CAPÍTULO TRINTA

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ALMIR FARUK

Após pedir para Jamal buscar Izabel e Jasmim, e deixar ordens expressas para que Jasmim me procurasse assim que chegar, fui atrás de minha mãe. Empregados disseram que ela está em seu quarto e não pretende sair. Respirando fundo bato em sua porta antes de entrar. Há encontro, sentada perto da janela olhando para fora, totalmente perdida em seus pensamentos. Tão perdida que não percebe minha entrada, me aproximo ficando ao seu lado.

— Talvez agora você entenda minha reação. – ela fala baixo sem me olhar, eu pensei que não tinha percebido minha entrada, mas na verdade percebeu, mas não ligou. – Como pode parecer tanto com a mãe? – não respondo sua pergunta. Coloco as mãos nos bolsos e olho também para fora, e assim ficamos por um tempo cada um com seus pensamentos.

— Só não entendo porque não me contou? – pergunto depois de um tempo. Escuto o som de uma risada fraca.

— Isso pra mim é um assunto morto e enterrado!

— O que aconteceu? Eu conversei com Aziz ele me contou algumas coisas, mas ainda não entendo o que aconteceu. – ela segura meu braço.

— Filho esqueça essa mulher, deixe-a ir embora, você não precisa dela. – suas palavras são baixas, mas expressam uma urgência, algo que me assusta.

Retiro minhas mãos dos bolsos e seguro sua mão fazendo carinho como ela costumava fazer em mim quando eu tinha medo de algo. Sorrio ao lembrar que fiz isso uma vez com Ayla em nossa primeira viagem de avião, quando notei que ela estava com medo do vôo, então segurei em sua mão e fiz esse mesmo gesto lhe passando segurança, carinho.

— Não posso. – falo e ela me olha séria. – Eu a amo mãe, amo de tal maneira que chega me assustar em alguns momentos. – vejo o carro chegando, e provavelmente é Jamal. – Mas quando percebo o que realmente me assusta, vejo é em pensar ficar sem ela. – ela deixa a mão cair. – Eu não me vejo sem ela!

— Tem quanto tempo que você a conheceu? Um mês dois meses, como pode? Você nem a conhece direito!

— O tempo é irrelevante. – ela nega com a cabeça. – A resposta pra tudo não está no tempo mãe, e sim na intensidade do sentimento. – sinto meu coração acelerar, e uma sensação diferente se apossar de mim, só em imaginar que ela possa estar realmente grávida. Dou risada. Pela primeira vez tenho que concordar com Zayn quando ele diz que tem coisas na vida que não tem que ser compreendidas e sim somente sentidas.

— Meu filho...

— Eu sinto mãe. – me abaixo segurando em seus joelhos e olhando em seus olhos. – Sinto meu coração acelerar a cada sorriso que vejo em seu rosto, sinto o ar me faltar cada vez que tenho que me afastar dela, nem que seja por algumas horas, não sei explicar nunca senti isso antes, chega ser esmagadora a sensação, eu não vou me afastar disso, muito menos ignorar, é ela quem eu amo! – vejo lágrimas caírem de seus olhos e isso me deixa mal por não saber o que realmente aconteceu. – Mãe eu estou feliz!

— Onde está Mirit? – de tudo o que eu falei essa é sua pergunta. Respiro fundo me levantando.

— Não sei. — minto. — Pelo que consegui descobrir ela morreu, simplesmente desapareceu. – ela me olha espantada. – Eu só falei aquilo para ver se a senhora me contava alguma coisa! – ela concorda com a cabeça. – A única coisa que o investigador achou foi uma foto dela que estava com uma pessoa que a conheceu!

— Alsyd mandou me chamar? – olho para Jasmim parada na porta.

— Sim, só um momento. – Jasmim abaixa sua cabeça e vai para o corredor. Volto a olhar minha mãe que está novamente com seu olhar desfocado e perdido. – Eu vou ter que viajar mais tarde, resolver algumas coisas da Kalil e não sei quando volto, a senhora vai ficar bem?

A Escolhida do Sheik [Re-postando]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora