabia que não era o seu pai... — Maurício se defendeu aflito.

— Que fazer amor, que fazer amor, seu falso...amor é a última coisa que você tem no coração, cara! E, eu entendi direito? Vocês estão me acusando também de ter matado um policial, entendi direito?

— Acalme-se...eu já descobri tudo...Eurides matou a sua mãe, as digitais dele estão ao lado da sua na faca que estava no seu bolso...aquela que você arrancou do peito da sua mãe...e depois ele quis te tornar um alvo para toda a polícia que imaginaria que você matou o Elias...

— Então eu sou procurado pela polícia também por este assassinato? — os olhos úmidos pareciam que iriam saltar das órbitas.

Marta colocara a mão no ombro de Daniel e preferiu não falar nada, apenas tentar acalmar o rapaz.

— Não! Ninguém está te procurando mais...

— Por que ninguém está me procurando mais? Acha que não sei que vocês não perdoam assassino de policial, cara?_ele estava em pânico.

— Assim que notei o que estava acontecendo, que Eurides tinha matado a sua mãe, tinha matado o seu namorado e tinha matado o Elias, eu decidi forjar uma perseguição policial, um acidente de carro, onde eu havia colocado um cadáver não reclamado que eu peguei num IML e eu falei que era você quem estava dentro do carro. O tanque estava cheio e eu explodi o carro, incinerando tudo...não dava para identificar o corpo e eles não tinham por que duvidar de minha palavra. Todo mundo acredita que você está morto e por isso, acredite, ninguém virá atrás de você. Você está seguro aqui.

— Seguro na casa do cara que me enfiou no meio dessa loucura...desse pesadelo todo...

Daniel passou as mãos pelos cabelos, arregalou os olhos insanamente e soltou-se no sofá derrotado, sentindo-se impotente.

— Deus...eu vou pirar! Eu devo estar dentro de um pesadelo!_falou num fio de voz.

Por um momento, ninguém falou nada.

O silêncio que invadiu o local era completamente ensurdecedor e incômodo!

Marta levantou-se decidida, foi à cozinha, pegou um copo de água e um comprimido e entregou para Daniel.

— Tome. Vai aliviar a dor na perna e evitar que o ferimento inflame.

Daniel tomou o comprimido sem indagar nada. A perna ainda latejava.

— Maurício, pode me dar um minuto? — a médica fez sinal para o ex-marido acompanhá-la até a sala, deixando Daniel sozinho.

— Ele está me odiando, Marta... — desabafou Maurício arrasado.

— Esperava o quê? Aplausos? — Marta não deixou por menos.

— Esperava compreensão. Que ele visse que eu também estou sofrendo...que eu também sofri com toda esta situação! Que eu sou um novo homem agora que me apaixonei...que estou amando ele, droga!_desabafou.

VOCÊ ME PERDOA, AMOR?-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora