CAPÍTULO 7-MINHA MÁXIMA CULPA!

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Horas depois, Maurício parou o carro em frente à casa de campo. Não acreditava que conseguira armar a cena do crime, executar o seu plano, chamar os bombeiros, depor ao chefe que perseguira o carro suspeito, reconhecera o fugitivo, dera voz de prisão, ao que ele resistiu...o capotamento, o incêndio...era tão simples montar uma cena forjada para encobrir um crime que ele não se sentiu mais digno de receber os parabéns do chefe e dos colegas quando chegara à delegacia ao final de tudo.

Encarar Eurides o cumprimentando visivelmente aliviado, olhar para a cara dele dizendo como Maurício lavara as almas de todos os policiais ali foi quase insuportável para o ex-marido de Marta!

Depois, foi fácil se aproximar do chefe...todos já haviam comentado como ele estava abatido...e solicitar a liberação para as férias atrasadas que o chefe de polícia sempre insistia que ele tirasse.

— Você está horrível, sargento. Talvez eu mesmo o incentivasse a se afastar por uns tempos, se você não o tivesse feito. Considere-se de férias a partir de agora e leve esse traseiro gordo para bem longe daqui. Não creio que haja maiores problemas para fechar o caso daquele verme. Tratando-se de alguém que assassinou a própria mãe e um policial, nada haverá que complementar no seu relatório que eu já li, pode acreditar. Agora, dê o fora daqui antes que desabe em cima da minha mesa!_ordenou autoritário.

Fora até em casa, enchera duas malas de roupas a esmo. Passara num supermercado e comprara o que achava que iria precisar. Foi a uma farmácia e seguiu à risca a lista que Marta fizera. Olhou para a barbearia  aberta e não teve dúvidas quando atravessou a rua e entrou.

Marta quase não o reconheceu quando ele voltou para casa.

— Parece que a autopunição já está sendo executada. Acho que fez bem em tirar o bigode e a barba, mas não precisava ter zerado os cabelos. Porém, se pretende estar aqui quando ele acordar novamente, é melhor que ele não o ligue àquele monstro que o atacou._ela falou séria pegando os pacotes da farmácia nas mãos do ex-marido.

— Como ele está? — perguntou Maurício temendo o pior.

— Ainda vivo, é o que importa. Ficou desperto por alguns segundos, mas não disse nada que eu pudesse traduzir. Se isso o atormenta mais um pouco, saiba que ele chamou a mãe...—disse a médica preparando uma injeção imediatamente.

— Não me surpreenderia se descobrisse que ele é inocente também desse crime._confessou o outro visivelmente destruído.

A médica o ignorou, pois ainda não conseguia aceitar toda aquela situação! Sabia que o ex-marido era um policial truculento, mas daí a saber que ele era um monstro capaz de estuprar um suspeito...ela não conseguia metabolizar tudo aquilo!

— Deixou o sangue dele no laboratório? — perguntou Marta sem olhar para o policial.

— Foi a primeira coisa que fiz quando saí daqui. Deve ficar mais satisfeita se souber que eu levei a arma do crime para o laboratório também.

— Realmente aquela faca era a arma do crime? — indagou Marta olhando finalmente para Maurício.

Maurício assentiu.

— Marta, seu sexto sentido continua aguçado, como sempre. Havia sangue de Lúcia naquela faca. Porém, as digitais eram de Eurides, além das desse rapaz. Não me lembro de Eurides ter tocado na faca quando chegou no quarto, pois estávamos juntos e este infeliz aqui a segurava firmemente na mão. Se o filho retirou a faca do corpo da mãe e pulou a janela e somente eu o persegui...por que as digitais de Eurides estavam na faca?

VOCÊ ME PERDOA, AMOR?-Armando Scoth Lee-romance gayحيث تعيش القصص. اكتشف الآن