Capítulo Doze

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ALMIR FARUK

Ao acordar a primeira coisa que me vem na mente são os momentos da noite passada e a ligação que fiz para Ayla. E com um sorriso bobo no rosto, me levanto indo em direção ao banheiro. Olho no relógio e vejo que ainda são 5:00 da manhã, mesmo ainda sendo muito cedo sei que não irei mais dormir.

Isso é um habito adquirido ainda na infância, gostava de sair com meu pai, enquanto ele resolvia seus negócios eu ficava observando tudo a minha volta. Sempre gostei muito do deserto, aquelas dunas sempre me fascinavam, a maneira que elas mudam sem que ninguém perceba. Suavemente o vento leva os grãos de areia de um lado para o outro, transformando as paisagens em verdadeiras obras de arte.

Depois de fazer minhas orações saio do quarto, encontrando com alguns dos serviçais em plena atividade a essa hora, aqui todos tem o habito de levantar antes do sol despontar no horizonte.

Encontro com Omar e peço para que prepare meu cavalo. Um tempo depois estou andando pelas dunas de areias, lembranças de quando era criança. Eu e Zayn andamos muito por tudo isso, nos perdemos também, fazendo que nossos pais e nossas mães ficassem loucos, isso sempre resultava em não nos deixarem sair de casa por um bom tempo.

Depois de cavalgar por um tempo pelo deserto chego as ruínas de uma velha casa, desço do cavalo, o amarrando em uma coluna e subo até o alto da duna, onde terei uma bela vista do deserto, não demora para os raios de sol comecem a colorir o horizonte. Tudo é tão belo e a imagem a minha frente, transmite a paz que necessito para resolver algumas coisas que andam me perturbando. Escuto o relinchar de cavalo se aproximando, do lado oposto de onde vim. Ao olhar reconheço o cavalo, e já sei de quem se trata. Volto minha atenção ao horizonte.

— Caiu da cama?

— O que faz aqui?

— Não perdeu a mania de responder as perguntas com outra pergunta? — Zayn senta-se ao meu lado.

— Não respondi sua pergunta. – Zayn bate no meu ombro rindo.

— O que foi? Não dormiu bem pelo visto, estava com o humor melhor ontem a noite quando sai da sua casa. – olho para ele. Penso no que ele falou a noite passada, em eu estar apaixonado por Ayla. Eu não sei se é realmente isso.

— Sobre o que você falou ontem... De estar apaixonado, como ter essa certeza? – ele estreita seu olhar me analisando e por fim também olha para horizonte.

— Na verdade não sei também, acho que nunca estive, então não posso dizer como reconhecer. – ele brinca desenhando na areia com o dedo. – Nunca senti nada parecido com algo queimando dentro de mim como se fosse te consumir, ter a necessidade de estar com a outra pessoa, contar os minutos sabe... Essas coisas que escutamos sempre. – ele da de ombros. – Pelo visto isso te incomodou.

— Não é incomodo, mas tenho que saber o que realmente estou sentindo fora ao desejo e a atração, dessa vez é diferente. – confesso. – Eu me sinto atraído por ela, na verdade por tudo que a evolve, no começo eu achei que fosse tesão, desejo atração sexual só.

— E não é só isso? – balanço a cabeça negando.

— Quanto mais eu fico perto, mais eu quero estar com ela, eu tenho a sensação que o que eu tenho dela é pouco, a observo vejo cada detalhe seus gostos suas vontades e me sinto no dever de mostrar tudo a ela, mostrar o mundo.

— E diante de tudo isso, o que você quer dela?

— Tudo que ela puder me dar. – ele segura em meu ombro. — Seus sorrisos, sua atenção, quero que ela sinta isso do mesmo jeito que eu sinto. — ele sorri apoiando o queixo no joelho.

A Escolhida do Sheik [Re-postando]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora