CAPÍTULO TREZE

16.9K 1.7K 199
                                    


ALMIR FARUK

Dirijo até sua casa, e nenhuma palavra é trocada durante o caminho. Depois de alguns minutos, paro o carro em frente a sua casa, percebo como fiz o caminho perdido em pensamentos sobre o que aconteceu. Ao olhar em sua direção, vejo que Najla, está me encarando, com um olhar vívido. Algo realmente perturbador. Não da maneira que eu vejo em Ayla, que desperta desejo em mim, mas de uma maneira fria.

— Depois eu venho conversar com seu pai. – falo quebrando o silêncio e o clima estranho que está no carro.

— Ele está viajando, não sei quando volta. – fala sem desviar seu olhar do meu. – Você não irá cumprir o acordo não é mesmo? – essa ousadia dela é algo que impressiona, tenho que confessar. Geralmente as mulheres são recatadas, submissas, mas ela eu não vejo isso. Parece um animal prestes a atacar.

— Já falei que não irei tratar disso com você. – sôo um pouco ríspido.

— Você a ama? – sua pergunta direta me surpreende. – É por causa dela que você não se casará comigo não é mesmo? – porque ela acha que eu irei dividir meus pensamentos com ela?

— Não importa quais são os motivos, eles só dizem respeito a mim e a mais ninguém. – seu olhar perde o foco e vejo que uma lágrima escorre pelo canto de seu olho direito. Mas ela rapidamente vira o rosto, olhando para, a frente e limpando de uma maneira discreta. Mas eu vi, e isso me incomoda.

— Você já me respondeu. – ela segura sua bolsa como se aquele objeto fosse de uma maneira seu porto seguro. – Foi bom conhecer você, mesmo que nessas circunstâncias. – um fraco sorriso forma em seus lábios antes dela direcionar seu último olhar para mim, antes de abrir a porta e sair correndo para dentro da sua casa, fazendo com que os empregados olhem em direção do carro.

Fico um tempo olhando por onde ela sumiu. Não sei por que isso está me incomodando tanto. Eu já esperava por isso, mas tratar com seu pai seria outra coisa, sentaríamos e entraríamos em um acordo, onde ambas as partes, ficaria satisfeita, afinal isso sempre se tratou disso um simples acordo. Talvez não tão simples assim, mas não deixa de ser um acordo.

Mas a forma como ela saiu do carro me deixou incomodado. Ainda sem entender eu me debruço sobre o banco, e fecho a porta a qual ela deixou aberta. Tento pensar em tudo com clareza ao sair dali, enquanto volto para casa.

***

Depois de resolver tudo que eu precisava na rua, entrei em casa sem ser visto por minha mãe. Sei que ela não irá me deixar em paz. E já basta como passei o dia perturbado com tudo que aconteceu com a inesperada visita. Sentado em uma poltrona no escuro do meu quarto sinto meu telefone vibrar.

— Sim. — atendo ao ver o nome de Jamal na tela.

— O tal detetive Gutierez me mandou alguns documentos, vou lhe enviar por e-mail assim que tudo estiver pronto.

— Certo, ele voltou aí?

— Não senhor, só me ligou, trocamos algumas palavras e eu fui a seu encontro.

— Melhor assim!

— Mas alsyd... Ele é conhecido da amiga da senhorita Gonzalez, a que está hospedada aqui. Em algum momento eles irão se encontrar, ele não soube do que aconteceu a Izabel, mas eu presenciei ele ligar duas vezes para ela, foi ela quem os apresentou pelo que entendi.

— Quanto a isso não tem problema Jamal, ele só tem que manter a discrição sobre o que pedi, tenho que ter certeza sobre o que ele desconfia, antes que ela saiba de qualquer coisa, ele que use de qualquer desculpa para enrolar.

A Escolhida do Sheik [Re-postando]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora